A esperan�a de que a China atuar� para aliviar os problemas do mundo e adotar medidas de est�mulo econ�mico a fim de n�o ser engolida pela crise das d�vidas soberanas na Europa pode sustentar uma nova sess�o de ganhos na Bovespa hoje, que busca se beneficiar do chamado "efeito de fim de m�s". Mas os mercados ocidentais devem ditar o ritmo dos neg�cios locais, com a volta do preg�o em Nova York e uma agenda econ�mica farta nos EUA. Por volta das 10 horas, o Ibovespa subia 0,47%, aos 55.473,27 pontos, na m�xima.
O analista da Um Investimentos, Eduardo Oliveira, comenta, em relat�rio distribu�do nesta manh�, que as expectativas de al�vio econ�mico chin�s devem influenciar positivamente a Bolsa e ajudar a garantir mais um preg�o no azul. Graficamente, o analista t�cnico Gilberto Coelho diz que o fechamento acima dos 55 mil pontos, juntamente com o �ndice de for�a relativa (IFR) acima de 30, mant�m a expectativa de continuidade da recupera��o no curto prazo, rumo aos 56 mil pontos, inicialmente.
Oliveira, da Um Investimentos, lembra que a Bovespa est� muito descontada em rela��o �s demais bolsas mundiais, com uma desvaloriza��o superior a 10% no acumulado de maio - o pior desempenho para o m�s desde o in�cio dos anos 2000. "Assim, com as expectativas de mais al�vio na China, o reflexo interno dever� ser positivo, principalmente, para as mineradoras e sider�rgicas", diz, no documento.
Segundo a ag�ncia estatal de not�cias chinesa Xinhua, Pequim n�o deve adotar um plano agressivo de est�mulos, conforme implementado em resposta � crise financeira global de 2008-2009, ap�s o colapso do Lehman Brothers. Ainda assim, h� motivos para enxergar um movimento relativamente amplo do governo chin�s para fornecer incentivos � economia, j� que a aprova��o de projetos de investimentos nos quatro primeiros meses de 2012 equivale a mais que o dobro do verificado em igual per�odo do ano passado.
Para a equipe de analistas do Departamento de Pesquisas e Estudos Econ�micos do Bradesco, encabe�ada pelo economista Octavio de Barros, somente no caso de um agravamento consider�vel da situa��o europeia, a China lan�aria m�o da estrat�gia de adotar um ritmo de crescimento mais sustent�vel com ajustes finos na pol�tica (monet�ria e fiscal), anunciando est�mulos fortes como os observados h� tr�s anos. "Ainda assim, acreditamos que a eleva��o dos gastos fiscais voltados �s obras de infraestrutura ser� o motor para evitar uma desacelera��o mais forte da economia do pa�s asi�tico, sendo que a pol�tica monet�ria seguir� aliviando de forma gradual", conclui.
Esse gradualismo na ado��o de medidas na China reduziu o �mpeto dos mercados internacionais, que estavam embalados na �sia, alimentados por esperan�as de um gigante emergente mais voraz. O �ndice Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, e o Xangai Composto, avan�aram 1,4% e 1,2%, cravando a terceira e a segunda sess�es seguidas de alta, respectivamente.
J� no Ocidente, as principais bolsas europeias seguem alarmadas pela sa�de do sistema financeiro espanhol. Nova York, por sua vez, volta do fim de semana prolongado em alta, monitorando dados sobre atividade nas regi�es do meio-oeste e em Dallas, al�m de n�meros sobre os pre�os de moradias em cidades norte-americanas e sobre a confian�a do consumidor dos EUA.
Por aqui, chama a aten��o os in�meros an�ncios de fus�o e aquisi��o anunciados por empresas brasileiras, entre elas Cosan, Ultrapar e GP Investimentos. Segundo advogados ouvidas pela Ag�ncia Estado, as novas regras do Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade), que entram em vigor hoje, estariam apressando o empresariado a fechar a negocia��o dessas opera��es, a fim de serem julgados pelas normas anteriores.