A Uni�o Europeia (UE) pediu nesta ter�a-feira que a Argentina corrija suas pol�ticas comerciais "pouco amig�veis" com os investidores, pois estas prejudicam as negocia��es dos europeus com o Mercosul. H� muita preocupa��o com a decis�o da Argentina de "aprovar pol�ticas comerciais n�o muito amig�veis, que tiveram um forte impacto tanto em n�s europeus, como em pa�ses como Brasil e Uruguai", advertiu Jo�o Aguiar Machado, diretor-geral adjunto de Com�rcio comunit�rio e l�der da equipe negociadora europeia com o Mercosul.
"Estas pol�ticas n�o levam a lugar algum", criticou Aguiar Machado. "Entorpecem tanto nossas negocia��es com o Mercosul como as negocia��es que s�o realizadas dentro do bloco sul-americano", afirmou. "Refletem algumas decis�es que n�o nos preocupam muito; essas pol�ticas n�o s�o sustent�veis no longo prazo", disse.
A Uni�o Europeia (UE) e os Estados Unidos denunciaram o governo de Cristina Kirchner pelas barreiras protecionistas erigidas, segundo a presidente argentina, para defender "o emprego e a produ��o" de seu pa�s. Em 25 de maio, a UE denunciou a Argentina na OMC pelas "restri��es" �s importa��es que provocam um "dano real" � economia europeia, e convidou outros pa�ses a se unirem a esta cruzada.
De qualquer forma, Aguiar assegurou que a UE tentar� alcan�ar o quanto antes um acordo com o Mercosul e com todos os pa�ses que o integram, ao afirmar que no momento n�o est� prevista a possibilidade de excluir a Argentina. "O Mercosul � para a UE o pr�mio mais importante; seria o acordo comercial de mais sucesso (dos que realizei na regi�o), mas tamb�m foi at� agora o que nos deu mais trabalho", disse Aguiar Machado.
"Contamos com o Brasil, que assume a presid�ncia tempor�ria do bloco, para que d� um impulso �s negocia��es". "O Brasil � o �nico que pode impulsion�-las", declarou. Tamb�m rejeitou a possibilidade de acordos bilaterais, como poderia ser o caso de um acordo com o Brasil, afirmou.
A Argentina tem como objetivo controlar o fluxo de importa��es para seu territ�rio, como forma de proteger seu super�vit comercial, principal fonte de moedas do pa�s, cujo acesso aos mercados de cr�dito internacionais s�o limitados desde o default de 2001.
A Argentina tamb�m criou pol�mica com os europeus ao anunciar a expropria��o de 51% da companhia petrol�fera YPF, filial da espanhola Repsol. As medidas argentinas, que incluem, entre outras coisas, declara��es juramentadas de importa��o que atrasam a entrada de produtos, t�m causado tens�es com seus parceiros do Mercosul.
Apesar deste caso particular, o funcion�rio reconheceu que o investimento europeu na Am�rica Latina cresceu "extraordinariamente" e at� manteve o ritmo, apesar da crise da d�vida. "O investimento da Uni�o Europeia (UE) na Am�rica Latina tem crescido dramaticamente nos �ltimos anos para se tornar o primeiro investidor na regi�o", disse Aguiar Machado.
De acordo com o �ltimo relat�rio da Cepal, o investimento estrangeiro direto (IED) na Am�rica Latina e no Caribe em 2011 atingiu o recorde de 153,448 bilh�es de d�lares, impulsionado pelo dinamismo dos mercados dom�sticos e do pre�o elevado dos recursos naturais. Quanto � origem do investimento, 39% vieram de empresas da Uni�o Europeia (UE), especialmente da Espanha, que foi respons�vel por 14% do total de IED na regi�o.