O diretor de Pol�tica Econ�mica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Ara�jo, disse hoje (28) que o efeito da alta do d�lar sobre a infla��o no pa�s � relativamente r�pido. Isso porque os produtos importados ou cotados em d�lar ficam mais caros.
Segundo o diretor, atualmente o c�mbio tem efeito menor sobre a infla��o do que h� cerca de dez anos, porque os agentes econ�micos est�o mais acostumados com o atual regime cambial. “Mas n�o quer dizer que tenha import�ncia nenhuma. Como o real se depreciou nos �ltimos tr�s meses, o impacto da deprecia��o do c�mbio sobre a infla��o � relativamente r�pido”, disse.
De acordo o diretor, esse efeito explica "em grande parte" a eleva��o da proje��o da infla��o medida pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, em 0,3 ponto percentual, para 4,7%. Para 2013, a estimativa de IPCA passou de 5,2% para 5%. Nos dois primeiros trimestres de 2014, a infla��o em 12 meses deve ficar em 5,1%, de acordo com o previs�o.
“A infla��o ainda est� alta porque, apesar de a atividade ter sido mais moderada no passado recente, estamos longe de estar na situa��o de outras economias onde a taxa de infla��o est� muito mais baixa. A economia brasileira n�o est� em crise”, justificou.
Segundo o diretor, o setor de servi�os apresenta mais resist�ncia � queda da infla��o. “O mercado de servi�os est� bastante aquecido. Isso faz com que a infla��o nesse segmento se manifeste bastante resistente”. Ara�jo citou ainda a indexa��o como um dos fatores que dificultam a queda dos pre�os no pa�s.
Ara�jo acrescentou que o potencial da pol�tica monet�ria feita pelo BC, com altera��es na taxa b�sica de juros, a Selic, “cresceu bastante nos �ltimos anos”. Entretanto, h� uma demora da economia para reagir aos impulsos. O BC tem reduzido a taxa Selic, atualmente em 8,5%, desde agosto do ano passado. “Entendemos que j� existe alguma coisa acontecendo. Neste trimestre, a taxa de crescimento deve ter sido melhor do que a do primeiro. Mas, como os efeitos s�o defasados e cumulativos tamb�m, a gente acredita que a resposta ser� maior no segundo semestre”, disse.
O diretor destacou que houve desacelera��o no primeiro trimestre al�m do esperado, mas j� no atual trimestre (abril, maio e junho) a taxa de expans�o ser� mais elevada.
Al�m das proje��es para a infla��o, o BC divulgou a revis�o para baixo na proje��o de crescimento da economia este ano. A estimativa para a expans�o do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e servi�os produzidos no pa�s, passou de 3,5% para 2,5%.