(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Mais prazo e menos juros d�o f�lego ao mercado imobili�rio

Regras que permitem quita��o de contratos em 35 anos na Caixa entram em vigor e animam imobili�rias. Estagna��o nas vendas j� deu lugar � expectativa de crescimento acima de 20%


postado em 12/06/2012 06:00 / atualizado em 12/06/2012 07:32

"Essas mudan�as garantem mais seguran�a na compra, por garantirem um prazo mais longo. Achei �timo e vou fechar neg�cio" D�bora Cunha Nacif Os�rio, gerente administrativa (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Descritas como um f�lego e novo impulso para o mercado imobili�rio, as novas regras de financiamento imobili�rio da Caixa Econ�mica Federal (CEF) j� est�o em vigor. Desde ontem, o prazo m�ximo para quitar o cr�dito para aquisi��o da casa pr�pria, antes de 30 anos, foi ampliado em 60 meses. Somado ao alongamento do prazo, as taxas de juros passaram por nova revis�o, podendo chegar a 7,8% ao ano, contra os 10% aplicados anteriormente, de acordo com o grau de relacionamento do cliente com o banco. Segundo simula��o da Caixa, em um financiamento no valor de R$ 267 mil para correntistas, a presta��o cair� de R$ 3 mil para R$ 2.604, redu��o de 13%.

A nova pol�tica deve reaquecer o setor, que sofre desde o fim de 2011 o cont�nuo processo de acomoda��o e redu��o das taxas de crescimento. Somente no primeiro trimestre deste ano, as vendas em Belo Horizonte ca�ram mais de 12% em rela��o ao mesmo per�odo de 2011, enquanto os lan�amentos foram 14,4% menores e a velocidade de vendas quase 6% inferior, segundo levantamento do Sindicato da Ind�stria da Constru��o Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG).

Braulio Lara, diretor administrativo financeiro da Aceti Im�veis/ Netim�veis, estima uma retra��o ainda maior, na casa dos 40%, desde setembro do ano passado. “Nos quatro �ltimos meses de 2011 o mercado praticamente parou, depois de estourada a crise na Europa”, lembra. Em janeiro, houve uma retomada discreta dos neg�cios, que somente no �ltimo m�s ganharam f�lego. “A alta foi de cerca de 30% em rela��o ao movimento m�dio registrado entre janeiro e abril. A demanda ficou reprimida durante muito tempo e o reaquecimento est� sendo estimulado pelo corte das taxas de juros”, avalia Braulio.

Eduardo Novais, diretor da �rea das corretoras de im�veis da C�mara do Mercado Imobili�rio e Sindicato das Empresas do Mercado Imobili�rio de Minas Gerais (CMI/Secovi), acredita que nos pr�ximos dias a procura aumente em 15% a 20%. “E, consequentemente, o fechamento de neg�cios, que tamb�m deve crescer nessa mesma taxa”, estima.

Para Ariano Cavalcanti de Paula, presidente do Secovi-MG, “a redu��o de 0,5% nos juros, aliada � amplia��o do prazo de pagamento, reduz significativamente o valor da presta��o, aumentando o acesso ao cr�dito para uma parcela maior de pessoas que antes n�o conseguiam contratar o financiamento”.

Paci�ncia

De olho no benef�cio, o engenheiro Aguinaldo Maia Araujo esperou as regras entrarem em vigor para solicitar o financiamento � Caixa. “Queria ter fechado o neg�cio h� um m�s, mas como ouvi dizer que haveria uma redu��o das taxas, resolvi esperar”, conta. O esfor�o valeu a pena, j� que ele tamb�m ganhou o benef�cio de diluir ainda mais o valor da presta��o. “A minha presta��o caiu R$ 300 por conta da queda dos juros. Estou fechando neg�cio na hora certa”, comemora.

A gerente administrativa D�bora Cunha Nacif Os�rio espera que, com o novo empurr�o, consiga realizar o sonho de comprar um apartamento, expectativa que j� se arrasta por tr�s anos. “Essas mudan�as garantem mais seguran�a na compra, por oferecerem um prazo mais longo. Achei �timo e vou fechar neg�cio”, afirma. As regras valem apenas para os novos contratos e n�o ser�o retroativas. Al�m disso, ser�o aplicadas a financiamentos que utilizem recursos da poupan�a (SBPE), excluindo aqueles que fazem uso do Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS).

