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Estado de Minas

Com�rcio lucra com doce criado na corte francesa do s�culo 16

Coloridos, leves e com v�rias op��es de recheio, os macarons levam claras de ovos e farinha de am�ndoas.


postado em 10/06/2012 08:10 / atualizado em 10/06/2012 08:15

Dois suspiros unidos por creme ou geleia d�o a forma caracter�stica do macaron, um doce franc�s com textura crocante por fora e macia por dentro. A iguaria tem ganhado as prateleiras de confeitarias, padarias, restaurantes e supermercados de Belo Horizonte, ao cair no gosto do consumidor, e est� se transformando em fonte de lucro. Criada pela nobreza europeia, a receita, que at� alguns anos atr�s era acess�vel s� �s classes de maior poder aquisitivo, agora est� se popularizando. Os pre�os variam conforme a quantidade encomendada e o fabricante, encontrados a partir de R$ 3 a unidade ou R$ 60 por quilo no com�rcio de BH. Coloridos, leves e com v�rias op��es de recheio, os macarons levam claras de ovos e farinha de am�ndoas.

De acordo com o superintendente industrial do supermercado Verdemar, Edward Soares, a rede aposta na comercializa��o do produto desde 2006, no entanto, as vendas s� mostraram o retorno esperado nos �ltimos tr�s anos, quando o doce passou a ser mais conhecido no mundo. O produto tem grande potencial de mercado, inclusive para disputar a prefer�ncia do consumidor, na avalia��o de Soares. “Come�amos vendendo o macaron em potes e bandejas, depois de um dos nossos confeiteiros conhecer o doce em Paris. No in�cio a sa�da n�o era expressiva porque as pessoas achavam que se tratava de suspiros comuns, mas com o passar dos anos fomos sentindo a populariza��o do produto”, conta.

As vendas ganharam novo rumo quando o Verdemar decidiu investir num estilo de apresenta��o do macaron semelhante �quele que o cliente v� na Fran�a. “A partir deste momento come�amos a sentir os resultados, ver que o consumidor procura o doce cada vez mais. Na virada de cada m�s, percebemos vendas crescentes”, afirma Soares. Quem lucra com o produto n�o fica apenas na oferta de sabores tradicionais. Os macarons v�o al�m dos chocolates belga e franc�s; do lim�o, pistache, framboesa e baunilha. O Ah! Bon Restaurante, um dos pioneiros na venda do macaron na capital mineira, optou por oferecer alguns sabores bem brasileiros.

No card�pio, o cliente poder� escolher entre os recheios de maracuj�, banana e cupua�u. “Investimos no desenvolvimento de sabores t�picos para aproximar o brasileiro do produto, para atingir um p�blico maior e aproveitar a nossa variedade de frutas. A nossa estrat�gia deu certo”, diz o gerente do Ah! Bon, Euler Silva. Os fabricantes e o com�rcio procuram, ainda, preservar detalhes da produ��o nos moldes franceses, como forma de ganhar a prefer�ncia do consumidor.

Outro caminho para transformar o doce em neg�cio rent�vel pode ser o das escolas de culin�ria. No momento em que produto parece come�ar a seguir a tend�ncia de sucesso dos cupcakes, os famosos bolinhos coloridos e confeitados de origem americana, tanto buf�s, quanto profissionais da gastronomia veem nova chance de movimentar as cifras. “As pessoas enxergam no macaron uma oportunidade de agregar valor para o seu neg�cio. Hoje, quem se prepara oferece o que o mercado quer e o consumidor est� pedindo esse produto, que tem boa apresenta��o e � muito saboroso”, afirma o supervisor de cursos da Maria Chocolate, Wilder Savar.

S� neste ano, a escola j� formou 60 profissionais para trabalhar com o doce franc�s e at� o fim do ano dever� dobrar o n�mero de alunos que se tornar�o especialistas na arte de produzir o macaron. “Acredito que a procura pelos cursos tem acompanhado a demanda dos clientes. Percebemos que o macaron chegou como uma op��o para os doces que hoje s�o consumidos n�o s� no dia a dia, como tamb�m na modalidade lembran�as em festas”, diz Savar.

Mem�ria

Da nobreza aos s�ditos

Com quase 500 anos, o macaron nasceu de uma receita secreta da rainha de origem italiana Catherine de M�dicis, que levou � corte francesa do s�culo 16 todo o refinamento da sua terra natal, Floren�a. O "doce da rainha" s� passou a ser conhecido quando as freiras carmelitas de Nancy o descobriram. Depois da Revolu��o Francesa, em 1789, as congrega��es religiosas libertaram a iguaria dos muros dos conventos. Por�m, foi no in�cio do s�culo 20 que o chefe franc�s Pierre Desfontaines teve a ideia de unir os suspiros a um recheio cremoso, popularizando o produto. Nos anos 80, o culinarista Pierre Herm� criou os macarons apreciados, hoje, com grande variedade de cores e sabores.


D�lar baixo impulsionou as vendas

Para atender � demanda crescente, a P�tisserie Leclant�, confeitaria especializada na culin�ria francesa rec�m-chegada a BH, tamb�m se preparou com uma longa pesquisa at� chegar � receita ideal feita pela chef Maria Thereza Alkimim. Ela conheceu a fabrica��o na origem do doce, percorreu confeitarias francesas e paulistas. A inten��o foi garantir que o doce seja vendido nos mesmos padr�es de qualidade adotadas pelas confeitarias da Fran�a. Diante de consumidores e apreciadores cada vez mais exigentes, que valorizam o processo tradicional de fabrica��o da iguaria, o trabalho pede dedica��o de horas para chegar ao sabor, consist�ncia e forma ideais.

“� um doce de execu��o muito dif�cil, porque requer cuidados especiais e ingredientes importados como farinhas, frutas e chocolates”, diz Thereza Alkimim. “Algumas pessoas tentam reproduzir a receita com farinha de castanha-de-caju, mas o resultado n�o � o mesmo e o consumidor sente isso no paladar”, alerta. O objetivo de oferecer um produto �nico, de qualidade e padr�o internacional e que conquistasse o p�blico pelas suas caracter�sticas, tem sido atingido, de acordo com a chef.

Sutil e original “Observamos que nossos doces s�o muito melados. J� os doces franceses s�o mais sutis. Por isso usamos as t�cnicas francesas”, observa. A chef lembra que a abertura do mercado brasileiro aos produtos importados foi um dos principais fatores respons�veis pela populariza��o do macaron. “Se o momento n�o fosse favor�vel � importa��o, dificilmente as pessoas teriam acesso a esses e outros doces internacionais”, refor�a.

De acordo com Thereza Alkimim, a confeitaria tem recebido clientes que compravam o doce em S�o Paulo. A boa apresenta��o, qualidade e o acesso f�cil s�o pr�-requisitos fundamentais para a publicit�ria e consumidora ass�dua de macarons Fl�via Magalh�es. Ela � f� do doce desde 2002, quando conheceu a iguaria em uma das confeitarias mais conceituadas da Fran�a, a La Dur�e, que tamb�m foi a respons�vel pelo formato atual da iguaria. “Antes o consumidor ia atr�s dos macarons. Agora, s�o os fabricantes que atraem o cliente em lojas de doce, caf�s e supermercados. Se der vontade de comer, est� muito mais f�cil comprar”, lembra.


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