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Estado de Minas

FMI e bancos estimam PIB brasileiro ainda menor

FMI revisa proje��o de crescimento do PIB brasileiro para 2,5% este ano, enquanto analistas do mercado apostam em minguado 1,9%, no primeiro vislumbre abaixo da barreira dos 2%


postado em 17/07/2012 06:00 / atualizado em 17/07/2012 07:15

Revisada de 3% para 2,5%, a perspectiva do Fundo Monet�rio Internacional (FMI) de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2012 divulgada ontem figura entre as mais otimistas, segundo analistas de mercado. Por aqui, era quest�o de tempo at� que as previs�es de expans�o da economia rompessem a barreira dos 2% na avalia��o de especialistas ouvidos pelo relat�rio Focus, do Banco Central (BC). No �ltimo boletim, divulgado ontem, os cerca de 100 economistas que participam da apura��o reduziram para 1,9% o crescimento estimado para o pa�s este ano, contra 2,01% h� uma semana. Este � o 10º corte consecutivo na proje��o.

Operação na siderúrgica Usiminas, cuja desaceleração ajudou a frear o PIB de Minas em maio(foto: RENATO WEIL/EM/D.A PRESS - 12/3/10)
Opera��o na sider�rgica Usiminas, cuja desacelera��o ajudou a frear o PIB de Minas em maio (foto: RENATO WEIL/EM/D.A PRESS - 12/3/10)

Cada vez mais em linha com as estimativas dos economistas, o PIB ainda pode sofrer novas revis�es que o aproximem de 1,5%, j� cogitado por parcela do mercado. Para o analista da consultoria Tend�ncias Rafael Bacciotti, a manuten��o do patamar de 1,9%, compartilhado pela empresa, depender� do comportamento do PIB no segundo trimestre. “Para que n�o seja revisado, o resultado dever� ser de 0,5% de abril a junho e de 1,3% para cada um dos pr�ximos dois trimestres”, calcula Bacciotti. “S� assim para que a varia��o fique mais pr�xima de 2%. Caso contr�rio, vir� ainda mais baixa”, acrescenta.

Para o professor de economia do Insper e presidente da consultoria BMI, Daniel Motta, a grande motiva��o para os n�meros mais modestos est� na queda do PIB chin�s, anunciada na �ltima semana. “Que tamb�m puxa o nosso para baixo, j� que significa retra��o das nossas exporta��es para l� e dos investimentos estrangeiros por aqui. Fundos com foco em pa�ses emergentes ficam mais conservadores”, explica.

A discrep�ncia entre os �ndices informados pelo FMI e Banco Central, pode estar tanto atrelada � metodologia adotada como aos dados considerados. “Os agentes internos t�m focado muito em n�meros do varejo, produ��o industrial e exporta��es, enquanto o FMI pode estar focado em dados mais antigos da economia”, pondera o professor do laborat�rio de Finan�as da Funda��o Instituto de Administra��o (FIA) Jos� Roberto Sav�ia. A expectativa � de que as diferen�as sejam reduzidas ao longo deste trimestre. “Ser� quando vamos identificar os impactos das primeiras medidas adotadas pelo governo de redu��o das taxas de juros, al�m dos pacotes de incentivo � economia”, observa.

Pode ser, inclusive, que o FMI esteja mais otimistas quanto a esses efeitos, enquanto muitos analistas consideram a pol�tica de fomento ao consumo interno como t�bua de sustenta��o do PIB, j� esgotada. “O mercado vem sinalizando que n�o podemos contar com grandes mudan�as diante do interesse cada vez menor das pessoas, j� endividadas, em comprometer ainda mais a renda”, diz Sav�ia.

