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Estado de Minas MAIORIDADE DO REAL

Sa�de � sonho de consumo para os brasileiros

Com o Real, plano de sa�de viraram moeda de negocia��es


postado em 04/07/2012 06:00 / atualizado em 04/07/2012 07:34

Durante o Plano Real um novo sonho de consumo entrou para a lista de desejos do brasileiro: o plano de sa�de. Garantir o atendimento com o m�dico e no hospital privado se tornou prioridade para as fam�lias. Os planos passaram a dividir espa�o com a casa pr�pria, o autom�vel, artigos de tecnologia. Com o drag�o domado e o mercado de trabalho aquecido, os conv�nios se tornaram moeda de negocia��o nas campanhas salariais de grandes organiza��es e tamb�m ganharam espa�o nos pequenos neg�cios. Multiplicaram seus usu�rios em todas as classes. Agora o desafio do setor � garantir o atendimento para mais de 47 milh�es de brasileiros que assinaram contrato com as operadoras, como mostra a terceira reportagem da s�rie Maioridade real, que o Estado de Minas publica desde domingo.

Antes da estabiliza��o da moeda, quando a infla��o engolia o sal�rio, os conv�nios m�dicos existiam em um ambiente sem a interven��o do estado ou regras claras de prote��o ao consumidor. Os conflitos passaram a lotar os tribunais. Assim pode-se dizer que a lei do setor (9.656) que chegou em 1998 para regular o mercado foi um efeito importante da estabiliza��o da moeda.

A contadora Gleicia Gomes com a filha, Larissa, que já nasceu com assistência particular e desconhece o SUS(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
A contadora Gleicia Gomes com a filha, Larissa, que j� nasceu com assist�ncia particular e desconhece o SUS (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

O arquiteto L�cio Moreira atravessou v�rios panoramas da sa�de brasileira. Financiou os gastos m�dicos da fam�lia, foi usu�rio do sistema estadual e dos conv�nios m�dicos desde o in�cio da d�cada de 80. Em sua opini�o, apesar de percal�os, durante o plano real o mercado passou a dar mais seguran�a ao consumidor. “Na d�cada de 80 trabalhei em uma empresa onde o plano de sa�de particular foi cancelado pela operadora do dia para a noite porque os funcion�rios estavam indo muito ao m�dico. Todos ficaram sem cobertura”, lembra o arquiteto que depois da rescis�o precisou pagar do pr�prio bolso uma cirurgia abdominal.

Antes do real o resultado do setor dependia do sistema financeiro. “Nesse espa�o de tempo, entre a arrecada��o das mensalidades e o pagamento das despesas, as operadoras faziam aplica��es de curto prazo para manter a viabilidade da opera��o. Com o fim da infla��o, esses ganhos cessaram, o que colocou muitas em dificuldades, levando diversas � bancarrota”, lembra Jos� Cechin, diretor-executivo da Federa��o Nacional da Sa�de Suplementar (Fenasa�de).

Hoje um quarto dos brasileiros usa os servi�os das operadoras privadas, e em capitais como Belo Horizonte o percentual atinge 55% da popula��o. Isso sem dizer que em um ambiente favor�vel ao emprego, a popula��o das classes C e D tamb�m come�ou a escolher o m�dico pelo guia dos planos e a usar a carteirinha da operadora para buscar atendimento nos hospitais privados. O crescimento rel�mpago tem deixado os planos parecidos com o sistema p�blico. Al�m disso, na era do real, enquanto a infla��o teve alta de 305,92%, os pre�os dos planos de sa�de registraram aumento m�dio de 478,77.

A partir de 2000 o n�mero de novos contratos de planos de sa�de se multiplicou mais de seis vezes no pa�s, saltou de 6,7 milh�es para mais de 40 milh�es de consumidores. A estabiliza��o da economia deu transpar�ncia ao setor. “Daqui para a frente a preocupa��o passa a ser com a sobreviv�ncia do sistema, que depende de uma maior efici�ncia no controle de gastos”, aponta C�sar Vieira, consultor do Instituto Brasileiro para Estudo e Desenvolvimento do Setor de Sa�de (Ibedess). Segundo o especialista, a amea�a agora n�o � mais a disparada da infla��o, mas o envelhecimento, as doen�as cr�nicas, a incorpora��o de novas e caras tecnologias que impactam os custos e amea�am a sustentabilidade.

Em 2001, um ano ap�s a cria��o da Ag�ncia Nacional de Sa�de Suplementar (ANS), que introduziu no setor a regula��o do estado, a contadora Gleicia Gomes e o marido Vagner de Pinho contrataram um plano de sa�de. Aos 8 anos, a filha do casal, Larissa nasceu em hospital privado de Belo Horizonte e ainda n�o experimentou o Sistema �nico de Sa�de (SUS). “Ter um plano se tornou muito importante para o brasileiro. N�o d� para contar s� com a sa�de p�blica”, avalia Gleicia. Ela diz que a import�ncia dos conv�nios cresceu dentro das fam�lias mas que a garantia da qualidade preocupa os usu�rios. “Os m�dicos est�o reduzindo a agenda. Se a especialidade for, por exemplo, neurologia a espera para consulta costuma ser de 30 a 45 dias”, alerta.

Jos� Cechin observa que a moeda est�vel alongou horizontes e deu relev�ncia ao planejamento das empresas. Tamb�m permitiu maior transpar�ncia nas opera��es. “De l� para c�, a sa�de suplementar mudou acentuadamente. As operadoras passaram a organizar e aperfei�oar a gest�o dos custos assistenciais que crescem acima da infla��o. Dessa efici�ncia depende o sucesso do neg�cio", aponta.


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