M�dicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) participaram de uma audi�ncia p�blica hoje no Senado para pedir melhores condi��es de trabalho e mais seguran�a. A reuni�o foi marcada nesta data para simbolizar o anivers�rio de cinco anos da morte do perito Jos� Rodrigues, de Patroc�nio (MG), que levou tiros de um segurado dentro do pr�prio consult�rio. Desde 2008, foram relatados 102 casos de agress�o.
“N�o adianta um perito atender um segurado que n�o est� tendo um atendimento digno na sociedade. Acaba sobrando para o perito”, disse o presidente da Sociedade Brasileira de Per�cias M�dicas (SBPM), Jarbas Simas.
Tamb�m participaram da audi�ncia representantes da Associa��o Nacional dos M�dicos Peritos da Previd�ncia Social (ANMP), do Conselho Nacional de Medicina (CFM) e o professor da Universidade de Bras�lia (UnB) Wanderley Codo. O INSS n�o enviou representante � audi�ncia, segundo a assessoria, devido a um compromisso na Casa Civil.
De acordo com o presidente da ANMP, Geilson Oliveira, os m�dicos peritos trabalham em dif�ceis condi��es, com constantes amea�as de agress�o, falta de instrumentos e aparelhos e em ambiente que n�o estimula a produtividade. Em muitos casos, os m�dicos t�m de comprar equipamentos de trabalho com o pr�prio sal�rio.
“Em 40 meses, at� fevereiro de 2012, foram mais de 380 exonera��es a pedido dos peritos”, informou o presidente da associa��o. No total, s�o cerca de 4,5 mil peritos em todo o pa�s, respons�veis pela elabora��o de mais de 700 mil requerimentos mensais. No Brasil, o INSS tem cerca de 44 milh�es de segurados. Para Wanderley Codo, da UnB, a falta de estrutura no trabalho causa o adoecimento e o abandono do emprego dos peritos.
Segundo Geilson Oliveira, mil funcion�rios a mais ajudariam a suprir parte das defici�ncias do sistema – um total de 5,5 mil m�dicos. No entanto, o ideal, para ele, seriam 6 mil funcion�rios. O tempo m�dio de espera dos segurados para um atendimento supera 20 dias. Para atender todo o Distrito Federal (DF) e entorno, s�o nove Ag�ncias da Previd�ncia Social (APS).
Por dia, os m�dicos t�m a meta de atender 15 segurados, o que nem sempre � poss�vel de ser cumprido. Al�m dos atendimentos, os peritos t�m de revisar outros benef�cios – como aux�lios por acidente, casos de invalidez e de isen��o de Imposto de Renda.
“Eu trabalho com casos judiciais, que s�o mais complicados, os segurados s�o insistentes. J� fiquei das 9h �s 16h com uma �nica pessoa. J� fomos orientados pela dire��o do INSS a fazer os atendimentos em 20 minutos”, explicou a ex-diretora da ANMP e perita, Ana Maria Facci.
De acordo com a ex-deputada federal e ex-secret�ria de Sa�de do DF a m�dica perita Maninha (PSOL-DF), os parlamentares n�o consideram o investimento na profiss�o uma economia para o Estado. “Precisamos de um porta-voz na Casa. Quem sabe essa audi�ncia abra as portas para os anseios dessa categoria, que tem o poder de gerar economia e evitar fraudes”, disse.
Para ela, o fato de o vice-presidente da Comiss�o Direitos Humanos e Legisla��o Participativa (CDH) senador Paulo Davim (PV-RN) ser m�dico perito faz com que haja esperan�a de que o debate no Senado resulte em a��es pr�ticas.