Daqui para o futuro
Recursos do GTS na mira

Apesar de as mudan�as anunciadas pela Caixa n�o valerem para financiamento com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS) – que inclui o Programa Minha casa, minha vida –, o assunto est� em discuss�o pelo Conselho Curador do FGTS. Segundo o vice-presidente de Governo e Habita��o da Caixa, Jos� Urbano Duarte, a institui��o j� pediu ao conselho autoriza��o para extens�o do prazo de 35 anos tamb�m para essa modalidade de financiamento. A medida pode ser mais um impulso para que a Caixa feche 2012 com R$ 100 bilh�es em concess�o de cr�dito imobili�rio, superando os R$ 80 bilh�es de 2011.

Novos cortes s�o pouco prov�veis

Apesar das expectativas quanto a novas redu��es das taxas, o gerente regional de habita��o da Caixa em Minas Gerais, Marivaldo Ara�jo Ribeiro, garante que h� pouca margem de manobra para novos cortes. “Existe todo um c�lculo de risco dessa opera��o. Al�m disso, as taxas hoje j� est�o bastante reduzidas”, pondera. Novas redu��es na taxa Selic que est�o sendo esperadas nas pr�ximas reuni�es do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) n�o devem surtir efeito imediato nas linhas de financiamento imobili�rio. “As taxas no mercado comercial, como empr�stimo pessoal, s�o mais atreladas � Selic, o que n�o � o caso da habita��o”, acrescenta Marivaldo.

Ainda segundo o gerente regional de habita��o da Caixa, as mudan�as recentes s� foram poss�veis com a altera��o da base de c�lculo da poupan�a, que passou a remunerar 70% da taxa Selic somada a Taxa Referencial (TR). “Abriu-se espa�o para a redu��o das taxas por conta da queda na remunera��o, mas h� margem muito pequena para novas redu��es. Portanto, quem achar um bom neg�cio agora deve concluir a opera��o”, avalia o especialista.

Apesar de responder por 73% do mercado de financiamento imobili�rio no pa�s, a Caixa n�o � a �nica op��o para quem procura as melhores condi��es de cr�dito habitacional. Para garantir bons neg�cios, � importante negociar com outros bancos, j� que a tend�ncia � de que as demais institui��es financeiras acompanhem o movimento do banco p�blico. A come�ar pelo Santander que, a partir de 6 de julho tamb�m passa a praticar prazo m�ximo de 35 anos para financiamento da casa pr�pria.

No Banco do Brasil, nova pol�tica de reajuste para cr�dito imobili�rio j� est� valendo desde o in�cio do m�s. Para aquisi��o de im�veis com valor de at� R$ 500 mil, por exemplo, a taxa de juros foi reduzida de 10% ao ano mais Taxa Referencial (TR) para 8,9% ao ano mais TR para todos os clientes do banco. Com o pagamento das presta��es em dia, a taxa cair� para 8,4%, podendo chegar a 7,9%, no caso de o cliente manter a conta sal�rio no banco.

Cautela O advogado e presidente da Associa��o Brasileira dos Mutu�rios da Habita��o (ABMH), Leandro Pac�fico, aconselha os interessados em comprar a casa, pr�pria a terem cuidado. “Aquela pessoa que achou o im�vel dos sonhos deve aproveitar o momento. Mas quem ainda vai come�ar a olhar deve ter calma”, afirma. Com o desaquecimento do mercado imobili�rio, o consumidor ganha maior poder de barganha e a possibilidade de garantir melhores negocia��es.

“Essa foi, inclusive, uma das motiva��es para redu��o das taxas: reaquecer o mercado”, pondera. Al�m disso, o ideal � comprometer entre 25% e 30% da renda com a presta��o e tentar quitar a d�vida em um prazo m�dio de 25 anos, o que, segundo estat�sticas da Caixa, � o mais comum. “Hoje, a m�dia do financiamento � de 292 meses, pouco menos de 25 anos”, afirma Marivaldo.
(PT)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)