A ind�stria brasileira espera que o pacote para o setor el�trico, a ser anunciado pela presidente Dilma Rousseff depois da Olimp�ada, traga uma redu��o de 20% a 25% no pre�o do insumo. C�lculos de um estudo encomendado pela Associa��o Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) � Funda��o Instituto de Pesquisas Econ�micas (Fipe) mostram que uma queda de 10% – bem menor do que a almejada pelos empres�rios – elevaria o Produto Interno Bruto (PIB) do pa�s em 6% em uma d�cada. Para um cen�rio como o de 2012, em que a expectativa do crescimento econ�mico do pa�s � de 2%, isso representaria aumento de cerca de um ter�o no resultado da soma de todos os bens e servi�os produzidos em territ�rio nacional.
Mas, ainda que o recuo no pre�o da energia el�trica a ser anunciado pelo governo federal alcance os 25%, n�o ser� suficiente para recuperar a competitividade da economia brasileira, alerta Paulo Pedrosa, presidente-executivo da Abrace. Para isso, segundo ele, seria necess�rio reduzir o custo pela metade. “Perdemos muito em capacidade de competi��o na ind�stria por causa do pre�o da energia. Mas a decis�o do governo de mexer nos encargos que incidem sobre o setor (da ordem de 45% do pre�o total do insumo) e nas concess�es � um avan�o e um sinal hist�rico de que h� disposi��o para mudar’. Na vis�o do especialista, o impacto ser� diferente para cada segmento empresarial. “Uma redu��o de 10% seria suficiente para gerar 4,5 milh�es de empregos no Brasil em uma d�cada”, avisa.
Para Jos� Luiz de Melo Aguiar, presidente da C�mara da Ind�stria de Energia da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a expectativa do segmento em Minas em rela��o ao an�ncio a ser feito por Dilma � de um recuo de pelo menos 20% nos gastos com energia, em m�dia. “H� oito anos o Brasil tinha a energia mais barata do mundo. Hoje, tem a mais cara. Mas h� oito anos, a comida tamb�m era mais barata, as roupas e muitos outros produtos. Nesse per�odo, o custo Brasil subiu muito”. Aguiar sustenta que a redu��o de 20% nos pre�os do insumo ser� insuficiente a para recuperar a competitividade perdida. Por outro lado, concorda que esse � um sinal importante para o segmento no estado.
Mercado livre atr�s das pequenas
O excesso de oferta de energia no pa�s, decorrente da queda na atividade econ�mica, est� for�ando os agentes do Mercado Livre a correrem atr�s das m�dias e pequenas empresas, que hoje est�o fora desse ambiente de contrata��o. Atualmente, 28% da energia vendida no Brasil – o que representa mais de 50% da usada na ind�stria brasileira – est� nesse mercado. Mais de 15 mil empresas pequenas e m�dias enfrentam como principal entrave para entrar no segmento a complexidade das opera��es de compra e venda do insumo. “Quem se muda para o mercado livre tem um ganho de 15%, mas isso requer acompanhamento constante e gest�o pr�-ativa. Esse � um momento para entrar porque as condi��es s�o favor�veis”, afirma Paulo Pedrosa.