O engenheiro industrial Agust�n Casta�o, diretor presidente da Energy Talent - consultoria especializada no recrutamento de executivos e t�cnicos nos mercados de petr�leo e g�s, infraestrutura, engenharia e recursos naturais - disse que embora haja uma demanda “teoricamente” n�o satisfeita nos setores t�cnico e de alta especializa��o, est� dif�cil contratar m�o de obra qualificada para as empresas da �rea. “Voc� tem que procurar at� estrangeiros, �s vezes brasileiros que moram no exterior, que s�o uma boa fonte de recursos, e os sal�rios do setor t�cnico, por essa demanda importante, crescem al�m do que seriam os padr�es internacionais”, explicou.
Para ele, isso n�o significa, entretanto, que n�o se encontrem profissionais capacitados no Brasil. Na avalia��o de Casta�o, o mercado est� muito ineficiente, uma vez que, sabe-se, h� pessoas interessadas em mudar de posi��o nas empresas, as companhias est�o precisando de pessoal, mas o v�nculo entre elas � deficit�rio.
A Energy Talent consegue identificar os trabalhadores demandados. Agust�n Casta�o advertiu, por�m, que o mercado nacional, em geral, ainda tenta trabalhar com o antigo m�todo de refer�ncias e n�o com crit�rios profissionais.
“N�o se pode continuar trabalhando nas refer�ncias dos amigos da velha guarda. � preciso profissionalizar o assunto e, a�, as coisas ocorrem”, disse. Com o aumento da explora��o no pr�-sal, o m�todo de contrata��o por refer�ncias pode p�r em risco os projetos previstos para desenvolvimento, na parte t�cnica, analisou. Isso ocorre devido � exist�ncia de um ‘gap’ ou brecha entre os profissionais ‘seniores’, que est�o perto de se aposentar, e o pessoal j�nior, mais novo. “H� uma brecha de pessoas preparadas, em n�vel intermedi�rio, entre 35 e 40 anos de idade. Nessa faixa et�ria, h� problemas”.
A Associa��o Brasileira das Empresas de Servi�os de Petr�leo (ABESPetro) acredita que existe hoje uma demanda adicional por m�o de obra no setor de petr�leo e g�s, criada a partir das novas descobertas do pr�-sal, “que � reconhecida como um dos gargalos da ind�stria”.
Segundo o presidente da ABESPetro, Paulo C�sar Martins, isso pode ser um obst�culo para os projetos futuros do pr�-sal, levando-os a serem efetivados fora do prazo previsto, por falta de m�o de obra qualificada. Muita m�o de obra depende de forma��o que ocorre dentro das empresas, salientou. “E essa descoberta do pr�-sal pegou todo mundo de surpresa”.
Ele avaliou que a Petrobras, como maior operadora do setor, vinha tendo um desenvolvimento crescente, “mas n�o t�o rigoroso como a gente est� vendo agora”. Isso dava condi��o de a m�o de obra ser qualificada a tempo. Com a expans�o do pr�-sal, o que se v� � dificuldade na forma��o de m�o de obra, apontou.
Martins acrescentou que outro fator agravante na �rea de recursos humanos � o requerimento de conte�do local. “Como est� havendo uma press�o grande do governo por conte�do local e as operadoras t�m que cumprir o requerimento m�nimo, elas repassam isso, naturalmente, para as empresas prestadoras de servi�os, as fornecedoras. Ent�o, cada um faz o seu dever de casa, tentando sempre buscar alternativas nacionais, que antes eram buscadas l� fora, por meio de parcerias”. Isso ocorre n�o s� em rela��o ao fornecimento de equipamentos, como de servi�os, destacou.
Paulo C�sar Martins disse ainda que o Programa de Mobiliza��o da Ind�stria Nacional de Petr�leo e G�s Natural (Prominp), desenvolvido pela Petrobras, contribui para diminuir o problema da car�ncia de m�o de obra na �rea. “Mas ele n�o acaba abrangendo toda a cadeia de suprimento”. Ele assegurou que o programa est� focado hoje em um espectro bem pequeno em rela��o � necessidade de m�o de obra do segmento.