A Espanha teve que pagar juros em forte alta nesta ter�a-feira para emitir mais de 3 bilh�es de euros em t�tulos da d�vida a m�dio prazo, em um claro sinal de que o pa�s, objeto de um resgate europeu para seus bancos, voltou a concentrar as preocupa��es da zona do euro ap�s as elei��es na Gr�cia.
A quarta economia da zona do euro emitiu nesta ter�a-feira 3,04 bilh�es de euros em t�tulos da d�vida p�blica a 12 e 18 meses, com juros em alta expressiva. Os juros foram muito superiores aos pagos na �ltima opera��o similar, em 14 de maio: 5,074% a 12 meses (contra 2,985%) e 5,107% a 18 meses (contra 3,302%).
�nico indicador tranquilizador, a demanda dos investidores foi duas vezes e meia superior � quantidade negociada, com mais de oito bilh�es de euros. A Espanha preocupa os mercados, impacientes por conhecer o valor definitivo que o Eurogrupo deve emprestar ao pa�s para sanear seus bancos, fragilizados desde a explos�o da bolha imobili�ria em 2008.
"O resgate dos bancos espanh�is, ou melhor, a falta de dados concretos sobre o resgate dos bancos espanh�is, est� come�ando a pesar demasiadamente sobre os ombros do Estado e tem se estendido ao mercado de t�tulos juntamente com o temor ao efeito de cont�gio desta intermin�vel crise da d�vida", diz Amilcar Barrios Villonga, respons�vel pela carteira de t�tulos da corretora Tressis.
"At� que se esclare�am os termos do resgate, os mercados de b�nus n�o relaxar�o", dizem os analistas da Link Securities. Principalmente a situa��o do setor banc�rio, fragilizado desde o estouro da bolha imobili�ria em 2008, parece piorar rapidamente. Na segunda-feira, o Banco da Espanha informou que quase um empr�stimo em cada dez (8,72%) � considerado duvidoso, ou seja, com forte risco de n�o ser devolvido.
Caso Madri pe�a a totalidade do pacote dispon�vel, sua d�vida p�blica aumentar� imediatamente em dez pontos percentuais, tocando ao final do ano os 90% do PIB, uma cifra que influenciar� ainda mais a alta dos juros.
Os b�nos do Tesouro espanhol a dez anos, que na segunda-feira superaram pela primeira vez a barreira simb�lica dos 7% no mercado secund�rio, fecharam a ter�a-feira a 6,994%. "� evidente que estes juros s�o proibitivos para qualquer pa�s em financiamentos de longo prazo, mas esperamos que estas tens�es se acalmem a medida que se dissipem as incertezas que existem nos mercados sobre, por exemplo, como ser� o resgate banc�rio espanhol", declarou o porta-voz do comiss�rio europeu de Assuntos Econ�micos, Amadeu Altafaj, a ABC Punto Radio.
Duas auditorias, a Roland Berger (alem�) e a Oliver Wyman (norte-americana), est�o encarregadas de estimar o montante a ser emprestado e o resultado � esperado para quinta-feira no mais tardar. O jornal conservador El Mundo explicava na ter�a-feira, citando fontes pr�ximas a ambas empresas, que cada gabinete realiza sua auditoria de forma independente e que na quinta-feira ser�o comunicadas duas cifras em separado.
A milhares de quil�metros de Madri, o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, e seu ministro de Economia, Luis de Guindos, tentavam nesta ter�a-feira tranquilizar seus s�cios sobre a solv�ncia da Espanha na reuni�o do G20 em Los Cabos (M�xico), que deve gerar uma declara��o conjunta dos dirigentes refletindo sua preocupa��o quanto a economia mundial.
"O que o mercado quer � que o BCE intervenha apoiando a d�vida p�blica perif�rica", como as de Espanha e It�lia, afirmam. Esta interven��o, pedida j� publicamente por Rajoy, foi pedida novamente na segunda-feira por seu ministro da Fazenda, Crit�bal Montoro, no Senado.
"O BCE deve responder com toda firmeza, com toda confian�a, a esses mercados que ainda tentam obstruir o desenvolvimento do projeto comum do euro", afirmou. De momento, a Espanha enfrenta um novo teste nesta quinta-feira, com outra emiss�o da d�vida, na qual tentar� captar at� 2 bilh�es de euros a dois, tr�s e cinco anos.