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Estado de Minas

Cheque sem fundos em rota acelerada

Aumento de endividados leva a expans�o dos borrachudos. Percentual de devolvidos � o maior para maio desde 2009


postado em 21/06/2012 06:00 / atualizado em 21/06/2012 06:45

Mais um �ndice de maus pagadores volta a colocar na berlinda a efetividade das medidas do governo de amplia��o do cr�dito como forma de est�mulo ao crescimento econ�mico. Segundo o Indicador Serasa Experian de Cheques Sem Fundos, o volume de folhinhas devolvidas em maio chegou a 2,20%, somando mais de 1,7 milh�o de unidades do total de 78 milh�es que circularam no com�rcio brasileiro. Esse � o maior percentual registrado para o quinto m�s do ano desde 2009, quando 2,52% dos cheques foram devolvidos. A soma de endividamento em alta, renda comprometida e a comemora��o do Dia das M�es, segunda melhor data de vendas para o com�rcio, justifica o patamar alcan�ado no �ltimo m�s.

Para o economista da Serasa Experian Carlos Henrique de Almeida, o �ndice � mais um sinal da dificuldade dos brasileiros em manter as contas em dia. “O consumidor est� mais endividado, o que acaba sendo um limite natural para a amplia��o do consumo e consequentemente do crescimento econ�mico”, observa Carlos, que acrescenta: “Certamente os incentivos que o governo est� criando para as pessoas irem �s compras ter�o efeito mais retardado diante do comprometimento da renda.”

Somente a partir do pr�ximo semestre os �ndices de inadimpl�ncia devem iniciar trajet�ria gradual de redu��o. “Vivemos um momento de taxas de juros mais baixas que garantem grande oportunidade para que as pessoas negociem suas d�vidas mais caras. � preciso aproveitar este cen�rio”, aconselha Carlos, que acredita em resultados melhores nos �ltimos seis meses do ano. Apesar da libera��o de parcela da renda para consumo, economistas n�o acreditam que os efeitos para o mercado sejam vis�veis ainda este ano, ficando para 2013 a retomada mais efetiva do consumo.

Apesar de cada vez menos aceito, o cheque ainda est� presente em 15% das formas de pagamento realizadas no pa�s, somando mais de 1,1 milh�o de unidades distribu�das no mercado anualmente, segundo dados do Banco Central e da Serasa Experian. Em 2004, esse percentual era de 38%.

Cart�o toma lugar

Entre os segmentos que aboliram o cheque est�o os revendedores de combust�veis. Segundo Arthur Villamil, coordenador do Departamento C�vel Comercial do Sindicato do Com�rcio Varejista de Derivados do Petr�leo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), os baixos valores devidos em cheque n�o compensavam o ajuizamento de cobran�as. “O custo superava o pr�prio valor da d�vida”, explica.

Ao longo dos �ltimos 10 anos, o setor passou a rejeitar a folhinha, que trouxe preju�zos a v�rios empres�rios. Entre eles, a gerente do Posto Wap, no Bairro Cai�ara, Sandra Alves. Ela mostra as caixinhas de sapato recheadas com centenas de cheques sem fundos acumulados desde 2000. “Tem mais de dois anos que n�o aceitamos cheques. Muitos voltavam e n�o consegu�amos receber, j� que n�o valia a pena protestar”, explica. Hoje, s� cart�o de d�bito e dinheiro. “O preju�zo supera os R$ 50 mil”, calcula.

O com�rcio varejista adota uma s�rie de precau��es para evitar o calote. Entre eles, cadastrar o cliente com anteced�ncia. “Hoje h� uma filtragem muito grande para se receber o cheque. Com as alternativas criadas, entre elas o cadastro, a inadimpl�ncia no setor supermercadista est� em menos de 1% ao m�s”, afirma o superintendente da Associa��o Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues. O que n�o diminui a preocupa��o dos empres�rios, que veem as d�vidas migrarem para o cart�o de cr�dito, com juros que ultrapassam 200% ao ano. “Esse � um dinheiro que sair� do consumo e ser� canalizado para o pagamento de contas mais caras”, prev� Rodrigues.


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