N�o s�o muitos os ajustes que a Bovespa tem a fazer em rela��o ao exterior nesta volta de feriado, j� que na sexta-feira as perdas locais foram mais acentuadas e ontem as Bolsas de Nova York ca�ram levemente. Os investidores retornam aos neg�cios locais de olho nos sinais hesitantes emitidos pela China, o que deprime as commodities, e pode ser um fator de press�o sobre as a��es de empresas brasileiras exportadoras de mat�rias-primas. Por�m, a possibilidade de eleva��o da mistura de etanol � gasolina pode ser um contraponto favor�vel � Petrobras, assim como o sinal positivo vindo do exterior na manh� desta ter�a-feira. �s 10h05, o Ibovespa subia 0,20%, aos 55.505 pontos.
Um operador de mesa de renda vari�vel acredita que o dia possa ser positivo para Bolsa. "As bolsas asi�ticas ca�ram por causa da queda das importa��es na China, o que afeta o preg�o dom�stico, mas a Europa e os futuros de Nova York sobem com o acordo para 'resgatar' a Espanha", resume o profissional, que falou sob a condi��o de n�o ser identificado.
No hor�rio acima, o futuro do S&P 500 subia 0,27%, em dia de agenda econ�mica esvaziada nos EUA, enquanto as bolsas de Paris e de Frankfurt avan�avam 1,08%, cada, com os investidores atentos ao encontro de ministros de Finan�as da Uni�o Europeia (UE), que acontece nesta ter�a-feira.
O grupo chamado Ecofin deve chancelar as decis�es tomadas ontem pelos ministros de Finan�as da zona do euro (Eurogrupo), de dar um ano a mais para que a Espanha atinja a meta de redu��o de d�ficit e, ainda, de liberar 30 bilh�es de euros ao pa�s para um socorro imediato aos bancos, no �mbito do pacote de 100 bilh�es de euros acordado no m�s passado. Antes do an�ncio desse acordo, o t�tulo espanhol de 10 anos atingiu o patamar insustent�vel de 7%, mas nesta manh� o pr�mio pago ao investidor j� estava mais suave.
O dia, por�m, amanheceu com uma nova rodada de not�cias negativas vindas da China. O gigante emergente registrou um super�vit comercial acima do esperado em junho, de US$ 31,7 bilh�es, mas o resultado foi garantido gra�as � desacelera��o no crescimento das importa��es. Em rela��o a um ano antes, as compras chinesas feitas no exterior cresceram 6,3% no m�s passado, abaixo da expans�o de 12% em maio, na mesma base de compara��o, e da previs�o de +10,4%. As exporta��es, no mesmo per�odo, tamb�m subiram menos em rela��o ao m�s anterior, mas superaram as estimativas.
Esses n�meros refletem as condi��es econ�micas fr�geis na China e no exterior e turvam os n�meros que devem ser anunciados pelo pa�s asi�tico na quinta-feira, quando sai o resultado do PIB no trimestre passado. No fim de semana, o gigante emergente revelou n�meros em linha sobre a infla��o no atacado e no varejo.
De olho no desempenho do maior consumidor de commodities do mundo, os contratos futuros dos metais b�sicos e do petr�leo operam em baixa nesta manh�, o que pode penalizar a performance das a��es de Vale e Petrobras. Por�m, a afirma��o do ministro de Minas e Energia, Edison Lob�o, de que o governo brasileiro pode "a qualquer momento" aumentar de 20% para 25% o teor do etanol anidro misturado � gasolina, estimulando a produ��o do combust�vel derivado da cana-de-a��car por meio da zeragem de tributos, pode estimular os pap�is da estatal petrol�fera.
Dessa forma, os analistas da Um Investimentos avaliam, em relat�rio, que os mercados iniciam o dia com sentimentos mistos. "Ap�s o dado de importa��o na China trazer pessimismo aos investidores, os avan�os nas negocia��es dos l�deres europeus para recapitalizar os bancos espanh�is adicionaram otimismo aos neg�cios", resumem.
Com isso, a equipe da Lerosa Investimentos acredita que a Bolsa deve iniciar a semana mais curta ao redor da estabilidade, contrabalan�ando esses fatores positivos e negativos. "Durante a semana", lembram os profissionais, "teremos nova redu��o da Selic, o que j� est� precificado e n�o deve influenciar na renda vari�vel brasileira". O Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) inicia nesta ter�a-feira a reuni�o de dois dias para decidir sobre a atualiza��o da taxa b�sica de juros (Selic) que, segundo levantamento do AE Proje��es, deve cair para o m�nimo hist�rico de 8%, ao final do encontro.