A alta recente do d�lar � generalizada e o real tem uma desvaloriza��o em linha com as demais moedas. A avalia��o foi feita pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, durante palestra ao Grupo de L�deres Empresariais (Lide) na tarde desta segunda, na capital paulista. Desde a ter�a-feira passada, a moeda norte-americana passou a oscilar na marca de R$ 2,00.
Tombini avisou que a autoridade monet�ria vai atuar no mercado de c�mbio sempre que necess�rio. O governo, frisou, tem instrumentos para que o c�mbio "funcione dentro da normalidade". N�o citou, contudo, qualquer cota��o "ideal" para a paridade do real frente ao d�lar. Restringiu-se a afirmar que, em um cen�rio de crise internacional, o c�mbio flutuante � a primeira linha de defesa do BC.
Para o executivo, o repasse da alta do d�lar para a infla��o vem recuando nos �ltimos anos. De acordo com ele, no curto prazo, o repasse tem ficado em torno de 3% e, no m�dio, 8%. Tombini ponderou que um repique na infla��o depende muito do momento econ�mico e, atualmente, acredita que "o repasse ser� moderado".
Depois da palestra, na fase de perguntas e respostas, ele descartou que haja no governo a inten��o de alterar o regime de metas inflacion�rias. "N�o se estuda alterar o regime, nem no final deste m�s, no final do ano e nem no pr�ximo." O sistema estipula infla��o de 4,5% para este ano, com faixa de flutua��o de dois pontos porcentuais.
Otimismo
O presidente do BC mostrou otimismo com os cen�rios internos de m�dio prazo. Ele falou do crescimento da inadimpl�ncia do consumidor principalmente no setor de ve�culos, mas ponderou que "dever� ter uma redu��o global no segundo semestre". Ele informou tamb�m que dados apontam para um aumento do cr�dito ao consumidor. "� necess�rio um cuidado para que os incentivos ao cr�dito sejam corretos", alertou.
Tombini disse que o cr�dito responde atualmente por 50% do Produto Interno Brasileiro (PIB) e pode se expandir em bases mais s�lidas com a diminui��o do spread (denomina��o para a diferen�a das taxas de juros entre o dinheiro obtido pelos bancos e as taxas que as institui��es fixam para emprestar).
Segundo ele, as taxas de empr�stimo ao p�blico n�o seguiram inicialmente a baixa de 3,50 pontos porcentuais da taxa Selic, refer�ncia do juro b�sico. "Mas, nas �ltimas semanas, houve uma queda dessas taxas ao tomador final."
Quanto ao crescimento do Pa�s, Tombini v� uma progressividade ao longo do segundo semestre. Para ele, o Brasil dever� criar 1,4 milh�o de empregos ao ano. "Mas certamente a economia brasileira crescer� mais em 2013 do que em 2012."
O discurso de Tombini endossa o relat�rio de revis�o do Or�amento de 2012, divulgado na sexta-feira pela Secretaria de Pol�tica Econ�mica. O documento observou que "o crescimento da economia brasileira deve acelerar de forma mais intensa nos pr�ximos trimestres, como resultado da redu��o na taxa b�sica de juros, da eleva��o da oferta de cr�dito pelos bancos p�blicos e das medidas de competitividade anunciadas no Plano Brasil Maior".