
Gerente de um sacol�o no Bairro Sagrada Fam�lia, Jeferson Jos� Pinto lamenta ter que vender o quilo do tomate Santa Cruz a R$ 5,99, valor id�ntico ao do frango oferecido no estabelecimento e superior ao pre�o de alguns cortes su�nos num a�ougue da vizinhan�a tradicional da Zona Leste de Belo Horizonte. O quilo do lombo, por exemplo, era encontrado, ontem, a R$ 4,98 e o do pernil, a R$ 5,89. “O pre�o do tomate dobrou em aproximadamente um m�s. Antes, vend�amos o quilo a R$ 2,99”, comparou o comerciante, que fez quest�o de colocar um pequeno aviso na banca de hortifrutis para esclarecer aos consumidores que a disparada n�o � culpa do estabelecimento: “Prezados clientes, pedimos desculpas, pois o tomate encontra-se na entressafra. Por isso, o motivo da alta”, diz o cartaz.
H�, por�m, outras justificativas. “A entressafra do tomate vai at� junho. Mas a situa��o, neste ano, est� pior, devido �s chuvas e �s temperaturas mais baixas em S�o Paulo e na Regi�o Sul do Brasil, levando parte da produ��o de Minas Gerais para aqueles mercados. Com isso, houve redu��o da oferta no estado”, explicou Ricardo Martins, analista da se��o de Informa��es de Mercado da Ceasa Minas, entreposto de Contagem, na Grande Belo Horizonte, onde a maioria dos sacol�es da capital compra o alimento para revender � popula��o.
O especialista acredita que o pre�o s� voltar� ao curso normal em agosto. At� l�, a dona-de-casa que n�o abre m�o de uma salada continuar� desembolsando mais pelo produto. Nem os sacol�es especializados no atendimento ao p�blico de menor poder aquisitivo, como os da rede Abastecer, escaparam do pre�o salgado do alimento. Numa unidade da Avenida Silviano Brand�o, por exemplo, o quilo do tomate longa vida, um dos mais consumidos no pa�s, encareceu de R$ 2,49 para R$ 3,99 – 60% a mais.
“Est� mais caro do que o qu lo da uva rubi e o da it�lia, que estamos vendendo a R$ 2,99”, ressaltou o gerente do sacol�o, M�rcio Silva. Segundo ele, o pre�o da embalagem com 20 quilos de tomate disparou na Ceasa nas �ltimas semanas. Cada caixa foi negociada, ontem, a R$ 65. Em mar�o, quando a oferta era maior do que a demanda, a caixa chegou a ser vendida a R$ 10.
“Esse pre�o, contudo, � desvantajoso, ali�s terr�vel, para o produtor. O justo, tanto para o agricultor quanto para o consumidor, estaria entre R$ 25 e R$ 30”, estima o analista de Informa��es de Mercado da Ceasa Minas. O consumidor s� dever� um recuo de pre�os ao longo de agosto
Enquanto o pre�o do principal ingrediente da salada estiver nas alturas, o professor Donizete Queiroz pretende reduzir a compra habitual: “Sempre levo de dois a tr�s quilos. Vou passar a comprar meio quilo. O valor est� muito alto. Paguei, na �ltima vez que vim aqui, pouco mais de R$ 2 pelo quilo. Agora est� R$ 3,99”, disse Donizete, enquanto escolhida alguns frutos num sacol�o do Sagrada Fam�lia. Perto dele, a cabeleireira Nilza Freitas Borges, de 65 anos, tamb�m se assustou com o pre�o do alimento: “Nossa! O valor subiu muito. Est� parecido com o de carne”.
Por coincid�ncia, do outro lado da rua, o a�ougue Mister Boi propagandeia o pre�o de meia pe�a do lombo su�no a R$ 4,98. No mesmo estabelecimento, a pe�a inteira do pernil de porco sai a R$ 5,89. Para muitos, como o comerciante Jeferson, gerente do sacol�o que fixou o alerta sobre a disparada do pre�o do tomate, a vantagem � levar para casa o quilo de carne: “Como o pre�o do tomate est� nas alturas, prefiro um frango assado”.
Pesquisa v� diferen�a de 198%
Apesar da alta mais suave, frente � explos�o dos pre�os do tomate, a eleva��o dos pre�os dos produtos vendidos nas padarias de Belo Horizonte tamb�m afetou o bolso do consumidor. Entre junho e julho, segundo pesquisa divulgada pelo Procon Assembl�ia, as mercadorias negociadas nesses estabelecimentos tive reajuste de 0,38%, em m�dia.
O p�o franc�s encareceu menos (0,23%), mas outros itens foram reajustados acima da m�dia. � o caso dos pre�os do quilo do p�o doce (3,77%), do p�o de forma Wickbold Tradicional (3,07%) e do litro do leite tipo C de saquinho da marca Precioso (2,27%).
A pesquisa tamb�m comparou os pre�os de um mesmo produto nas padarias da capital. Nessa base de compara��o, o campe�o do ranking foi o p�o sovado. A varia��o do valor do quilo do alimento foi de 198,33%, entre o menor e o maior pre�os encontrados, de R$ 6 e R$ 17,90, respectivamente. A disparidade dos pre�os do p�o doce tamb�m foi gritante, de 136,86%, entre as cota��es de R$ 7 e R$ 16,58.
Por outro lado, alguns itens mostraram queda no pre�o no per�odo analisado. Os destaques ficaram por conta do quilo do presunto de peru da marca Sadia, do requeij�o light Cotoch�s (200 gramas) e do litro do leite tipo C vitaminado da Itamb�, cujos pre�os ca�ram 4,92%, 3,08% e 2,17%, respectivamente. Vale ressaltar que alguns produtos podem ter pre�os bem diferentes em raz�o de fatores, como o prazo mais curto de validade. A pesquisa completa pode ser conferida no site www.almg.gov.br. (PHL)