Na tentativa de retomar a fatia do mercado que perdeu nos primeiros meses do ano para companhias de menor porte, a Gol lan�ou ontem uma promo��o que permite ao usu�rio do programa de relacionamento Smiles comprar milhas para complementar o total necess�rio para viajar um trecho. Mas � poss�vel aproveitar os pacotes para baratear viagens. Os voos de ida e volta entre Belo Horizonte e Fernando de Noronha, por exemplo, que t�m pre�o semelhante ao de uma viagem para Europa, podem sair por menos da metade do valor. Em contrapartida, � bom ficar atento: para Buenos Aires, pode custar 83% mais.
No Brasil, o maior concorrente � o TAM Fidelidade M�ltiplos. Companhias a�reas menores, como a Trip e a Azul, tamb�m t�m programas de milhagens.
O novo produto do Smiles, adotado no exterior pela Lufthansa, British Airways e American Airlines, entre outras, permite ao usu�rio comprar lotes de 1 mil at� 40 mil milhas e troc�-las por passagens a�reas da Gol e de 10 companhias parceiras. A promo��o se estender� at� 31 de agosto, sendo que as milhas ter�o validade de um ano, a partir da data de compra. O pre�o varia dependendo do volume comprado. Quanto mais milhas, menor o custo (ver o quadro) .
Simula��es feita pelo Estado de Minas no site da Gol mostram que a tarifa mais barata para o arquip�lago pernambucano em agosto � de R$ 2.074,80 (ida e volta, sem incluir as taxas aeroportu�rias). Para fazer a viagem com as milhas, � preciso acumular 20 mil pontos. Se comprar o pacote, o consumidor pagar�
R$ 1.024. Ou seja, 50,65% mais barato. Na outra ponta, um passeio para a capital argentina sairia por R$ 557,32 (tamb�m ida e volta). Como a milhagem � a mesma, � melhor comprar o voo diretamente na companhia.
A principal inten��o do programa � complementar o necess�rio para voar o trecho escolhido. Assim, se um usu�rio tem 24 mil pontos, ele pode comprar 1 mil por R$ 75 para viajar para Miami, por exemplo. “O novo servi�o permitir� que clientes Smiles que n�o acumularam milhas suficientes para a emiss�o componham de forma imediata seu saldo para viajar para todos os destinos operados pela Gol e companhias a�reas parceiras”, afirma Fl�vio Vargas, diretor do Smiles.
A pontua��o de cart�es de cr�dito e comprar produtos de empresas parcerias da companhia ajudam a acumular milhas. Outro facilitador � o cr�dito imediato dos pontos. A proposta da promo��o � permitir que o volume de passagens emitidas pelo Smiles cres�a entre 5% e 10%. Atualmente, os bilhetes emitidos por meio do programa equivalem a cerca de 10% do n�mero dos vendidos pela companhia. “Quanto mais as pessoas usarem o Smiles, mais valor ele passar� a ter”, afirmou Vargas.
Medidas para conter gastos
A Gol deve demitir 2,5 mil funcion�rios at� dezembro para adequar os quadros da companhia � nova realidade do mercado. Depois de repetidos balan�os deficit�rios, a empresa vem tomando uma s�rie de medidas para conter os gastos e rever o azul nos balan�os do segundo semestre. De acordo com an�ncio feito ontem, a redu��o refere-se a cortes e congelamento de postos e n�o � reposi��o das vagas rotativas.
A s�rie de demiss�es teve in�cio depois da divulga��o do balan�o do primeiro trimestre, que registrou preju�zo de R$ 41,4 milh�es. Em abril, a companhia informou que 131 funcion�rios foram demitidos. Outros 74 pediram demiss�o volunt�ria ou aderiram � licen�a n�o remunerada. Neste m�s, 190 tripulantes foram cortados dos quadros. A companhia diz que a medida visa � manuten��o de seu plano de neg�cios disciplinado e a sustentabilidade de sua opera��o. Al�m disso, a empresa tomou outras medidas para conter os custos, como o corte dos lanches gratuitos e uma s�rie de a��es para reduzir os gastos com combust�vel. At� o tamanho dos pap�is que s�o impressas as passagens foi reduzido.
A isso soma-se a redu��o da demanda por voos da companhia nos cinco primeiros meses deste ano. Dados da Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac) mostram que no per�odo a empresa perdeu espa�o para outras menores. Enquanto no ano passado a Gol respondia por 37,57% da demanda do mercado dom�stico, esse ano o volume caiu para 34,3%, ou seja diminui��o de 8,71% no comparativo entre os per�odos. (PRF)