Os ministros de Finan�as dos 17 pa�ses que comp�em a zona do euro tentam nesta segunda-feira superar suas diferen�as para acelerar o resgate ao setor financeiro da Espanha, em uma reuni�o que � seguida com aten��o pelos mercados, que voltaram a levar os juros pagos pela emiss�o de t�tulos da d�vida espanhola a n�veis recordes e insustent�veis.
Os ministros tentam "alcan�ar um acordo pol�tico" sobre o Memorando de Entendimento (MoU, na sigla em ingl�s) com a Espanha, que defina as condi��es do empr�stimo para recapitalizar e sanear o setor banc�rio desse pa�s.
Uma fonte europeia afirmou � AFP que os ministros de Economia da Uni�o Europeia (UE) est�o dispostos a aprovar na ter�a-feira em Bruxelas uma prorroga��o por mais um ano, at� 2014, para que a Espanha alcance a meta de d�ficit de 3% do PIB, disse uma fonte europeia � AFP.
"A afirma��o foi feita durante a reuni�o de ministros de Finan�as da UE em Bruxelas", disse a mesma a fonte. A Espanha encerrou o ano de 2011 com um d�ficit de 8,9% e este ano o pa�s se comprometeu a alcan�ar um d�ficit de 5,3%.
Esta flexibiliza��o est� condicionada ao cumprimento estrito de uma s�rie de recomenda��es � Espanha. Entre elas, o governo espanhol de Mariano Rajoy dever� apresentar um plano de reformas adicionais para compensar a defasagem do d�ficit de 2011. Al�m disso, Madri deve apresentar o quanto antes o plano or�ament�rio plurianual para 2013-2014.
Ainda segundo esta fonte, ser�o levados em conta os �ltimos progn�sticos da Comiss�o Europeia para Espanha este ano, que prev� um d�ficit de 6,4% do PIB.
O acordo de resgate do setor financeiro espanhol propriamente deve ser firmado em uma reuni�o de 20 de julho e os fundos para os bancos podem come�ar a ser desembolsados imediatamente depois.
A reuni�o de hoje � crucial para os mercados, nervosos pela falta de detalhes da ajuda financeira.
A taxa das obriga��es espanholas a dez anos superava nesta segunda-feira os 7%, enquanto que a taxa de risco, o custo pago pela Espanha com rela��o a Alemanha para financiar-se, superava os 570 pontos.
"Hoje vamos ver duas quest�es fundamentais para a Espanha: o MoU e o programa de d�ficit excessivo", afirmou antes da reuni�o o ministro espanhol de Economia, Luis de Guindos.
Os investidores t�m perdido a paci�ncia ante a falta de esclarecimentos desde o an�ncio, feito em 9 de junho, de que a zona do euro disp�e de at� 100 bilh�es de euros para recapitalizar os bancos espanh�is, fragilizados desde a explos�o da bolha imobili�ria de 2008.
H� tamb�m uma quest�o em aberto referente ao calend�rio da ajuda. Segundo um funcion�rio europeu de alto escal�o, a recapitaliza��o direta dos bancos espanh�is come�ar� quando estiver oficialmente pronto o supervisor financeiro para a zona do euro, o que n�o ocorrer� antes do primeiro semestre de 2013.
A fonte citou o �ltimo acordo do Conselho Europeu do dia 29 de junho, segundo o qual "a recapitaliza��o direta do setor financeiro espanhol s� ser� feita quando entrar em vigor o supervisor �nico, o que n�o acontecer� antes do primeiro semestre de 2013", afirmou.
Isso significa que o resgate que a zona do euro ofereceu ao banco espanhol ser� feito este ano, primeiro com dinheiro do Fundo Europeu de Estabiliza��o Financeira (FEEF), e depois com o Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE), que ser� canalizado atrav�s do fundo espanhol de ajuda � reestrutura��o do setor banc�rio (FROB).
Com isso, o Estado espanhol ser� o respons�vel e garantidor do empr�stimo, e por isso ele computar� como d�vida p�blica.
O ministro espanhol da Fazenda, Crist�bal Montoro, por sua vez, deu a entender nesta segunda-feira que o governo poder� anunciar um aumento do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que incide sobre o pre�o de venda da maioria dos produtos, para ampliar a arrecada��o.
Segundo o ministro, isso seria necess�rio devido �s perdas na capta��o de impostos sofridas recentemente pelo pa�s. "Este debate de subir ou n�o o IVA n�o existiria se n�o fosse o mercado paralelo", alegou o ministro. De acordo com diferentes estimativas, o mercado negro � respons�vel por 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do pa�s.