
Foi o casamento entre esses dois cen�rios que levou o propriet�rio do restaurante L’Astigiano, Paolo Resmini, a contratar os gar�ons italianos Giorgio Urbani e Antonio Romano este ano. “Eles bateram na nossa porta � procura de emprego e foram contratados”, conta Resmini. “Sem contar que eles contribuem de uma forma inequ�voca para trazer um peda�o da It�lia para o restaurante, especializado na cozinha do pa�s. Os clientes sentem prazer em frequentar um ambiente mais genu�no”, acrescenta.
A forma��o dos profissionais, que t�m experi�ncia em diversos restaurantes mundo afora, foi outro ponto a favor, deixando a dificuldade com o portugu�s em segundo plano. Tanto Giorgio quanto Antonio s�o casados com belo-horizontinas e, logo que conseguiram a carteira de trabalho, foram em busca da vaga. “Selecionei os restaurantes italianos e fui atr�s. Em uma semana fui contratado”, garante Antonio. Para Giorgio, que foi contratado como gerente, o Brasil � atualmente o pa�s das oportunidades, fator que sempre considera ao sair de um lugar para outro. “J� trabalhei na Irlanda, Estados Unidos e Austr�lia e, hoje, moro no Brasil por isso. Corro atr�s do boom econ�mico e, nesse ponto, o Brasil est� bombando”, fala sorridente.
O propriet�rio do restaurante e casa de shows espanhola Sole� Tablao Flamenco, Reginaldo Jimenez, reconhece o perfil dos estrangeiros que desembarcam por aqui. “Os profissionais que buscam trabalho s�o arrojados e sempre v�o onde o dinheiro est�. Nesse caso, a bola da vez � o Brasil, que receber� nos pr�ximos anos dois grandes eventos”, afirma, citando a Copa do Mundo de 2014 e as Olimp�adas em 2016.
� dos Piigs (Portugal, It�lia, Irlanda, Gr�cia e Espanha) – pa�ses que est�o no olho do furac�o da crise europeia – que v�m os principais candidatos a emprego. Entre eles o portugu�s Ricardo Manoel Mota Martins, de 42 anos, que desembarcou no pa�s em outubro do ano passado com a esposa brasileira e o filho para tentar a vida por aqui. Em Lisboa, para sustentar a fam�lia, chegou a trabalhar durante o dia como forneiro de uma padaria e � noite como gar�om de um restaurante.
“Como as coisas foram ficando dif�ceis por causa da crise, resolvemos vir tentar encontrar emprego aqui”, lembra. Em menos de um m�s, Martins recebeu duas ofertas de trabalho. “No Cocana Beer, onde trabalho, teria a fun��o de gar�om, mas eles viram que com minha experi�ncia poderia atuar como gerente”, conta.
Demanda
Reginaldo Jimenez conta que pelo menos uma vez por semana � procurado pelos pr�prios clientes, que s�o de outras nacionalidades, e por profissionais que querem trabalhar no estabelecimento. “J� recebi espanh�is, italianos e uma francesa. Eles est�o em busca de aventura no pa�s e aceitam o trabalho de gar�om”, explica. Os pedidos de emprego tamb�m v�m por e-mails e pelas redes sociais.
Na Associa��o dos Gar�ons e Profissionais Similares de Minas Gerais (AGPS-MG) o movimento tamb�m � recente. “Nos �ltimos dois meses, recebemos pessoas de outros pa�ses interessados em se colocar no mercado”, conta o presidente Carlos Fernando da Silva. Para ele, a concorr�ncia � positiva, desde que os efetivados sejam da �rea. “Est�o chegando pessoas com n�vel mais elevado, de pa�ses como Espanha e Portugal, j� que o mercado de l� est� fechado”, observa.
O diretor-executivo da Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG), Lucas P�go, reconhece que o movimento de contrata��o de estrangeiros, e at� mesmo profissionais de outros estados, � crescente. “Belo Horizonte est� sofrendo uma escassez de m�o de obra terr�vel. O maior indicador disso s�o as placas de an�ncio nas portas dos bares e restaurantes. Por isso criam-se outras alternativas”, afirma P�go.
Legalidade
Documentos
» Registro Nacional de Estrangeiro (RNE) ou protocolo entregue pela Pol�cia Federal
» Cadastro da Pessoa F�sica (CPF) obtido por meio do preenchimento de um formul�rio dispon�vel nas ag�ncias dos Correios, Banco do Brasil ou da Caixa Econ�mica Federal
» Com esses documentos, os imigrantes podem solicitar a Carteira de Trabalho emitida pelas Superintend�ncias Regionais do Trabalho e Emprego ou ger�ncias e ag�ncias regionais do Trabalho e Emprego