Os dirigentes da Uni�o Europeia (UE) iniciaram nesta quarta-feira em Bruxelas os debates para explorar maneiras de reativar o crescimento econ�mico do bloco, informou o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, em uma reuni�o dominada pelos temores sobre uma poss�vel sa�da da Gr�cia da zona do euro.
O nervosismo com rela��o � Gr�cia aumentou ap�s o ex-primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, ter mencionado a possibilidade de seu pa�s abandonar a moeda �nica.
"Apesar de esse cen�rio ser pouco prov�vel e n�o ser desej�vel nem para a Gr�cia nem para outros pa�ses, n�o podemos negar que est�o sendo feitos preparativos para conter as consequ�ncias potenciais de uma eventual sa�da da Gr�cia do euro", disse Papademos em uma entrevista ao Wall Street Journal. O governo grego, no entanto, negou a veracidade dessa afirma��o em um comunicado divulgado nesta quarta-feira.
"O Minist�rio das Finan�as grego nega categoricamente as mat�rias que sugerem que tenha sido solicitado a membros da zona do euro que se preparem para lidar com uma poss�vel sa�da da Gr�cia do grupo", disse um comunicado do governo. "Este tipo de artigo n�o corresponde � realidade e prejudica os esfor�os que o pa�s tem feito para enfrentar seus problemas", afirma o texto divulgado pelo Minist�rio.
O presidente franc�s, Fran�ois Hollande, por sua vez, disse que far� todo o poss�vel para convencer a Grecia e aos pa�ses europeus de que o pa�s precisa permanecer na zona do euro, conforme ele mesmo afirmou nesta quarta-feira ap�s uma reuni�o bilateral com o presidente espanhol, Mariano Rajoy.
"Precisamos convencer aqueles que ainda t�m d�vidas sobre a necessidade de a Gr�cia permanecer na moeda �nica", disse Hollande durante uma coletiva de imprensa. Segundo Hollande, a Europa precisa agir rapidamente para reativar o crescimento. O presidente franc�s chegou a Bruxelas de trem, onde viajou junto ao presidente do governo espanhol, o conservador Mariano Rajoy, com quem manteve uma reuni�o pr�via em Paris.
Tanto Rajoy quanto o chefe do Estado franc�s insistiram nesta quarta-feira em Paris sobre a sustentabilidade das d�vidas soberanas na Europa e consideraram inaceit�veis as diferen�as das taxas.
Depois de afirmar que na c�pula informal de Bruxelas ser� preciso "por todos os temas sobre a mesa", Hollande reiterou que � necess�rio relan�ar o crescimento e refletir sobre um modo de financiamento a taxas o mais baixo poss�vel. "� aceit�vel que as d�vidas soberanas se situem a 6% e outras taxas pr�ximas a zero na mesma uni�o?", questionou Hollande.
Rajoy informou que abordar� em Bruxelas v�rios pontos essenciais: "O controle do gasto p�blico, as reformas para o crescimento dentro da Europa, a liquidez, a sustentabilidade da d�vida e do financiamento".
"A Europa tem que dar uma resposta, porque n�o podemos viver durante muito tempo com diferen�as t�o grandes nos financiamentos", disse, acrescentando que essas diferen�as fazem com que as pol�ticas de controle do gasto p�blico n�o surtam efeito. Outro ponto de debate marcado para esta reuni�o � a quest�o dos eurob�nus, que permitiriam uma mutualiza��o da d�vida, mas que s�o rejeitados por Berlim.
"Os eurob�nus n�o s�o uma solu��o para reativar o crescimento", disse nesta quarta-feira em sua chegada � Bruxelas a chanceler alem�, Angela Merkel, reiterando sua rejei��o � proposta do presidente franc�s, Fran�ois Hollande. "Al�m disso, eles (os eurob�nus) s�o contr�rios aos tratados europeus", afirmou a chanceler, dando o tom da reuni�o.
Pouco antes do in�cio da reuni�o, as principais bolsas europeias apresentaram fortes quedas no fechamento. A Bolsa de Londres perdeu 2,53%, Frankfurt -2,33%, Paris -2,33% e Mil�o -3,68%. Madri recuou 3,31% e registrou seu patamar m�nimo desde o final de maio de 2003. O euro, por sua vez, caiu abaixo dos 1,26 d�lar nesta quarta-feira pela primeira vez desde agosto de 2010 em um mercado nervoso antes da reuni�o informal dos dirigentes europeus em Bruxelas.