Depois de trabalhar boa parte da vida numa firma que desenvolve sistema para locadoras de diferentes produtos, o analista Luiz Carlos Martins de Oliveira, de 51 anos, decidiu montar o pr�prio neg�cio. Ele pesquisou as tend�ncias do mercado globalizado, a concorr�ncia em v�rios setores e concluiu que a melhor aposta seria faturar com alugu�is de tablets e acess�rios. “� um mercado promissor, pois s�o aparelhos que est�o em alta”, justificou o empreendedor, dono da loja virtual alugueumtablet.com.br, a primeira do g�nero em Belo Horizonte, inaugurada h� dois meses. Luiz se inspirou nos jovens paulistanos Guto Ramos e Rony Breuel, ambos de 25, pioneiros neste tipo de servi�o no Brasil.

A dupla � dona da BR Mobile, aberta em abril de 2011 e cujo faturamento, nos primeiros 12 meses de opera��o, atingiu R$ 1 milh�o. Guto e Rony, ambos graduados em administra��o, estudam montar duas filiais no pa�s: uma no Rio Grande do Sul e outra em Belo Horizonte. “Nossa meta � dobrar o valor no segundo ano. O mercado vai muito bem. Quando montamos a BR Mobile, ocup�vamos uma sala de 18 metros quadrados no Bairro Itaim Bibi. Agora estamos na Vila Ol�mpia, num espa�o de 100 metros quadrados”, conta Rony, que come�ou a explorar o mercado com apenas seis tablets. Hoje, a BR Mobile tem mais de 250 aparelhos.
O pioneirismo dos dois jovens vem despertando o esp�rito empreendedor em moradores de S�o Paulo e de outros estados. Em Minas, Luiz Carlos deseja alcan�ar o mesmo sucesso dos rapazes. A receita para isso, explica, � dedica��o, experi�ncia em lidar com clientes e conhecer a fundo as vantagens do neg�cio. Ele explica que os principais consumidores desse tipo de servi�o s�o pessoas jur�dicas: “Elas alugam os aparelhos por alguns dias. S�o usados em eventos, reuni�es, treinamentos”. Pessoas f�sicas tamb�m buscam esse tipo de servi�o.
P�blico Em S�o Paulo, por exemplo, cresce a demanda por aluguel entre estudantes que usam o aparelho por apenas um dia para auxili�-los em apresenta��o de trabalhos e defesas de disserta��es e teses. O pre�o do aluguel n�o � alto (se comparado ao valor de venda)”. Na alugueumtablet, a di�ria de um iPad 2/Apple, de 16G, com 3G, wi-fi, bluetooth, USB, GPS e 9,7 polegadas, sai R$ 17,90 na loja virtual de Luiz Carlos. Quem deseja comprar o mesmo aparelho pagar�, em m�dia, R$ 1,5 mil. H� dois meses, em Curitiba (PR), Robinson Caserta, de 44, fundou a loja virtual tabrent.wix.com.
L�, o aluguel mensal de um iPad 2 sai a R$ 675. “Se o per�odo de 30 dias for suficiente para a pessoa (fazer seu trabalho), a economia ser� boa. Afinal, um equipamento novo custa cerca de R$ 1,5 mil. A economia, portanto, ser� de R$ 825”, calculou o empres�rio, que tamb�m atua como corretor de im�veis. “Estou conseguindo acumular as duas tarefas.”
Especialistas destacam que, financeiramente, o aluguel pode n�o ser vantagem para o contratante se o desejo for alugar o aparelho por tr�s meses ou mais, pois o pre�o do servi�o ser� superior ao de um novo equipamento. Por outro lado, caso o equipamento seja usado constantemente, o aluguel por tempo superior a tr�s meses pode ser vantagem. Isso porque contratos dessa natureza eliminam o custo de manuten��o com os equipamentos, al�m de garantir a reposi��o de outra unidade em caso de defeito.
Pesquisa V�rios estudos mostram que os tablets n�o s�o usados apenas para a vida pessoal. Levantamento divulgado h� dois meses pela Accenture revelou que o Brasil � o pa�s com maior percentual de donos desses aparelhos que tamb�m os usam profissionalmente. Aqui, o �ndice foi de 61%. J� o percentual m�dio nos 10 pa�ses em que a pesquisa foi realizada � de 5%. Entre as principais justificativas para a aquisi��o dos tablets est�o a portabilidade (� f�cil de serem transportados), a inova��o e ser mais funcional do que um telefone m�vel.
Palavra de especialista
Pedro Martins Parreira, consultor, diretor da Parcon e mestre em Economia de Empresas
Inovar � preciso
“Esse case da BR Mobile reflete uma tend�ncia do mercado atual. O neg�cio n�o se desenvolve apenas pelos recursos financeiros e materiais. Cada vez mais � necess�rio um grau de conhecimento e inova��o elevado. O que passa a definir o crescimento das empresas s�o dois fatores: o produto/servi�o inovador ou uma gest�o inovadora. Para os novos empreendedores, � importante estar atento ao mercado, � concorr�ncia e ainda a erros comuns nas m�dias empresas, que v�o desde as falhas na precifica��o, a falta de qualidade no produto/servi�o e podem minimizar lucros e at� derrubar boas ideias.”