
Passos recebeu separadamente representantes de entidades contra e a favor da paralisa��o. “A greve terminou, mas esperamos uma desmobiliza��o gradual. Por quest�es de seguran�a, havia muitos caminh�es parados e a situa��o ser� normalizada nas estradas at� amanh� (hoje) de manh�”, afirmou o ministro.
Segundo informa��es do diretor-regional do Movimento Uni�o Brasil Caminhoneiro (MUBC) em Minas Gerais, Jos� Carneiro, o governo ainda decidiu prorrogar para daqui 30 dias a vig�ncia da Lei 12.619/12 que passou a valer na segunda-feira. Ele comemorou a evolu��o nas negocia��es. “Nunca tivemos uma oportunidade como esta de resolver problemas da categoria. Conseguimos o que quer�amos”, afirmou. Ele ainda explica que, no dia 8, ser� instalada uma mesa de negocia��o que contar� com representantes do Minist�rio dos Transportes, Casa Civil, Ag�ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e outros membros do governo.
As exig�ncias da nova legisla��o est�o entre os principais alvos da discuss�o e dever�o permear as conversas. Entre as mudan�as amplamente contestadas pela categoria, est� a jornada di�ria de oito horas, admitindo-se duas horas extras, al�m de intervalo de 11 horas de descanso entre jornadas de trabalho e paradas de repouso de 30 minutos a cada quatro horas ao volante. Em Minas Gerais, as manifesta��es estavam suspensas desde s�bado. No in�cio da semana, caminhoneiros do estado tamb�m foram impedidos de realizar novos bloqueios nas rodovias diante de liminar concedida pela Justi�a Federal a pedido do Minist�rio P�blico Federal (MPF).
O movimento ontem se concentrou em seis estados brasileiros (veja quadro). A Rodovia Presidente Dutra, que liga o Rio de Janeiro a S�o Paulo, voltou a ser a mais afetada pelas manifesta��es dos caminhoneiros. Os congestionamentos chegaram a quase 20 quil�metros em alguns trechos da pista.
Em balan�o da mobiliza��o, N�lio Botelho, presidente nacional do MUBC, afirmou que, dos cerca de 2,5 milh�es de caminhoneiros aut�nomos no pa�s, 75% aderiram � greve. “No Paran�, esse n�mero � de 80%”, disse. O movimento � respons�vel pelos mais de 40 pontos de bloqueio nas estradas brasileiras. Atitude contestada pela Confedera��o Nacional dos Transportadores Aut�nomos (CNTA) e pela Uni�o Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), que se reuniram separadamente com representantes do governo.
PREJU�ZOS Mesmo tendo chegado ao fim, as paralisa��es dos caminhoneiros ainda ter�o desdobramentos ao longo da semana. No Rio de Janeiro, supermercados podem sofrer com a falta de abastecimento a partir de hoje, segundo expectativas da Associa��o dos Supermercados do Estado. Isso porque 80% dos alimentos consumidos pela popula��o vem de outras regi�es.
Produtores rurais tamb�m sentiram os efeitos do movimento. A Uni�o Brasileira de Avicultura (Ubabef) informou que o abastecimento de ra��o para cria��o de frangos e O transporte de animais vivos foram prejudicados. "Empresas associadas j� relataram problemas com o abastecimento de ra��o para a cria��o de frangos, com a reten��o de centenas de caminh�es devido aos bloqueios", afirmou a Ubabef em nota. O com�rcio de ve�culos tamb�m foi atingido, com algumas entregas sendo suspensas, conforme dados da assessoria do Sindicato Nacional dos Cegonheiros.
Metal�rgicos come�am a dialogar
O Sindicato dos Metal�rgicos de Belo Horizonte e Contagem, na Grande BH, apresentaram ontem � Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) a pauta de reivindica��es salariais. O pedido � de aumento de 12%, mais abono equivalente ao sal�rio nominal e valoriza��o do piso de acordo com o porte da empresa. Pela manh�, dezenas de trabalhadores protestaram em frente � entrada da sider�rgica ArcelorMittal, no Bairro Cidade Industrial, e, � tarde, representantes da categoria desceram em passeata a Avenida Afonso Pena. Na f�brica, os funcion�rios que chegaram para trabalhar foram impedidos de entrar, mas n�o houve registro de tumultos. Segundo a Pol�cia Militar, o protesto reuniu cerca de 400 pessoas.
Nos pr�ximos dias, a Fiemg deve encaminhar aos l�deres do movimento a agenda de reuni�es. Nesse ano, segundo o que foi aprovado em assembleia da categoria na semana passada, um dos principais itens em pauta � a tentativa de valoriza��o do sal�rio base. Atualmente, est�o em vigor cinco patamares diferentes de acordo com o tamanho da empresa. A proposta � que esse total seja reduzido para tr�s. Empresas com at� 400 funcion�rios teriam sal�rio base de R$ 993; de 400 a 1 mil empregados, R$ 1.244; enquanto para as firmas com mais de 1 mil trabalhadores o m�nimo seria de R$ 1.555. Nesse ano, ser�o discutidas apenas as cl�usulas salariais, tendo em vista que as sociais foram definidas ano passado e s�o v�lidas por dois anos. “O que fizemos hoje (ontem) foi um grito de alerta para que a empresa abra imediatamente as negocia��es com o sindicato”, afirma o presidente do sindicato, que representa cerca de 90 mil metal�rgicos, Geraldo Valgas.
Ele afirma que tamb�m est� em negocia��o o aumento do t�quete refei��o para R$ 450/m�s e quest�es referentes � pol�tica de demiss�es das empresas como forma de reduzir o valor dos sal�rios. Outro ponto � a necessidade de melhoria nas creches e no transporte. Os trabalhadores tamb�m defendem o fim das demiss�es como pol�tica de substitui��o de trabalhadores para contrata��es por sal�rios mais baixos e contra recorrentes acidentes de trabalho nas empresas.
BANC�RIOS Hoje, os banc�rios entregam a pauta de reivindica��es � Federa��o Nacional dos Bancos (Fenaban). A categoria reivindica reajuste salarial de 10,25% (aumento real de 5,28% mais a reposi��o da infla��o projetada de 4,97% para o per�odo), piso de R$ 2.416 (sal�rio m�nimo calculado pelo Dieese), participa��o nos lucros ou resultados (PLR) de tr�s sal�rios mais parcela fixa adicional de R$ 4.961,25, al�m de vales-refei��o, alimenta��o e aux�lio-creche no valor de R$ 622 cada. (Pedro Rocha Franco)