Na lanterna


O modelo econ�mico cal�ado no consumo dom�stico coloca o Brasil na �ltima posi��o de crescimento do PIB entre os emergentes, liderados por China e seguidos por �ndia, R�ssia e �frica do Sul, os chamados Brics. Segundo estimativas do FMI, o drag�o asi�tico dever� crescer 8% este ano, percentual que tamb�m � considerado otimistas diante do posicionamento do pr�prio governo chin�s, que j� admite expans�o pr�xima a 7,5%. Com avan�o tamb�m revisado, a �ndia deve fechar 2012 com PIB 6,1% maior (veja quadro). Na contram�o, R�ssia e �frica do Sul tiveram o crescimento estimado para cima, passando de 3,3% para 4,0% e de 2,5% para 2,6% respectivamente.

“O governo se baseou em duas vias de crescimento. Uma de est�mulo muito forte ao consumo, via programas sociais e facilita��o do cr�dito”, avalia Motta, do Insper. “Outra � de pautar as exporta��es em commodities. Ambas sem muita possibilidade de resultados, j� que os pre�os das commodities n�o deve subir mais este ano, enquanto o alto endividamento barra novas compras”, analisa ao tentar justificar a dist�ncia entre o Brasil e seus parceiros emergentes.

O baixo volume de investimentos se mostra o principal gargalo nacional. “Aqui, os investimentos respondem por menos de 20% do PIB, enquanto na China est�o acima de 35%”, pondera Motta. O resultado � um crescimento de 5,6% das economias emergentes. Na outra ponta, as consideradas economias avan�adas, que incluem Estados Unidos, Jap�o e pa�ses da Zona do Euro, avan�am 1,4% no ano, segundo o relat�rio Panorama Econ�mico Mundial, do FMI. Na m�dia mundial, a autoridade internacional manteve as estimativas delineadas no �ltimo relat�rio, em abril, quando previu PIB de 3,5% para este ano.

Indicador despencou 2,43% em MG


Enquanto o Brasil registrou queda de 0,02% do PIB em maio – na compara��o com abril –, segundo �ndice de Atividade Econ�mica do Banco Central (BC), o IBC-Br, Minas Gerais fechou o quinto m�s do ano com PIB dilapidado em 2,43%, afetado, sobretudo, pela menor produ��o de carros na Fiat e pela diminui��o do ritmo da Usiminas. Outro estado estremamente dependente do desempenho da ind�stria, S�o Paulo amargou retra��o de 0,66% no mesmo per�odo.

Alguma rea��o, no entanto, tem sido esbo�ada no Centro-Oeste e no Nordeste, regi�es que mantiveram as for�as e cresceram, respectivamente, 1,20% e 0,33% em maio. Puxadas por um aumento da massa salarial, do consumo de servi�os e bens dur�veis, e por uma ligeira recupera��o do agroneg�cio, as cidades nessas regi�es t�m impedido que a fraqueza da ind�stria derrube totalmente o crescimento do pa�s.

A pujan�a do Centro-Oeste pode ser medida ainda pelo consumo de energia. A demanda total foi de 2,03% e a da ind�stria, mesmo afligida pela crise, avan�ou 8,78%. No Nordeste, os dados s�o mais amenos, mas igualmente positivos, avan�o de 2,93% no total e crescimento de 2,47% para o setor produtivo, segundo dados da Eletrobras. No Sudeste, por sua vez, a ind�stria usou 3,09% menos eletricidade entre abril e maio. O gasto total, somando o residencial, comercial, industrial e outros, encolheu 5,18%.

O economista-chefe da gestora de recursos Sul Am�rica Investimentos, Newton Rosa, pondera que na regi�o central do pa�s e no Nordeste o crescimento da renda e a melhora das condi��es na agricultura afetaram positivamente o PIB. “Com a alta do pre�o da soja e do milho, produtores dessas regi�es obtiveram aumento de renda, isso d� sustenta��o para a renda no interior do pa�s”, argumenta. Nos c�lculos dele, o PIB brasileiro, diante desse quadro de desacelera��o, deve terminar o ano em 1,5%. Para Mauro Schneider, economista-chefe do banco Banif, o crescimento do PIB no ano fica, no m�ximo, em 1,7%.


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