Os planos de sa�de individuais e familiares v�o ficar 7,93% mais caros este ano. O reajuste divulgado pela Ag�ncia Nacional de Sa�de Suplementar (ANS) vai atingir 8 milh�es de consumidores no pa�s, o que corresponde a 17% dos usu�rios da sa�de privada, sendo v�lido para o per�odo compreendido entre maio de 2012 e abril de 2013. O reajuste superou o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, que nos dos �ltimos 12 meses – terminados em mar�o – atingiu 5,24%. O percentual tamb�m surpreendeu �rg�os de defesa do consumidor por ser o maior �ndice desde 2006. A bandeira das entidades � para que a satisfa��o do usu�rio seja inclu�da na metodologia dos c�lculos de reajuste.

“O reajuste chegou bem salgado, acima da infla��o, e vai penalizar o consumidor de planos individuais. � importante que a metodologia do reajuste seja revista”, defende Maria In�s Dolci, coordenadora institucional da Proteste - Associa��o de Consumidores. N�o � de hoje que a f�rmula utilizada para reajustar os planos de sa�de vem causando pol�mica. A pr�pria ag�ncia reguladora chegou a formular uma mudan�a da regra que levaria em conta a qualidade do servi�o, mas a proposta n�o avan�ou. No ano passado, foi encerrado, tamb�m sem solu��o, o grupo de estudos que avaliou proposta de associa��es de defesa do consumidor, que queriam incluir na metodologia de reajustes um term�metro bem positivo para o avan�o do setor: a satisfa��o do usu�rio.
A metodologia utilizada pela ANS tem sido a mesma desde 2001 e leva em conta a m�dia do reajuste dos planos coletivos. Os gastos com sa�de t�m pesado no bolso do brasileiro. Perto de um quarto da popula��o do pa�s � atendida pelo sistema privado e em capitais como Belo Horizonte o n�mero de usu�rios dos planos j� supera os usu�rios do Sistema �nico de Sa�de (SUS). Aproximadamente 55% da popula��o tem plano de sa�de.
Na fam�lia da dona de casa Cristina Werneck, os boletos pagos �s operadoras est�o no topo do or�amento. Todo m�s s�o R$ 1,2 mil, entre planos de sa�de familiar, individual e corporativo. “Os planos dos meus dois filhos est�o na modalidade individual”, explica. Segundo a dona de casa, o reajuste vai pesar no or�amento, mas, apesar disso, ela diz que n�o pensa em cancelar o servi�o. “A sa�de tem que ser de qualidade. Prefiro cortar outros gastos para n�o abrir m�o do atendimento.”
Danilo Santana, presidente da Associa��o Brasileira de Consumidores (ABC), diz que os pre�os est�o sendo atualizados, mas que a qualidade tem ficado para tr�s. “O atendimento dos planos tem piorado bastante, sendo equiparado ao do servi�o p�blico. Para que se possa falar em aumentos � preciso que o servi�o fique igual ou melhor”, afirma.
Mesmo com avan�os acima da infla��o, o percentual n�o agradou �s operadoras. A Associa��o Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) disse que recebeu a not�cia do novo �ndice de reajuste da ANS com apreens�o. “As empresas enfrentam dificuldades para equilibrar seus or�amentos, n�o s� pelos altos custos do atendimento m�dico, mas porque o reajuste � �nico e n�o obedece �s diferen�as regionais em todo o pa�s.”
A Abramge tamb�m criticou o atraso na divulga��o do �ndice. “O �ndice sai com mais de dois meses de atraso, o que causa transtornos para as empresas, mas principalmente para os benefici�rios”, ressaltou em nota a Associa��o.
Retroativo
O reajuste vale a partir da data de anivers�rio do plano. Dessa forma, quem assinou contrato em maio, vai receber boletos com os novos valores a partir de agosto. No caso, as mensalidades de agosto a outubro, al�m da corre��o em 7,93%, v�o absorver tamb�m impacto dos valores retroativos a maio. Quem muda de faixa et�ria no mesmo per�odo do reajuste pode sofrer ainda mais com a acelera��o do pre�o da sa�de. A ANS aponta que as operadoras podem praticar percentuais inferiores ao teto, mas, na pr�tica, as mensalidade devem ser corrigidas pelo m�ximo.
Em nota, a Federa��o Nacional de Sa�de Suplementar (Fenasa�de), que representa 15 grandes grupos de operadoras privadas, informou que a infla��o dos custos m�dicos, medida pelo Instituto de Estudos de Sa�de Suplementar (IESS), conhecida como VCMH (Varia��o dos Custos M�dicos Hospitalares), foi de 11,6%. “A tend�ncia de a infla��o de custos m�dicos superar a infla��o dos pre�os ao consumidor (IPCA) � mundial. A expectativa da federa��o � de que a ag�ncia retome o mais breve poss�vel os trabalhos do grupo t�cnico que estuda novos crit�rios para o reajuste”, diz a nota.
