
Enquanto a ind�stria patina no Brasil, levando muitas organiza��es a rever investimentos j� anunciados, moradores de Pouso Alegre, no Sul de Minas Gerais, comemoram a chegada de grandes empreendimentos do setor, cujos aportes prometem dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) da cidade, at� o fim de 2013, para R$ 5,7 bilh�es. A joia da nova economia do munic�pio, a 390 quil�metros de Belo Horizonte, � a chinesa XCMG (Xuzhou Construction Machinery Group), 10ª maior montadora de m�quinas pesadas para a constru��o civil, como guindastes do mundo. A asi�tica ergue uma f�brica or�ada em R$ 334 milh�es num terreno de 800 mil metros quadrados, onde v�o trabalhar pelo menos 1 mil pessoas.
Outros empreendimentos de peso tamb�m v�o fomentar o desenvolvimento por aqulelas bandas. A indiana ACG, produtora de c�psulas para a ind�stria farmac�utica, vai desembolsar R$ 68 milh�es em sua primeira unidade fora do pa�s de origem. A inaugura��o deve ocorrer no segundo semestre de 2013, quando 75 funcion�rios devem ser contratados. A Restoque, confec��o feminina, vai investir R$ 37 milh�es. A f�brica deve entrar em opera��o at� o fim do pr�ximo ano, com 340 vagas de emprego geradas. J� a Engemetal, do ramo de estruturas met�licas, aplicar� R$ 5 milh�es com a promessa de 100 novas vagas. A planta ser� inaugurada at� junho de 2013.
O boom industrial na cidade vem levando uma romaria de trabalhadores a Pouso Alegre. A t�tulo de ilustra��o, o percentual de vagas formais geradas na cidade nos �ltimos 12 meses, no per�odo encerrado em maio passado, foi de 8,14%, segundo o �ltimo balan�o do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Minist�rio do Trabalho e Emprego (MTE). O �ndice supera, no mesmo intervalo, os indicadores apurados em Belo Horizonte (5,09%), em Minas Gerais (4,23%) e no Brasil (4,32%). O indicador da cidade representa, em n�meros absolutos, a absor��o de 3.073 trabalhadores. A maioria (1.166) foi contratada pela ind�stria de transforma��o, como a de vestu�rio. Nesse ramo, por exemplo, a Isofilme, que abriu as portas no �ltimo dia 4 de junho, depois de investir R$ 108 milh�es numa f�brica, contratou 63 funcion�rios.
“As oportunidades de emprego est�o boas na cidade”, garante Heitor Ribeiro do Vale e Silva, de 33 anos. Em 2008, ele deixou Pouso Alegre e se mudou para S�o Paulo em busca de melhor oportunidade no mercado de trabalho. Em julho de 2011, por�m, ele aproveitou a chegada da Rexan, que havia aberto uma fabrica de embalagens de alum�nio em sua terra natal h� seis meses, e se candidatou a uma vaga para supervisor de melhoria cont�nua: “N�o pensei duas vezes em voltar para minha cidade.”
Vantagens
Mas o que desperta o interesse de grandes empresas na cidade? A resposta, na ponta da l�ngua, � do secret�rio de Desenvolvimento Econ�mico do munic�pio, Renato Torres: “Temos um entroncamento rodovi�rio invej�vel (BRs 381 e 459 e MGs 179, 173 e 290), m�o de obra qualificada e �reas dispon�veis”. At� pouco tempo, o munic�pio de Extrema era o preferido das grandes empresas, pois, tamb�m cortado pela 381, oferece incentivos fiscais e est� a cerca de dois quil�metros da divisa com S�o Paulo. “Hoje n�o h� mais �rea dispon�vel em Extrema. Os pontos fracos de Extrema s�o nossos pontos fortes: temos, por exemplo, grandes �reas dispon�veis e somos a �nica cidade do Sul de Minas abastecida com duas subesta��es da Cemig”, completou Torres.
Por �reas dispon�veis entenda-se terrenos e vantagens oferecidas, tanto pela prefeitura quanto pelo estado, em isen��o ou redu��o de impostos. A chegada das ind�strias, acrescentou o secret�rio, promete mudar o perfil do PIB de Pouso Alegre. Atualmente, a dupla com�rcio/servi�os representa 51,5% das riquezas do munic�pio, enquanto a ind�stria abocanha 41,5% e o agroneg�cio 7%. “Em 2013, esses percentuais estar�o diferentes, com a ind�stria ultrapassando com�rcio e servi�os na composi��o do PIB.”
Cintur�o chin�s
A chegada da XCMG a Pouso Alegre deve provocar uma invas�o chinesa no Sul de Minas Gerais em 2013, quando a empresa asi�tica entrar em opera��o. Seis fornecedoras, tamb�m chinesas, est�o negociando com a prefeitura local. A administra��o municipal n�o revela os nomes das empresas, mas confirma que representantes asi�ticos estiveram na cidade no fim de maio para oficializar o interesse de se instalar na regi�o.
“Agendamos outras reuni�es para julho. Ainda n�o discutimos (a quantidade de) gera��o de emprego. Por enquanto, estamos negociando incentivos (fiscais) e �reas (para constru��o das f�bricas)”, resumiu o secret�rio Renato Torres. A forma��o desse cintur�o de fornecedores, inclusive, foi acertada entre a prefeitura e a XCMG quando foi firmado o compromisso de instala��o da montadora.
� montadora, a prefeitura concedeu isen��o, por cinco anos, do Imposto Territorial e Predial Urbano (IPTU) e do Imposto sobre Servi�o de Qualquer Natureza (ISSQN). Tamb�m liberou a empresa do Imposto sobre Transmiss�o de Bens Im�veis (ITBI), al�m de doar � montadora uma parte do terreno – 225 mil dos 806 mil metros quadrados.
O futuro cintur�o em volta da XCMG e a chegada de outras ind�strias ao munic�pio v�o beneficiar o com�rcio e o setor de servi�os. V�rios empres�rios do varejo, por exemplo, ampliam seus investimentos ou pesados recursos em novos empreendimentos para atender a crescente demanda. Hoje, por exemplo, ser� lan�ada a pedra fundamental da constru��o de um shopping na cidade, o Serra Sul, que deve gerar 1,5 mil empregos. O empreendimento est� or�ado em R$ 78 milh�es. (PHL)