Est� ficando cada vez mais claro, na avalia��o do economista-chefe do Banco Santander, Maur�cio Molan, que o governo tem preferido recorrer a instrumentos conjunturais a adotar uma pol�tica est�vel de interven��o no c�mbio. Molan, que participou do CFO F�rum 2012, que ocorre nesta quinta-feira na sede da C�mara Americana de Comercio (Amcham), em S�o Paulo, fez esta observa��o ao comentar a altera��o da cobran�a do Imposto sobre Opera��es Financeiras (IOF) incidente em empr�stimos externos.
Segundo decreto publicado nesta quinta-feira, a incid�ncia da al�quota de 6% ocorrer� agora apenas sobre as opera��es de at� 720 dias (dois anos) e n�o mais nas opera��es de mais longo prazo, de at� 1.800 dias (cinco anos).
Para o economista do Santander, um indicativo de medidas de natureza conjuntural � o de que o governo enfrenta um dilema com rela��o ao c�mbio e seus impactos sobre os investimentos. De acordo com Molan, o dilema reside no fato de que os per�odos de investimentos no Pa�s, geralmente, estiveram associados a taxas de c�mbio mais valorizadas.
"Mas, na medida em que o governo passa a adotar pol�ticas para fomentar o enfraquecimento da moeda, como vai compensar os setores que s�o dependentes de insumos importados para fazer seus investimentos?", questiona o economista do Santander. Por isso, segundo ele, o governo tem adotado a tributa��o de IOF como pol�tica cambial com o objetivo de administrar a liquidez interna.
"Se percebe que o mercado de c�mbio caminha para uma liquidez menor e isso pode afetar a capta��o das empresas e financiamento da produ��o interna, assim o governo mexe nas al�quotas de modo a obter os resultados desejados, ao inv�s de adotar uma pol�tica est�vel", disse.
O governo quer um c�mbio mais fraco, afirma Molan, mas n�o deseja um c�mbio enfraquecendo muito rapidamente porque os preju�zos de uma volatilidade sobre a economia seriam mais fortes do que os benef�cios que um c�mbio mais fraco poderia trazer.
"N�o � que o governo se arrependeu, o que ele quer � controlar a volatilidade", disse Molan, ao se referir � mudan�a na cobran�a do IOF sobre as opera��es externas. No Banco Santander, a previs�o de c�mbio � de um d�lar a R$ 1,95 no fim do ano. Para ele, um d�lar neste n�vel exerce um efeito pequeno sobre a infla��o.