Na ca�ada implac�vel por empregados para preencher vagas ociosas, empresas usam armas pesadas para atrair candidatos. O registro da menor taxa de desemprego dos �ltimos 17 anos na Grande BH obriga o empresariado a fazer certas concess�es para conseguir preencher os postos de trabalho. Vale tudo: desde a redu��o da carga hor�ria at� a contrata��o de profissionais sem experi�ncia na �rea. E mesmo assim � dif�cil garantir que todos os cargos sejam ocupados.
De acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego referente a abril, a taxa da Grande BH apresentou redu��o em rela��o ao m�s anterior, caindo de 5,4% para 5%. Em compara��o com as regi�es metropolitanas de outras seis capitais pesquisadas, Minas mant�m o menor n�vel de desemprego, enquanto a m�dia nacional � de 10,8% (veja quadro) e o maior �ndice � mais de tr�s vezes superior em rela��o � capital mineira e seu entorno: 17,5%, em Salvador (BA). Com isso, contratar � tarefa cada vez mais �rdua em BH, principalmente em setores que conseguiram manter os neg�cios aquecidos mesmo com os efeitos da crise econ�mica mundial.
H� tr�s meses, o supervisor comercial Luiz Henrique de Paula tenta preencher oito vagas para operador de telemarketing para a empresa de telefonia, o que corresponde a quase metade dos postos. Mas, mesmo depois de anunciar em uma faixa que os candidatos n�o precisam de experi�ncia e reduzir em uma hora e meia a carga hor�ria, � dif�cil encaixar algu�m com o perfil esperado. “Basta saber se comunicar com o cliente e gostar de lidar com o p�blico”, afirma. A consequ�ncia � a impossibilidade de aumentar o faturamento. Segundo ele, o lucro poderia ser duas vezes maior, caso a equipe estivesse completa.
Recorde
A leve queda na taxa de desemprego confirma que, apesar de a ind�stria enfrentar per�odo de turbul�ncia, as medidas de incentivo ao consumo t�m surtido efeito e outros setores t�m conseguido garantir n�vel recorde de vagas. Enquanto a ind�stria fechou 10 mil postos de trabalho no comparativo entre abril de 2011 e o m�s passado, foram geradas 71 vagas na soma de com�rcio e servi�os. Esse fator contribui para o reflexo no rendimento real m�dio dos empregados, que caiu 4,7%, se comparado mar�o de 2011 e igual per�odo deste ano, passando de R$ 1.480 para R$ 1.410. “Em m�dia, a ind�stria paga mais que os demais segmentos”, afirma o diretor do Centro de Estat�stica e Informa��es da Funda��o Jo�o Pinheiro, Frederico Poley Martins Ferreira.
Depois de atingir o menor n�vel da s�rie hist�rica, a taxa de desemprego finalmente deve se manter nos padr�es atuais, oscilando apenas alguns pontos percentuais, segundo o especialista. Ele considera que o patamar atual n�o possibilita redu��es bruscas daqui para frente. Desde o in�cio do ano, a taxa variou apenas alguns d�cimos, mantendo-se sempre na casa dos 5%, segundo os dados das �ltimas pesquisas de Emprego e Desemprego divulgados pela Secretaria de Estado de Trabalho e Emprego (Sete), em parceria com a Funda��o Jo�o Pinheiro, o Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese) e a Funda��o Sistema Estadual de An�lise de Dados (Seade). “O mercado de trabalho � sens�vel � economia. Com a diminui��o das exporta��es, o cen�rio se complica um pouco mais, mas a tend�ncia � mudar pouco”, afirma Frederico Ferreira.