Os pa�ses participantes do Brics (Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul) ainda mostram pessimismo com a representatividade do grupo em n�cleos de decis�es globais, como o G-20. Para o embaixador Rubens Barbosa, que mediou nesta ter�a-feira uma mesa-redonda sobre o tema, promovida pela Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp), os acad�micos do Brics avaliam ser dif�cil chegar a uma agenda comum dos cinco pa�ses. As diferen�as entre as na��es seriam n�o s� hist�ricas e culturais, mas tamb�m pol�ticas e econ�micas.
"H� o que eles chamam de agenda Eur�sica, com China, R�ssia e �ndia, que n�o � exatamente consensual. O consenso existe em aspectos pontuais, especialmente os econ�micos", disse, lembrando que tamb�m h� temas conflituosos como a quest�o cambial, j� que a China n�o apoia e n�o tem c�mbio flutuante. "Mesmo assim a China � o maior parceiro comercial o Brasil."
Ainda n�o h� cronogramas, nem para o banco nem para o fundo, mas o caminho para ganhar espa�o em f�runs de decis�o, como o G-20 e o Fundo Monet�rio Internacional, ser� o financeiro. "Ainda � virtual, mas consensual", descreve o embaixador.
FMI
O diretor executivo do Brasil e mais oito pa�ses no FMI, Paulo Nogueira Batista Junior, que v� o Brasil como principal benefici�rio do Brics, avalia que o bloco ganhou representatividade pol�tica e econ�mica nos grandes f�runs globais. Como exemplo, lembra que os Brics originais s�o "cabe�a de cadeira" na diretoria do FMI, com exce��o da �frica do Sul, que est� sub-representada.
"Quando cheguei a Washington, em 2007, os Brics n�o existiam. Havia uma sigla, mas os pa�ses n�o atuavam. A atua��o come�ou em 2008, com iniciativa da R�ssia, e mesmo com altos e baixos ela tem sido a principal alian�a no FMI e no G-20 desde 2008", disse Nogueira Batista Jr.
Al�m disso, os ministros das Finan�as do Brics se re�nem pelo menos tr�s vezes por ano e mant�m contato. "S�o na��es com capacidade de atuar de forma aut�noma por terem grande dimens�o econ�mica, geogr�fica e populacional", afirma, esclarecendo que a maioria dos demais emergentes � mais dependente dos Estados Unidos ou Europa.