-O ex-diretor-executivo do Barclays, Bob Diamond, admitiu nesta quarta-feira "erros" e uma conduta "repreens�vel" na institui��o, no in�cio de seu depoimento ante a comiss�o do Parlamento brit�nico, que examina o esc�ndalo da manipula��o de taxas.
"Claramente houve erros, claramente houve uma conduta que era repreens�vel", disse ele ante a comiss�o do Tesouro da C�mara dos Comuns, que o interrogou durante mais de tr�s horas.
Contudo, Diamond afirmou que o banco foi conivente com seus atos. "A atitude do Barclays h� tr�s anos, quando se deu conta do que estava havendo, foi: 'vamos at� o fim'", afirmou o diretor ante os deputados que representam a todos os partidos da c�mara.
O depoimento de Diamond aconteceu no dia seguinte a sua demiss�o.
"Estou aflito, decepcionado e tamb�m indignado porque n�o h� desculpa para esse tipo de conduta", afirmou em outro momento, mas enfatizando que n�o se pode julgar todo o banco por "um grupo de traders que tiveram uma conduta repreens�vel".
A Autoridade de Servi�os Financeiros (FSA) se refere em seu relat�rio a ao menos 14 traders, cifra que Diamond retomou durante seu depoimento.
Diamond, de 60 anos, disse que durante o final de semana estava decidido a permanecer no cargo, que ocupava a 18 meses. Segundo ele, na segunda-feira, no entanto, ele percebeu que o respaldo n�o seria t�o forte e que ele teria mesmo que se demitir.
Pouco antes de se apresentar ante a comiss�o, o norte-americano revelou uma conversa telef�nica entre ele e um dos vice-presidentes do Banco da Inglaterra (BoE), Paul Tucker, durante a crise financeira de 2008.
Alguns dirigentes do banco interpretaram o parecer das palavras de Tucker como uma incita��o � redu��o das taxas interbanc�rias do Libor.
Segundo a imprensa brit�nica, o Tucker pediu nesta quarta-feira para dar explica��es ante a comiss�o.
O esc�ndalo estourou h� exatamente uma semana, quando o Barclays revelou que iria pagar o equivalente de 290 milh�es de libras (450 milh�es de d�lares, 360 milh�es de euros) para encerrar de maneira amistosa a investiga��o dos reguladores brit�nicos e norte-americanos em um caso de manipula��o das taxas interbanc�rias brit�nica Libor e a europeia Euribor entre 2005 e 2009.
Estas taxas interbanc�rias definem o pre�o atrav�s dos quais os bancos realizam empr�stimos m�tuos, mas tamb�m influenciam, de forma indireta, as taxas dos cr�ditos pessoais e a empresas.
O esc�ndalo tamb�m derrubou outros l�deres do banco, como o presidente, Marcus Agius, e o diretor de opera��es da entidade, Jerry del Missier.
Alistair Darling, ministro de Finan�as de 2007 a 2010, negou estar a par destas pr�ticas ou mesmo t�-las favorecido.
"N�o h� nenhuma evid�ncia de que algu�m do Tesouro (Minist�rio de Finan�as) tenha pedido ao Banco da Inglaterra para que fa�a algo incorreto e isso seria algo realmente imperdo�vel", disse Darling � rede de TV Channel 4.
O esc�ndalo deveria estender-se � medida que avan�a a investiga��o. Outros bancos, como o Royal Bank of Scotland (RBS) resgatado durante a crise, est�o igualmente implicados neste caso.
Al�m disso, as autoridades brit�nicas estudam iniciar um processo penal contra os banqueiros envolvidos.
O primeiro-ministro brit�nico, que nesta quarta-feira classificou o esc�ndalo banc�rio de "espantoso e vergonhoso", anunciou na segunda-feira uma investiga��o parlamentar mais amplia para chegar ao fundo deste assunto.