A infla��o de 1,52% em julho medida pelo �ndice Geral de Pre�os - Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Funda��o Get�lio Vargas (FGV) � a maior desde novembro de 2010, quando subiu 1,58%. "A evolu��o de 2010 se deu em um contexto diferente. A crise econ�mica internacional n�o estava t�o disseminada. A Europa parecia n�o t�o vulner�vel. A China estava em uma faixa (maior) de crescimento. E a economia americana parecia recuperar a expans�o mais facilmente. Naquele cen�rio mais otimista, os bancos centrais injetavam dinheiro, o que gerou corrida especulativa nas commodities. Neste momento, n�o estamos vendo isso. As perspectivas n�o s�o boas e n�o s�o de melhora no curto prazo", afirma o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o (Ibre/FGV), Salom�o Quadros.
Para Quadros, a resposta est� nos produtos agr�colas. "J� tivemos este ano a primeira onda de eleva��o da infla��o por conta de uma quebra de safra da soja. E a soja voltou a ter um problema de quebra de safra, s� que nos Estados Unidos. Pela integra��o dos mercados, isto se refletiu aqui instantaneamente" afirmou.
A alta do soja est� influenciando tamb�m os pre�os dos seus derivados - farelo e �leo. "Essa alta do IGP tem fatores diretos mas vai deixar algumas consequ�ncias. Deixa o potencial de repasse, que vai acontecer gradativamente nos pr�ximos meses. Vai subir em breve o pre�o das carnes. S� n�o ser� mais forte porque o pre�o dos bovinos est� em uma fase de muita oferta e as exporta��es est�o fracas", disse o economista.
A influ�ncia dos agr�colas poder� ter efeito sobre a meta de infla��o, por�m, nada que comprometa os planos do governo. "O centro da meta j� � uma hip�tese remota h� mais tempo e ficou outra vez muito distante. Se pensarmos a infla��o como intervalo est� preservada a meta. A economia est� parada. N�o h� essa dificuldade", ressaltou.
A expectativa � que a infla��o de agosto seja menor, por causa da soja, cujo comportamento de pre�os j� teve reflexos no resultado de julho, o que n�o deve se repetir com a mesma intensidade no m�s seguinte. O pre�o do tomate, que subiu 85,41% no atacado e 67,25% no varejo, tende a desaparecer. Tamb�m o aumento de pre�os dos combust�veis. Em julho, pesou a alta ao produtor da gasolina e do �leo diesel sobre a infla��o. "A influ�ncia da gasolina vai desaparecer em agosto. O �leo diesel � que ainda ter� algum impacto", destacou Salom�o.