
Al�m do plano, o governo vem desenvolvendo estudos para desonerar o setor, reduzindo tributos sobre hot�is e passagens a�reas, por exemplo. "Estamos discutindo com o Minist�rio da Fazenda as formas de fazer isso e a expectativa � que as medidas sejam anunciadas no segundo semestre", disse o ministro do Turismo, Gast�o Vieira.
Ele, no entanto, admite que estimular o turismo interno � um desafio, especialmente quando comprar um pacote de viagem para o Nordeste, hoje, � mais caro do que viajar para Miami, nos Estados Unidos. Vieira revelou para a reportagem reconhecer que o Brasil est� cada vez mais proibitivo para turistas brasileiros e estrangeiros devido aos altos pre�os de hot�is, passagens a�reas, restaurante e t�xis. Um dos vil�es dessa hist�ria foi a queda do d�lar, que chegou a R$ 1,60 no ano passado, mas voltou a subir e hoje est� acima de R$ 2.
N�o � toa, a entrada de estrangeiros no pa�s est� estagnada em torno de 5 milh�es por ano desde 2010. O n�mero de turistas dos Estados Unidos, por exemplo, caiu quase 8,24% no ano passado. Com tudo isso, o d�ficit no turismo brasileiro � crescente e gira atualmente em torno de US$ 11 bilh�es. "O brasileiro � um dos que mais gastam no exterior nesse mundo em crise. Nos EUA, o gasto m�dio � US$ 5 mil", lembra Vieira.
O pontap� inicial para fazer o Brasil galgar degraus no ranking do turismo mundial, segundo Vieira, ser� a Copa do Mundo de 2014. At� l� o crescimento do setor est� garantido, mas o desafio ser� manter o fluxo, de forma sustent�vel, ap�s o maior evento futebol�stico do planeta. "As Olimp�adas de 2016 v�o ajudar, mas � preciso tra�ar planos de longo prazo e dar seguran�a aos investidores que quiserem apostar na constru��o de novos hot�is nas cidades onde os jogos ocorrer�o", destaca.
Pelas estimativas do minist�rio, a Copa vai atrair tr�s milh�es de turistas para as 12 capitais que sediar�o os jogos, dos quais 600 mil estrangeiros. "O volume de neg�cios nesse per�odo girar� em torno de R$ 18 bilh�es", afirma Vieira, valor altamente significativo para um setor que fatura R$ 30 bilh�es por ano. "A Copa � um evento espec�fico e n�o dever� ser afetada, mesmo com a atual crise na Europa. Envolve um tipo de sentimento que n�o est� no cotidiano", diz ele. "A prova disso � que 50% dos ingressos colocados pela Fifa em 36 pa�ses j� foram vendidos, superando as expectativas dos organizadores", completa.
Competitividade
O Minist�rio do Turismo vem discutindo com outros �rg�os do governo um conjunto de a��es para diminuir o custo e aumentar a competitividade do setor hoteleiro para receber turistas a pre�os mais razo�veis. No pr�ximo dia 27, o ministro Gast�o Vieira tem uma reuni�o com donos de hot�is e resorts e com t�cnicos do Minist�rio de Minas e Energia (MME) para discutir a mudan�a na tarifa��o da energia el�trica desses estabelecimentos. "Hoje eles pagam pelo pre�o fixo de consumo, como a ind�stria. Mas querem pagar por aquilo que consumirem, como o cliente residencial. Essa pauta tem muito sentido e pode ser atendida", afirma Vieira.
Outra medida em estudo � a isen��o do Imposto de Importa��o para equipamentos de parques tem�ticos. "Hoje, eles pagam a al�quota cheia (35%) sem que haja um similar nacional", critica. O ministro revela ainda que tamb�m pretende acelerar o a deprecia��o dos equipamentos utilizados pelos hot�is. "Essa ser� uma vantagem cont�bil", destaca. Segundo ele, outro objetivo � transformar o turismo em uma atividade de com�rcio exterior para que tenha os mesmos benef�cios dados aos exportadores, como isen��o de impostos e cr�dito de adiantamento � exporta��o facilitado.
Al�m disso, os turistas, como no exterior, teriam descontos nas lojas e devolu��o de impostos. "Sei que isso dever� demorar, mas � necess�rio que comece a ser discutido", afirma Vieira. Na �rea de desonera��o tribut�ria, os minist�rios do Turismo e da Fazenda discutem a redu��o do PIS e da Cofins na opera��o das companhias a�reas. Hoje, esses dois tributos representam 18% dos custos. Com os estados, a ideia � negociar a redu��o do Imposto sobre a Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS) que incide no querosene de avia��o. "Precisamos iniciar as negocia��es, que dever�o ser bem longas", completa.
O minist�rio tamb�m pretende ampliar a capacita��o de profissionais — 240 mil est�o em curso e novas vagas ser�o abertas — e fazer parcerias com a iniciativa privada. Al�m disso, uma das principais discuss�es � a diversifica��o do turismo no Brasil. "Al�m do turismo de neg�cios, h� grande potencial no de aventura. � preciso trabalhar na certifica��o desses segmentos, assim como bares e restaurantes, observa. "A nossa ideia � chegar a 10 milh�es de turistas em 2017. Para isso, � preciso trabalhar duro e melhorar toda a cadeia produtiva do setor."