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Estado de Minas

Brasil cai duas posi��es no ranking de competitividade

Estudo internacional envolvendo 4,2 mil executivos mostra que o pa�s perdeu duas posi��es em 2011 e oito em dois anos. Hong Kong e Estados Unidos lideram, seguidos pela Su��a


postado em 31/05/2012 06:00 / atualizado em 31/05/2012 08:04

O Brasil est� menos competitivo no cen�rio internacional. O pa�s caiu duas posi��es no ranking da Funda��o Dom Cabral (FDC) em 2011 e oito degraus nos �ltimos dois anos: passou do 38º lugar em 2009 para o 46º no ano passado, segundo a �ltima edi��o do �ndice de Competitividade Mundial 2012 (World Competitiveness Yearbook – WCY), divulgado pelo International Institute for Management Development (IMD). A pesquisa avalia as condi��es de competitividade de 59 pa�ses a partir da an�lise de dados estat�sticos nacionais e internacionais e com pesquisa de opini�o envolvendo 4,2 mil executivos.

O ranking apontou Hong Kong, Estados Unidos e Su��a como as economias mais competitivas do mundo. O Brasil passou da 44º posi��o para a 46º, segundo a pesquisa. “A queda de posi��o em 2011 foi consequ�ncia do ano anterior. O Brasil vem perdendo em produtividade. O pa�s n�o consegue gerar riqueza para sustentar o crescimento. Com isso, pode ter que diminuir o ritmo de expans�o nos pr�ximos anos”, afirma Carlos Arruda, professor da Funda��o Dom Cabral e respons�vel pela coleta e an�lise dos dados da pesquisa relacionados ao Brasil.

Brasil se destaca em geração de empregos, com a construção civil à frente, mas a grande maioria das vagas são para profissionais de baixa qualificação(foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS - 13/9/11)
Brasil se destaca em gera��o de empregos, com a constru��o civil � frente, mas a grande maioria das vagas s�o para profissionais de baixa qualifica��o (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS - 13/9/11)

Apesar de os EUA ocuparem o segundo lugar no ranking e terem perdido posi��o para Hong Kong, a na��o permanece no centro da competitividade mundial, em fun��o do seu poder econ�mico, do dinamismo de suas empresas, da sua capacidade de inova��o e do relacionamento da economia com todas as demais na��es avan�adas ou emergentes. “Os Estados Unidos ainda s�o o centro do mundo, do ponto de vista de tecnologia, novos produtos e multinacionais. Os movimentos que acontecem l� n�o s�o isolados. Quando h� uma crise, o resto do mundo � abalado”, explica Arruda. O relat�rio de 2012 foi influenciado pela recess�o mundial e mostra que o mundo est� cada vez mais dependente dos EUA para sair da crise.

O modelo de sucesso dos pa�ses que ganharam posi��es no ranking, como Su��a, Noruega e Alemanha, est� baseado no crescimento do com�rcio internacional, na participa��o de pequenas e m�dias empresas, na sustenta��o da ind�stria e na disciplina fiscal. J� os que perderam competitividade mostram recuo na participa��o no com�rcio internacional, redu��o da presen�a da ind�stria na economia, e descontrole fiscal.

O �ndice de competitividade � resultado da combina��o de mais de 300 vari�veis agrupadas em quatro fatores: performance econ�mica, efici�ncia de governo, efici�ncia dos neg�cios e infraestrutura. Na performance econ�mica, o Brasil perdeu 17 posi��es de 2011 para 2012, passando do 30º lugar para o 47º lugar.

PIB

No caso brasileiro a vari�vel cr�tica para a perda desse fator est� relacionada ao recuo apresentado no crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB), que teve crescimento t�mido entre os anos de 2010 e 2011: variou de R$ 2,1 trilh�es para R$ 2,47 trilh�es. Apesar de todo o aquecimento da economia e da expans�o da renda, o levantamento avaliou que a economia do pa�s n�o est� crescendo em ritmo adequado. Dentro do desempenho econ�mico, o Brasil perdeu 15 posi��es na economia dom�stica, que leva em conta a varia��o do PIB e o poder de compra das fam�lias. Mas ganhou cinco posi��es no quesito emprego, no qual ocupa o sexto lugar no ranking mundial, saindo da 11º posi��o, onde estava em 2011.

