A greve dos metrovi�rios, que ontem completou um m�s, j� causou um preju�zo de R$ 84 milh�es ao varejo de Belo Horizonte. A cifra, calculada ontem pela C�mara de Dirigentes Lojistas da capital (CDL-BH), corresponde a 4,6% do faturamento do setor e pode interromper – ou pelo menos frear – o percentual de crescimento das vendas no confronto entre o acumulado deste ano e o do mesmo per�odo do exerc�cio passado. No primeiro quadrimestre de 2012, por exemplo, o volume de neg�cios no ramo aumentou 4,16% em rela��o a igual per�odo de 2011, conforme estudo tamb�m divulgado ontem pela entidade.
“No primeiro dia de greve, com a paralisa��o total do servi�o, a CDL-BH calculou que o impacto di�rio no com�rcio seria preju�zo de R$ 4,3 milh�es, o equivalente a 7,06% do faturamento m�dio di�rio do setor, que � de R$ 60,9 milh�es. Com o cumprimento de escala m�nima de trabalho (imposto pela Justi�a), houve redu��o do impacto no com�rcio, passando (o preju�zo) para R$ 2,8 milh�es ao dia. Calculamos, ao longo de um m�s de paralisa��o, perda de R$ 84 milh�es”, lamentou o vice-presidente de Rela��es institucionais da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva.
O com�rcio popular � o que mais sofre com a greve dos metrovi�rios, principalmente os pontos de vendas vizinhos �s esta��es Lagoinha e Central. No Uai Shopping, erguido pr�ximo � esta��o Lagoinha, o movimento de clientes caiu 30%, segundo estimativa da administra��o local. “Nossa m�dia de p�blico (em dias normais) � de 20 mil pessoas. Em raz�o da greve, o p�blico fica menos tempo no Centro da cidade e, automaticamente, compra menos”, lamenta o gerente de Marketing da Rede Uai Shopping, Lucas Malachias.
Na tentativa de amenizar as perdas, o Uai estendeu a campanha programada para o Dia dos Namorados, terceira melhor data do varejo, atr�s do Natal e Dia das M�es, para todo o m�s de junho. “Estamos dando um m�s de academia para quem comprar em junho nas unidades Uai Centro, C�u Azul e O Ponto (Venda Nova). � uma forma de aquecer o movimento e recuperar as vendas”, disse Malachias. O lojista Rafael Andrade, dono da Ao Passo Q,, lamenta a dura��o da greve dos metrovi�rios: “Minhas vendas ca�ram de 10% a 20%”.
Balan�o
Em rela��o ao aumento das vendas apurado no primeiro quadrimestre (4,16%), o vice-presidente da CDL atribui o resultado �s pol�ticas do governo federal de incentivo ao crescimento econ�mico, � estabilidade do emprego e � expans�o da renda das fam�lias brasileiras. “As redu��es cont�nuas da taxa de juros e a amplia��o da oferta de cr�dito para os consumidores impactam diretamente no consumo, e, consequentemente, no crescimento do com�rcio”, acrescentou o empres�rio.
O melhor desempenho, continua ele, veio do setor de papelarias e livrarias (8,89%). Outro ramo que teve bom �ndice foi o farmac�utico (8,4%). J� na compara��o entre abril deste ano e igual m�s de 2011, o aumento nas vendas foi menor (1,27%). Em alguns ramos, por�m, houve crescimento bem acima desse percentual, como no de ferragens, material el�trico e de constru��o (5,12%) e no de m�quinas, eletrodom�sticos, m�veis e lou�as (3,88%). As vendas no acumulado de 12 meses com t�rmino em abril passado subiram 3,01% em compara��o aos 12 meses imediatamente anteriores.
Impulso nas vendas
O volume de vendas no varejo de Minas Gerais cresceu 8,3% no confronto entre o primeiro quadrimestre de 2012 e igual per�odo de 2011. Na compara��o entre abril e mar�o deste ano, o �ndice subiu de 0,9%, subindo para 5,5% quando a base � o mesmo m�s do exerc�cio anterior. No pa�s, a varia��o ficou em 9,2%, 0,8% e 6%, respectivamente. Os n�meros foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).
A entidade informou que, “de maneira geral, o resultado positivo do com�rcio est� associado � amplia��o do cr�dito, aos baixos �ndices de desemprego e ao crescimento dos sal�rios – o rendimento m�dio real do trabalho principal, efetivamente recebido pelos empregados, cresceu, nos �ltimos 12 meses (encerrados em mar�o), 6% no Brasil e 10,5% na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte”. J� as taxas de desocupa��o, em abril de 2012, foram de, respectivamente, 6% e 5%, segundo pesquisa recente do IBGE.
O melhor desempenho no varejo mineiro, no acumulado do ano, foi alcan�ado pelo setor de m�veis e eletrodom�sticos, com percentual positivo de 27,9%. Uma das justificativas � a redu��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a chamada linha branca, como fog�o e geladeira. No Brasil, esse percentual foi de 14,9%.
O indicador combust�veis/lubrificantes, que serve como uma esp�cie de term�metro da economia, pois ajuda a indicar o aumento da frota de ve�culos, subiu 4,4% em Minas, no acumulado dos quatro primeiros meses de 2012, e 3,7% no Brasil. (IPI)