Os investidores fugiam nesta ter�a-feira das d�vidas de Espanha e It�lia, focando seus temores sobre a crise nesses dois pa�ses ap�s as d�vidas despertadas pelo resgate dos bancos espanh�is e pelo medo de um eventual abandono da Gr�cia do euro.
Quatro dias depois de os pa�ses da Eurozona concordarem em conceder � Espanha uma linha de cr�dito de at� 100 bilh�es de euros (125 bilh�es de d�lares) para recapitalizar os bancos, o aumento das taxas de risco mostra que a tens�o persiste.
Duas d�vidas principais preocupam os investidores: a situa��o da Espanha mesmo ap�s o resgate e as elei��es gregas do pr�ximo domingo, que no pior dos casos podem levar Atenas a sair do euro e retornar ao dracma. "� imposs�vel prever o que acontecer�", diz Edward Hugh, economista independente baseado em Barcelona. "H� este coquetel formado pelas elei��es gregas no pr�ximo final de semana e as declara��es sobre o controle de capitais na Gr�cia e teremos a It�lia de volta � mira dos mercados e as incertezas sobre a Espanha", completa.
Com isso, o rendimento pago pelos b�nus espanh�is a dez anos chegou na manh� desta ter�a-feira a 6,826%, um n�vel recorde e insustent�vel no longo prazo. Tamb�m a taxa de risco do pa�s chegou aos 528,370 pontos. "A situa��o da Espanha � pior que na semana passada", disse um operador, para quem o plano de ajuda anunciado no s�bado n�o tem dissipado os temores sobre a situa��o do pa�s.
Os mercados tamb�m castigam a It�lia, que luta para incentivar o crescimento ao mesmo tempo que lida com uma d�vida de 1,9 trilh�o de euros. Os juros pagos pelos b�nus italianos com vencimento a dez anos tamb�m superaram os 6% nesta sess�o, chegando a 6,19%, contra 6,03% na v�spera, refletindo as d�vidas dos investidores sobre a aplica��o do plano de ajuda europeu para os bancos espanh�is.
Nesse cen�rio e ap�s o leve recuo de ontem, a Bolsa de Madri fechou praticamente est�vel, em alta de 0,09% nesta sess�o. Tamb�m as principais bolsas europeias terminaram o dia com altas modestas, de menos de 1%, � exce��o de Mil�o, que perdeu 0,70%. Longe de contribuir para a calma dos mercados, o resgate da Espanha tem despertado novas d�vidas com rela��o ao impacto do socorro em sua d�vida.
A Espanha espera que o empr�stimo se concretize na pr�xima reuni�o dos ministros de Finan�as do Eurogrupo, de 21 de junho, quando se saber� a quantidade que necessita. Um relat�rio dos analistas do Barclays Capital aponta que um cr�dito de 70 a 80 bilh�es de euros elevaria a d�vida p�blica espanhola entre 7,0 e 7,5 ponto percentual. Ao final de 2011 a d�vida era de 68,5% do PIB.
Neste cen�rio, a d�vida p�blica espanhola pode chegar a 95% em 2015, projetam. O Tesouro espanhol tentou dissipar na segunda-feira a preocupa��o sobre o impacto do resgate na d�vida dizendo que "refor�ar� sua solv�ncia" geral. Outra preocupa��o dos investidores � se o resgate da Eurozona para Espanha vir� do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) ou do Fundo europeu de Estabilidade Financeira (FEEF).
"Caso a quantidade emprestada do MEE exceda os atuais 100 bilh�es de euros, o status de credor preferencial da Espanha limitar� seu acesso ao mercado da d�vida, o que aumentaria a possibilidade de um calote parcial", disse a ag�ncia de classifica��o financeira Standard and Poor's.
Ao anunciar no s�bado a ajuda aos bancos espanh�is, na forma de um cr�dito de at� 100 bilh�es de euros, o Eurogrupo se declarou "confiante de que a Espanha cumpriria seus compromissos de redu��o do d�ficit e de reformas estruturais para corrigir os desequil�brios macroecon�micos".
Em plena recess�o e golpeado por um desemprego recorde de 24,44%, o pa�s se esfor�a por reduzir em 2012 seu d�ficit p�blico a 5,3% do PIB, ap�s apresentar um forte desvio no ano anterior, que levou o d�ficit para 8,9%, empurrado pela m� gest�o das regi�es aut�nomas. O Tesouro espanhol afirmou, por sua vez, que continuar� com seu programa de financiamento, tendo coberto ap�s a �ltima emiss�o da d�vida, na �ltima quinta-feira, 56,8% de sua meta para este ano, de 86 bilh�es de euros.