“� um pa�s que est� com disponibilidade de m�o de obra e baixa taxa de desemprego, mas em vagas com menor qualifica��o”, analisa Arruda. � o caso, por exemplo, dos trabalhadores da constru��o civil. S� para se ter ideia, h� hoje cerca de 150 mil trabalhadores da constru��o civil na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Constru��o Civil de Belo Horizonte e Regi�o (Sticbh). O d�ficit de trabalhadores para o setor na mesma regi�o � de 20 mil vagas.

Metodologia levanta pol�mica

O levantamento da Funda��o Dom Cabral (FDC) tem controv�rsias. Na avalia��o de Cleyton Campanhola, diretor da Ag�ncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial (Abdi), o �ndice tem limita��es metodol�gicas, como natureza muito conjuntural, sem refletir o hist�rico e tend�ncias econ�micas. “Esse � o ponto cr�tico. Algumas vari�veis s�o tomadas em entrevistas, onde h� alto grau grande de subjetividade”, afirma Campanhola.

Ele cita, por exemplo, a distribui��o de renda, que melhorou e n�o aparece na pesquisa. “Na ind�stria brasileira, realmente tivemos aumento de estoque de janeiro a mar�o deste ano. Mas isso � esperado para o primeiro trimestre. O n�vel de emprego hoje � estrutural. Temos quase situa��o de pleno emprego”, aponta Campanhola.

A pesquisa da FDC faz avalia��o distinta entre emprego e mercado de trabalho. Quando o assunto � o �ltimo item, o Brasil perdeu oito posi��es no ranking internacional. Passou do nono para o 17º lugar. Esse item avalia a disponibilidade de profissionais mais qualificados, como engenheiros e t�cnicos em �reas avan�adas. “� esperado que, quando o pa�s gera emprego, a renda tamb�m cres�a. Mas isso n�o est� acontecendo, pois os postos de trabalho est�o sendo abertos para vagas de menor valor agregado”, explica o professor Arruda. Na parte de infraestrutura, o Brasil avan�ou seis posi��es, passando do 51º para o 45º lugar. “O pouco que j� foi feito no Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) j� traz efeito positivo nesse �ndice”, diz.

Das sete economias latino-americanas inclu�das no relat�rio, seis perderam pontos no �ndice de competitividade em 2012. S� o M�xico ganhou posi��o relativa e passou da 38º em 2010 para 37º em 2011. A Venezuela se manteve na �ltima coloca��o, posi��o que ocupa desde 2003. Assim como os pa�ses latino-americanos, todos os denominados Brics (grupo dos pa�ses em desenvolvimento, incluindo �frica do Sul) tiveram perdas significativas em seus �ndices de competitividade. Apesar disso, a R�ssia e �frica do Sul tiveram ganhos de uma e duas posi��es, respectivamente.

Corrida
Indústrias de setores como o têxtil investem em inovação para ganhar competitividade(foto: BETO NOVAES/EM/D.A PRESS - 25/11/10)
Ind�strias de setores como o t�xtil investem em inova��o para ganhar competitividade (foto: BETO NOVAES/EM/D.A PRESS - 25/11/10)

Em Minas Gerais, a ind�stria perdeu competitividade na maioria das atividades nos �ltimos anos, avalia Lincoln Fernandes, presidente do Conselho de Pol�tica Econ�mica e Industrial da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). � o caso, por exemplo, das ind�strias t�xteis, eletroeletr�nicas e de alimentos. “Estamos em processo de recupera��o da competitividade, com muito investimento em inova��o, educa��o e m�o de obra qualificada. Mas � preciso lembrar que o efeito disso n�o � imediato. Levaremos algum tempo para colher os frutos”, avalia Fernandes. (GC)

SAIBA MAIS

Hong Kong, na China, � uma das duas regi�es administrativas especiais do pa�s–a outra � Macau –, uma esp�cie de cidade-Estado independente, com autonomia econ�mica e empresarial. Por isso � avaliada separadamente no ranking de competitividade, j� que possui sistema econ�mico diferenciado do chin�s. A cidade era col�nia brit�nica at� 1997, quando a China retomou a soberania sobre o territ�rio, e tem uma economia capitalista, caracterizada pelo baixo n�vel de impostos e pelo livre com�rcio, o que atrai investimentos de todo o mundo e faz da bolsa de valores local uma das mais sofisticadas do planeta.


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