Apesar da alta de mais de 20% na cota��o da moeda norte-americana nos �ltimos quatro meses, o c�mbio mais alto at� agora n�o influenciou a infla��o. A pr�via da infla��o oficial continua em queda, e as estimativas das institui��es financeiras cada vez mais se aproximam do centro da meta de 4,5% para o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA).
Segundo economistas, a disparada do d�lar n�o teve impacto sobre os pre�os por dois motivos. Primeiramente, a queda do pre�o internacional das commodities (alimentos e min�rios com cota��o internacional) compensou a deprecia��o cambial. Al�m disso, a desacelera��o da economia inibe os empres�rios de repassar os custos da alta da moeda norte-americana.
Na avalia��o de Curado, a desvaloriza��o t�o expressiva do real foi poss�vel justamente porque a infla��o est� em queda. Segundo ele, se o governo n�o tivesse interferido no c�mbio, a redu��o dos �ndices de pre�os seria ainda maior. “Com o PIB [Produto Interno Bruto] estagnado h� dois semestres, as empresas, principalmente do setor de servi�os, est�o segurando os pre�os”, diz.
O economista e ex-diretor do Banco Central Carlos Eduardo Freitas tamb�m reconhece que a desacelera��o da economia est� compensando as press�es sobre a infla��o. Ele, no entanto, adverte que o d�lar mais alto ter� impacto sobre os pre�os internos assim que o PIB voltar a crescer. “Para este ano, acredito que a infla��o dever� fechar pr�xima do centro da meta, mas, a partir de 2013, certamente haver� algum repasse se a economia voltar a se acelerar.”
Na �ltima sexta-feira (22), o d�lar comercial fechou cotado a R$ 2,06. O valor � 21% maior do que a cota��o mais baixa registrada neste ano: R$ 1,699, em 28 de fevereiro. Apesar disso, o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), considerado a pr�via da infla��o oficial medida pelo IPCA, apresentou forte queda e registrou 0,18% em junho, contra 0,51% em maio. Ao mesmo tempo, as proje��es do boletim Focus (pesquisa semanal do Banco Central com institui��es financeiras) apontam que o IPCA fechar� 2012 em 5%, pr�ximo do centro da meta (4,5%).