O Bradesco foi o primeiro dos grandes bancos do pa�s a divulgar os resultados do segundo trimestre de 2012. O lucro l�quido da institui��o, de R$ 2,833 bilh�es, foi 1,7% superior a igual per�odo do ano passado e 1,4% maior na compara��o com os primeiros tr�s meses deste ano. Dentro do esperado por economistas ouvidos pelo Estado de Minas, o resultado aponta para a mudan�a de dire��o na rentabilidade do setor, que a partir de agora se v� afetado pela queda na taxa b�sica de juros (Selic), pela desacelera��o econ�mica e pelo aumento da inadimpl�ncia. A expectativa � que outras institui��es financeiras divulguem os n�meros do segundo trimestre nesta semana e que eles sejam p�fios, at� mesmo no caso de bancos p�blicos como Caixa Econ�mica Federal (CEF) e Banco do Brasil (BB).
"A retomada da economia foi postergada", disse o presidente-executivo do grupo, Luiz Carlos Trabuco, ao justificar o desempenho. Outro fator que pesou no resultado foram os calotes, medidos pelas opera��es vencidas h� mais de 90 dias, que atingiram 4,2% entre abril e junho, ante 3,7% em igual per�odo de 2011. Foi o quinto trimestre seguido de alta da inadimpl�ncia. Aumentar a efici�ncia e as receitas com tarifas foi a f�rmula usada pelo Bradesco para enfrentar o mix de cr�dito fraco e calotes em ascens�o. Refletindo a fr�gil atividade econ�mica no per�odo, o segundo maior banco privado do pa�s viu sua carteira de cr�dito crescer 14,1% no comparativo anual, a R$ 364,96 bilh�es, em ritmo inferior ao que previu para o ano.
Para Miguel Daoud, s�cio-diretor da Global Financial Advisor, entre os grandes bancos, o �nico que apresentar� resultado positivo no segundo trimestre � o Bradesco. “Neste semana, o Ita� apresentar� seus n�meros, que vir�o negativos”, sustenta. A dificuldade do setor banc�rio, segundo ele, vem do fato de que a queda da Selic reduziu sua rentabilidade. Eles carregam um valor muito grande em t�tulos do governo. Por outro lado, foram obrigados a aumentar suas provis�es para fazer face � inadimpl�ncia. “No fim das contas, o resultado dos bancos neste ano n�o ser� uma cat�strofe, mas tamb�m n�o haver� motivos para comemorar.”
Erivelto Rodrigues, presidente da Austin Rating, avalia que o resultado do Bradesco veio muito pr�ximo do alcan�ado no mesmo per�odo do ano passado – diferen�a de 0,3 ponto percentual para menos – e que, por isso, n�o houve nada que surpreendesse de maneira positiva ou negativa entre abril, maio e junho. “Os �ndices de efici�ncia est�o melhorando e o aumento da inadimpl�ncia � marginal e esperado para todos os bancos.”
Acelera��o do cr�dito Para o segundo semestre, a institui��o espera retomada de crescimento mais acelerado do cr�dito, disse o diretor-executivo do banco, Luiz Carlos Angelotti. O executivo tamb�m destacou que deve haver uma melhora gradual das taxas de inadimpl�ncia nos pr�ximos dois trimestres, por conta da queda da taxa b�sica de juros e maior dinamismo da economia.
O presidente do banco sustenta que a redu��o dos spreads (a diferen�a entre a taxa que o banco paga para captar recursos e a que ele empresta aos clientes) ser� continua nos pr�ximos dois a tr�s anos. Depois de anunciar resultado levemente abaixo do esperado no segundo trimestre, ontem o Bradesco viu suas a��es ordin�rias (ON) despencarem 5,53% e as preferenciais (PN) 4,68%.