Embora a economia nacional esteja em desacelera��o, com o mercado financeiro prevendo o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano em 2,3%, abaixo do apurado em 2011 (2,77%) e em 2010 (7,5%), o consumo da chamada nova classe m�dia projeta um bom resultado para o mercado de microfranquias, considerado um dos principais passaportes para brasileiros que sonham ser donos do pr�prio neg�cio e t�m poucos recursos para investir. A Associa��o Brasileira de Franchising (ABF) estima que o ramo de microfranquias, cujo aporte m�ximo � de R$ 50 mil, deve crescer 20% em 2012.
Em 2011, quando tal mercado faturou R$ 3,9 bilh�es, a alta havia sido de 15% em rela��o ao exerc�cio anterior. “� cada vez mais f�cil deixar de ser empregado para ocupar cargo de gest�o. O empreendedor investe pouco e tem a chance de lucrar de 20% a 30% sobre o faturamento”, propagandeia V�ner Silva, presidente da EcoJardim, especializada em servi�os de jardinagem. Fundada em 2010, a empresa j� conta com 40 franquias no pa�s e exige investimento inicial de R$ 12,5 mil, com estimativa de o faturamento mensal bruto do franqueado girar em torno de R$ 10 mil.
O crescimento do setor no pa�s teve como uma das consequ�ncias a organiza��o de v�rias feiras do ramo. Foi numa delas que a jovem Drielle Bauth, descendente de italianos, decidiu trocar o concorrido est�gio na Fiat Autom�veis para abrir o pr�prio neg�cio. Com a ajuda do pai e do irm�o, ela se tornou uma franqueada da Doutor Resolve, que ocupou a primeira posi��o, no ano passado, entre as marcas que mais “venderam” unidades no Brasil: 352 pontos. Fundada em 2010, a Doutor Resolve, que j� conta com mais de 500 unidades, oferece servi�os de reparos e reformas em im�veis e exige investimento inicial de R$ 38 mil.
“Sempre quis ter uma empresa. Pesquisei o mercado e decidi apostar no ramo de reparo de im�veis porque o setor de constru��o civil est� em alta. Abri a franquia no fim de 2011 e, comparando com o m�s atual, notei um crescimento de 100%”, disse Drielle, que abriu seu ponto de venda no Bairro Riacho das Pedras, em Contagem, na Grande Belo Horizonte, e j� conta com nove funcion�rios. “Os servi�os mais procurados s�o (reparos) na parte hidr�ulica e em alvenaria”, completou a microempres�ria.
A procura pelas microfranquias levou o n�mero de marcas a saltar de 213, em 2010, para 336 em 2011 (aumento de 57%). Atualmente, elas respondem por 17% do total de marcas do mercado de franchising, que engloba empreendimentos de todos os portes. Em rela��o ao faturamento, o percentual � de 4% (R$ 3,9 bilh�es). O mercado geral de franquias, levando-se em conta as micro e grandes, tamb�m fechou 2011 em alta, com faturamento de R$ 88,8 bilh�es, o que corresponde a um �ndice de 17% maior do que o de 2010.
Beleza
A franqueada Mirian Gl�ria Greco, que h� tr�s anos fechou contrato com o Instituto Embelleze, que atua na forma��o de profissionais para a �rea de beleza, observou que seu neg�cio, na Rua Padre Pedro Pinto, em Venda Nova, viu triplicar o n�mero de alunos nos �ltimos 36 meses. “Eram 180 clientes e, hoje, temos 600”, comemora a empres�ria, cujo aumento nos neg�cios a obrigou a transferir sua escola de endere�o: “Nosso espa�o atual tem 400 metros quadrados. At� meados de agosto, estaremos no UAI Shopping O Ponto, na mesma via, mas com 200 metros quadrados a mais. Nossa meta � chegar a 1 mil alunos at� o fim de 2013”.
Um dos atrativos do mercado de franchising � o respaldo do franqueador. “Quem atua no segmento de franquias tem v�rios pontos favor�veis, pois o investimento em treinamento e planejamento estrat�gico para o neg�cio � oferecido pelo franqueador”, avalia o economista da Fecom�rcio Minas, Gabriel Andrande Ivo. Por outro lado, a “fiscaliza��o” do dono da marca tamb�m � r�gida.