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Estado de Minas

Combust�vel vai brecar a redu��o da infla��o

Governo confirma perspectiva de reajuste da gasolina. se aumento for de 10%, impacto sobre �ndice de pre�os vai ser mais de duas vezes superior ao IPCA-15 de 0,18% em junho


postado em 22/06/2012 06:00 / atualizado em 22/06/2012 06:53

Sem confirma��o de percentual ou data, o reajuste de pre�os da gasolina e do diesel pela Petrobras � uma quest�o de tempo. Segundo a presidente da estatal Gra�a Foster, a medida � necess�ria diante dos planos de investimento da empresa para os pr�ximos cinco anos. “Estamos estudando o percentual. Interessa � Petrobras que o consumidor brasileiro continue tendo condi��es de consumir volumes crescentes para que a gente tenha melhores resultados”, avaliou. Inicialmente sem previs�es de mudan�a para este ano, o pre�o do combust�vel passou a ser discutido com mais afinco � medida que a infla��o apresentou sinais de que convergiria para o centro da meta de 4,5% estipulada pelo governo.

Respons�vel por 4% da forma��o do �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), �ndice oficial de infla��o composto por cerca de 300 itens, a gasolina tem fortes impactos na cadeia de suprimentos e transporte brasileira. Se aplicada a taxa de reajuste de 10%, como ventilado pelo mercado, o IPCA sofreria contribui��o de 0,4 ponto percentual apenas da gasolina. O valor representa mais de duas vezes o resultado do IPCA-15 – pr�via da infla��o oficial – divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), que fechou junho em 0,18%.

“Em Belo Horizonte o peso seria ainda maior, j� que, aqui a gasolina responde por 4,72% do IPCA”, calcula o analista do IBGE em Minas Gerais Ant�nio Braz. Isso significa que, na capital mineira – atualmente com a terceira maior infla��o acumulada no ano entre as 11 capitais pesquisadas – os reflexos da alta chegariam a quase 0,5 ponto percentual. Mas a eleva��o de custos n�o pararia por a�. Caso o diesel sofra o mesmo reajuste, os impactos ser�o sentidos imediatamente pelo setor de log�stica e transporte.

“Qualquer aumento vai refletir no custo. Atualmente, o combust�vel responde por um ter�o do custo do frete, portanto, uma alta de 10% pode refletir em ajuste de 3% a 3,5% em m�dia nos valores praticados pelas transportadoras”, calcula o presidente da Federa��o das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg) Vander Francisco Costa. A categoria ainda est� em per�odo de data-base, com expectativa de eleva��o dos sal�rios na casa dos 7%. “Nesse caso, a folha representa de 10% a 15% dos custos do frete, o que deve significar 0,7% de eleva��o dos valores cobrados. Se sair  com a alta do diesel ser� bom para fazermos apenas uma negocia��o com as empresas”, avalia Vander.

Indiretamente, qualquer alta nos pre�os dos combust�veis ter� reflexos em v�rios setores, sem que seja poss�vel mensurar todos os desdobramentos na infla��o. “O efeito multiplicador � muito grande. Todos os setores prestadores de servi�os ter�o necessidade de fazer ajustes dos pre�os”, avalia o professor do Laborat�rio de Finan�as da Funda��o Instituto de Administra��o (FIA) Jos� Roberto Sav�ia. Pelas consequ�ncias que deve trazer ao mercado, Sav�ia avalia que este n�o � o momento para eleva��o de custos. “Precisar�amos esperar mais alguns sinais de que a infla��o manter� o curso atual. N�o apenas o belo resultado do IPCA-15 de junho, mas um cen�rio de continuidade para termos seguran�a de que realmente estamos em um processo de converg�ncia para um patamar mais baixo”, avalia o especialista.

O ideal seria postergar para o �ltimo trimestre do ano qualquer altera��o em um dos itens de maior relev�ncia para os �ndices inflacion�rios. “Mas existem an�lises distintas que mostram que uma redu��o mais r�pida da infla��o em dire��o ao centro da meta poderia abreviar esse intervalo”, avalia Sav�ia.

Em an�lise
O ministro de Minas e Energia, Edison Lob�o, disse ontem que n�o h� decis�o no governo sobre a eleva��o do pre�o da gasolina. “A gente vai avaliando, e estudando, e fazendo c�lculos poss�veis (sobre o impacto) na infla��o, mas fazemos isso h� muito tempo”, garantiu.

A utiliza��o da Contribui��o de Interven��o no Dom�nio Econ�mico (Cide) como ferramenta de manobra para reduzir o impacto de um eventual aumento foi cogitada por Lob�o, apesar de o ministro considerar que qualquer a��o nesse sentido reduziria a possibilidade de o governo ter mais espa�o no futuro para usar a Cide para regular os pre�os. “Esgota-se, com isso, a Cide”, ponderou.

O pre�o da gasolina n�o tem reajuste para os consumidores desde setembro de 2005, quando houve alta de 10%, integralmente repassada. J� o diesel foi reajustado para baixo (queda de 10,5%) em junho de 2009. Todas as altera��es depois disso foram “amortecidas” pela Cide, o que representou uma ren�ncia fiscal do governo em favor da Petrobras para que o pre�o n�o contaminasse a infla��o. Diante do longo tempo de estagna��o, a presidente da Petrobras, Gra�a Foster, ainda argumentou que o reajuste seria importante para corrigir a defasagem do pre�o dos combust�veis em rela��o ao mercado internacional. (Com ag�ncias)

 


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