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Estado de Minas

Greve dos caminhoneiros transforma em pesadelo o fim das f�rias

A greve dos caminhoneiros ficou mais intensa ontem, com 27 trechos de bloqueio no pa�s. Em Minas, pontos mais cr�ticos foram na BR-381 e BR-040. Viajantes tiveram de ter paci�ncia


postado em 28/07/2012 06:00 / atualizado em 30/07/2012 08:30

Na rodovia Fernão Dias, nos dois sentidos, em alguns momentos do dia a soma dos engarrafamentos passou de 40 quilômetros. Cargas foram perdidas(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Na rodovia Fern�o Dias, nos dois sentidos, em alguns momentos do dia a soma dos engarrafamentos passou de 40 quil�metros. Cargas foram perdidas (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)


A greve dos caminhoneiros, que completou ontem o seu terceiro dia, divide os agentes do setor de transportes de carga no pa�s. De um lado, est� o Movimento Uni�o Brasil Caminhoneiro (MUBC), liderado por N�lio Botelho, que comanda a opera��o via internet e articula paralisa��es em v�rios estados. De outro, entidades ligadas a confedera��es e associa��es de transportadores aut�nomos e a empresas transportadoras s�o contra a paralisa��o por verem nela interesses individuais. Todos defendem, no entanto, que � preciso aparar arestas na legisla��o que, depois de 40 anos de espera, come�a a regulamentar o segmento. Ontem, o protesto causou transtornos em Minas Gerais, Esp�rito Santo, Bahia e no Sul do pa�s. Foram 27 pontos de bloqueio no pa�s. O abastecimento ainda n�o ficou comprometido, mas os atrasos j� causam preju�zos para muitos brasileiros que passam ou n�o pelas rodovias escolhidas como palcos das paralisa��es.

Em Minas, os manifestantes bloquearam duas das principais rodovias do pa�s: a BR-381 (Fern�o Dias), liga��o entre Belo Horizonte e S�o Paulo, e a BR-040, rota do min�rio e trecho que liga a capital mineira ao Rio de Janeiro. Tamb�m houve protesto na MG-050, no Centro-Oeste, e na BR-116, em Governador Valadares. Tendo como estrat�gia a paralisa��o de pontos cruciais e sua libera��o depois da chegada da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF), os caminhoneiros – ou parte da categoria – obrigaram a todos a compartilhar do seu protesto. Na Fern�o Dias, somados os quatro pontos de engarrafamento, as filas ultrapassavam os 40 quil�metros de extens�o e viagens previstas para durar seis horas chegaram ser conclu�das em 26 horas. Um verdadeiro pesadelo de fim de f�rias.

Tamb�m houve preju�zos e sobrou at� para os consumidores. O volume de tomates que chegou ao CeasaMinas caiu 30%, em fun��o do clima e tamb�m da greve dos caminhoneiros. Com isso, a paralisa��o ajudou a elevar os pre�os da leguminosa em 81% em apenas sete dias. As empresas de transportes de passageiros e de carga tiveram que cancelar viagens para o Sul de Minas. Cargas perec�veis, que deveriam ser entregues com urg�ncia, acabaram estragando na pista. Houve tumultos nos pontos de paralisa��o. Em Carm�polis de Minas (Sul do estado), caminhoneiros que n�o concordavam com a greve tentaram furar o bloqueio e atearam fogo em pneus. O pr�prio l�der do MUBC no estado, Jos� Carneiro, saiu do trecho da BR-381 em Igarap� porque tentou liberar a pista por duas horas, mas foi impedido pelos colegas de movimento. Carneiro disse ontem que n�o h� previs�o de conversas com o governo e que a greve continua at� quando a categoria achar conveniente.

A PRF mineira teve refor�o de patrulhamento – vindo de S�o Paulo – para ajudar nas negocia��es dos tumultos. No Esp�rito Santo, uma liminar que ordenou que os manifestantes liberassem a pista at� meia-noite, concedida pela Justi�a Federal, obrigou os caminhoneiros a se retirarem da estrada, o que come�ou a ser feito por volta da 8h de ontem. � noite, o fluxo estava livre.

Na vis�o de agentes e especialistas no segmento, um dos principais motivos de insatisfa��o dos caminhoneiros � a regulamenta��o do hor�rio de trabalho prevista na Lei 12.619, que regulamenta a profiss�o de motoristas profissionais com v�nculo empregat�cio e no Projeto de Lei 271 do senador Paulo Paim (PT), que criou o estatuto do motorista profissional. Ambos imp�em regras de descanso e limitam a jornada de trabalho dos caminhoneiros. A lei determina que os profissionais contratados poder�o ter jornada di�ria de 10 horas (oito normais e mais duas extras), com descanso de 30 minutos a cada quatro horas e que o intervalo para almo�o deve ser de uma a duas horas. J� os caminhoneiros aut�nomos poder�o trabalhar at� 12 horas, com descanso de 30 minutos a cada quatro horas. Eles ser�o obrigados a fazer 11 horas de descanso ininterrupto a cada 24 horas.

“As mudan�as no setor vieram para reduzir os acidentes de tr�nsito porque tinha caminhoneiro que trabalhava 25 horas, 30 horas e at� 36 horas sem parar, tomando rebites. A inten��o foi melhorar as condi��es de trabalho e evitar acidentes”, explica Paulo Paim. “� humanamente imposs�vel fazer o que eles fazem. N�o sou contra o movimento. Mas as mudan�as necess�rias podem ser feitas na C�mara Setorial.”

Vander Costa, presidente da Federa��o das Empresas de Transporte de Carga de Minas Gerais (Fetcemg), reconhece que o pre�o do frete precisa aumentar, mas n�o diz em que propor��o. A categoria reclama uma corre��o de 35%. “Mas o frete tem que ser negociado com o cliente. Os pre�os s�o regulados pelo mercado.” Segundo c�lculos de transportadores, o preju�zo m�dio por caminh�o por dia parado chega a R$ 40.


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