A desacelera��o da economia no segundo trimestre deste ano foi mais branda do que o mercado financeiro imaginava e a tend�ncia � que haja retomada neste semestre, com resultados mais favor�veis em 2013. A avalia��o � do professor Robson Gon�alves, da Funda��o Getulio Vargas (FGV) de S�o Paulo.
Para o professor, as estimativas do mercado financeiro est�o sendo reduzidas muito rapidamente. Na �ltima segunda-feira, o boletim Focus, resultado de pesquisa do Banco Central (BC) com analistas do mercado financeiro, mostrou a segunda redu��o na proje��o para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e servi�os produzidos no pa�s. A estimativa passou de 1,85% para 1,81%. H� quatro semanas, essa proje��o estava em 1,9%.
O �ndice de Atividade Econ�mica do Banco Central (IBC-Br), divulgado hoje, mostrou crescimento de 0,38%, no segundo trimestre deste ano, ante o per�odo de janeiro a maio deste ano. Na compara��o do primeiro trimestre deste ano com o quarto trimestre do ano passado, o crescimento havia chegado a 0,63%. J� os dados mensais mostraram que em junho, a expans�o de 0,75% foi a maior desde mar�o de 2011 (1,47%).
Para Gon�alves, a retomada do crescimento econ�mico neste semestre ser� puxada pela redu��o da inadimpl�ncia, que apresenta sinais de recuo. Ele acrescentou que, com o pagamento das d�vidas pelas fam�lias, ser� poss�vel haver retomada da expans�o da demanda por produtos e servi�os.
De acordo com o professor, o que tem estimulado essa melhora no cen�rio � a redu��o da taxa b�sica de juros, a Selic, que serve de refer�ncia para as demais taxas. O Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central (BC) vem cortado a Selic desde agosto do ano passado. Atualmente, a taxa b�sica est� em 8% ao ano. “A Selic em n�veis mais baixos da hist�ria favoreceu a conten��o da inadimpl�ncia”, destacou.
J� os outros est�mulos � economia anunciados pelo governo este ano s� devem surtir efeito em 2013, na avalia��o de Gon�alves. “O pr�ximo ano ser� mais favor�vel”, acredita. Para o professor, a economia brasileira deve crescer 2%, este ano, e 4%, em 2013.
Um dos est�mulos do governo para a economia foi anunciado na �ltima quarta-feira, com o lan�amento do programa de concess�es de rodovias e ferrovias. Ontem, o Minist�rio da Fazenda anunciou o aumento de R$ 42,2 bilh�es no limite de contrata��o de opera��o de cr�dito para 17 estados.
Este ano, o governo tamb�m reduziu impostos para estimular a venda de eletrodom�sticos, m�veis e carros e anunciou medidas para agilizar as compras governamentais. Tamb�m houve redu��o da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), usada em financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), de 6% para 5,5%.