
Bras�lia – Diante do p�fio desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do pa�s at� agora, os varejistas colocaram as barbas de molho. Em vez de come�ar a fazer as encomendas para o Natal em julho, como acontece normalmente, eles adiaram os pedidos para ver como a economia se comportar� no segundo semestre. Analistas, no entanto, s�o pessimistas em rela��o � possibilidade de que o n�vel da atividade se recupere a ponto de assegurar um fim de ano melhor do que o de 2011. Esse � mais um indicador, entre muitos, de que a ind�stria brasileira ter� (muita) dificuldade de compensar o p�ssimo resultado verificado na primeira metade do ano, quando a produ��o recuou 3,8%.
“Para n�o tomarmos nenhuma decis�o precipitada vamos esperar a rea��o da economia para ent�o pensar nas vendas de dezembro”, destaca o vice-presidente de Rela��es Institucionais e Sustentabilidade da Whirlpool Latin America, Armando Ennes do Valle J�nior. O executivo da empresa dona das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid ressalta que a ind�stria ficaria satisfeita se o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) permanecesse reduzido para salvar as vendas de fim de ano de fecharem no vermelho, como quase ocorreu em 2011, ano em que a Whirlpool registrou crescimento zero.
Assim como a Whirlpool, todas as demais empresas do setor apostam as fichas na prorroga��o do IPI por pelo menos dois meses. O presidente da Associa��o Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletr�nicos (Eletros), Lourival Ki�ula, ressalta que a medida � essencial para que os dois segmentos fechem o ano com um crescimento nas vendas de at� 20%. “A continuidade da redu��o do imposto, principalmente, nos produtos essenciais de uso dos consumidores, como m�quinas de lavar e televis�es, ser� vital para que o com�rcio tenha um desempenho melhor neste ano”, destaca. Por outro lado, enfatiza, se o governo mantiver o prazo em rela��o ao imposto, o Natal pode n�o ser t�o bom. “As pr�prias decis�es do governo, bem como os reflexos das medidas adotadas, v�o determinar um novo cen�rio econ�mico”, conclui Ki�ula.
Para o diretor do Departamento Econ�mico da Associa��o Brasileira da Ind�stria de Alimentos (Abia), Denis Ribeiro, a demora em fazer as encomendas de fim de ano deve-se ao fato de as empresas estarem aguardando defini��es da �rea econ�mica. “As empresas esperam para ver como as coisas funcionam em outubro, novembro”, acredita. Ribeiro afirma que, para levantar a ind�stria, o governo precisa mostrar ao consumidor que a economia vai melhorar.
At� o momento, no entanto, os indicadores n�o s�o favor�veis ao setor industrial. Um dos primeiros sinais de aquecimento s�o as vendas de papel ondulado, usado nas embalagens. De acordo com o presidente da Associa��o Brasileira do Papel�o Ondulado (ABPO), Ricardo Trombini, at� agora n�o houve ind�cios de recupera��o: “O mercado continua andando de lado. N�o h� indica��o de que as empresas estejam se preparando para um Natal melhor”. Em julho, as vendas de papel ondulado se mantiveram est�veis em rela��o ao mesmo m�s do ano passado. “N�o estamos esperando surpresas na economia at� o fim do ano. O Natal ser� parecido com o de 2011. As vendas ser�o mornas, com um crescimento, mas nada substancial”, prev�.
Na estrada
Outro indicador que poderia dar algum alento � ind�stria � o de circula��o nas estradas do pa�s. No entanto, esse tampouco mostra perspectivas positivas. O �ndice ABCR, da Associa��o Brasileira de Concession�rias de Rodovias, apontou avan�o de 4% no movimento em julho de 2012, na compara��o com o mesmo m�s do ano passado. Essa eleva��o, entretanto, deveu-se ao incremento na circula��o de ve�culos leves (5,3%). O tr�nsito de ve�culos pesados aumentou apenas 0,7%. “O bom indicador relacionado aos ve�culos leves deve-se ao incremento na renda das fam�lias. Mas a circula��o de pesados n�o subiu, um reflexo de que a ind�stria n�o conseguiu uma retomada”, aponta o economista da consultoria Tend�ncias Rafael Bacciotti.