Os l�deres da Uni�o Europeia (UE) se re�nem nesta quarta-feira para discutir uma agenda de crescimento, sob a press�o de uma poss�vel sa�da da Gr�cia do euro e com o desgaste dos bancos espanh�is.
Na agenda de discuss�es est�o uma s�rie de propostas de combate � crise, dentre os quais est� a cria��o dos eurob�nus - t�tulos lastreados pela zona do euro - e a possibilidade de que os fundos de resgate europeus (FEEF e MEE) possam recapitalizar diretamente os bancos.
"A zona do euro tem que fazer um esfor�o maior para estimular o crescimento", disse nesta ter�a-feira a chefe do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), Christine Lagarde, um dia antes da c�pula europeia que debater� medidas para tirar o continente de uma crise que, segundo a Organiza��o para Coopera��o e Desenvolvimento Econ�micos (OCDE), formada por 17 pa�ses, amea�a a recupera��o econ�mica mundial.
Essa c�pula era esperada com otimismo pelos mercados, com fortes altas nas bolsas, apesar das diverg�ncias sobre a emiss�o de t�tulos do euro, apoiada pela Fran�a, mas rejeitada pela Alemanha. Segundo Lagarde, tem havido uma "grande melhoria" na maneira como os pa�ses da Eurozona administram a crise da d�vida, mas � preciso fazer mais para respaldar o crescimento.
Para a diretora, "as reformas estruturais s�o mais efetivas que os est�mulos econ�micos", disse ela nesta ter�a-feira, em uma coletiva de imprensa em Londres. Um pedido mais que oportuno. A possibilidade de a Gr�cia sair do euro e de que a Espanha n�o tenha outro rem�dio a n�o ser pedir ajuda para recapitalizar seus bancos revolucionou a agenda europeia. Ambos os temas ser�o discutidos na c�pula informal dos vinte e sete chefes de Estado e de governo da Uni�o Europeia (UE).
A c�pula estava dedicada, inicialmente, a orientar o foco das pol�ticas oficiais rumo ao crescimento e n�o apenas rumo aos ajustes aplicados para equilibrar as contas p�blicas, que segundo muitos economistas est�o agravando a recess�o. A OCDE alertou que a crise da zona do euro "se agravou recentemente e continua representando a principal fonte de risco para a economia mundial".
"Existe um risco crescente de c�rculo vicioso entre o crescente custo das d�vidas soberanas, a fragilidade dos sistemas banc�rios, o excesso de consolida��o fiscal e o baixo crescimento", alertou o economista chefe da OCDE, Pier Carlo Padoan.
A solv�ncia dos bancos espanh�is se transformou em uma das maiores dores de cabe�a dos respons�veis europeus e o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, dever� esclarecer essas d�vidas no jantar de quarta-feira.
Os bancos espanh�is emprestaram quantidades colossais de dinheiro antes do estouro da bolha imobili�ria em 2008 e enfrentam atualmente 184 bilh�es de euros em cr�ditos de reembolso duvidoso, al�m de edif�cios e terrenos confiscados em um mercado desvalorizado. No total, cerca de 60% de sua carteira.
As perspectivas para a Espanha, quarta economia da Eurozona, "continuam sendo ruins e correm o risco de piorar", disse a OCDE. Para sair do c�rculo vicioso, a Espanha tem que "perseverar nas pol�ticas em que est� trabalhando (...) e obter apoios e capacidade de fogo dos s�cios europeus", declarou � AFP o secret�rio geral da OCDE, o mexicano Angel Gurr�a.
A Espanha descarta, contudo, no momento, pedir ajuda e sugere que o Banco Central Europeu (BCE) injete mais liquidez e compre as d�vida dos pa�ses que cumprem com as medidas de austeridade. Os l�deres europeus debater�o medidas como a emiss�o de eurob�nus, incentivada pelo novo presidente franc�s, o socialista Fran�ois Hollande, que far� sua estreia em uma c�pula da UE. Mas a Alemanha, primeira economia da eurozona e maior contribuinte europeia, rejeitou esse projeto.
"� nossa posi��o firme e ser� a mesma em (na c�pula europeia) junho", disse uma fonte alem�. "N�o � uma quest�o nova, acreditamos que � o caminho errado", acrescentou este respons�vel ao se referir a esse instrumento de financiamento da d�vida, que teria uma taxa de juros �nica para todos os pa�ses da zona do euro.
A c�pula ser� realizada em um ambiente de press�es crescentes para que a Alemanha, principal pot�ncia econ�mica do bloco, flexibilize suas posi��es. A chefe do governo alem�o, Angela Merkel, se disse surpresa com as cr�ticas.
O debate sobre as medidas "d�, �s vezes, a impress�o de que para n�s economizar � um prazer por si s�", disse a chanceler em Berlim. "Mas trata-se simplesmente de n�o gastar mais do que ingressa, � surpreendente que uma coisa t�o simples gere tantos debates", acrescentou. As respostas que ser�o dadas a essas quest�es podem ser determinantes na perman�ncia da Gr�cia na Eurozona.