
Para Jos� Francisco de Lima Gon�alves, economista-chefe do banco Fator o Copom, comandado por Alexandre Tombini j� conseguiu um grande feito: colocar a taxa Selic num patamar bastante baixo sem que, com isso, a infla��o disparasse. “O Copom j� trouxe a Selic para um patamar in�dito”, disse Lima Gon�alves ao se referir a taxa de 8% ao ano, a mais baixa da hist�ria e, mesmo assim, a infla��o esperada n�o passa de 5,5% ao ano nas an�lises de mercado. � um pouco fora da meta cheia, de 4,5%, mas ainda confortavelmente dentro da margem de seguran�a de dois pontos para mais ou para menos.
Se, de fato, o Copom baixar os juros em mais 0,5 ponto percentual, a taxa anual cair� para 7,5%, novo recorde hist�rico de baixa. Neste patamar, os juros reais estar�o em torno de 2% ao ano, uma taxa bastante baixa para um pa�s como o Brasil. Lima Gon�alves ainda observa que essa taxa real baixa � pr�xima de zero se for ponderada pelo risco Brasil, entre 150 e 200 pontos, que � a conta que o investidor internacionl faz na hora de aplicar no pa�s.
Na avalia��o de Lima Gon�alves d� para ficar com essa taxa Selic durante um bom tempo, sem que o Banco Central tenha que puxar os juros para cima em 2013, por exemplo e, mesmo com crescimento, n�o deixar a infla��o fora de controle. Mas essa n�o � a opini�o de Jankiel Santos, economista-chefe do BES Investimento. Ele tamb�m aposta numa queda de 0,5 ponto na pr�xima reuni�o do Copom. Mas, para 2013, com o crescimento retomando f�lego, Santos disse que n�o ter� como o Copom n�o iniciar novo ciclo de alta. “Os juros ter�o que subir. Caso contr�rio a infla��o explodir�”, explicou.
J� Eduardo Velho, economista-chefe da Planner Prosper Corretora, acredita que vir� um corte adicional de pelo menos 0,25 ponto percentual na reuni�o de outubro. “ Tamb�m avaliamos menor probabilidade de uma alta dos juros em 2013, em fun��o da sinaliza��o de maior converg�ncia das expectativas”, ponderou.
PIB em baixa � tamb�m a avalia��o dominante no mercado que ontem, mais uma vez jogou para baixo a expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), agora em 1,75%. Os economistas, entre eles Eduardo Velho, j� est�o mais pessimistas em rela��o � varia��o do PIB. Muitos trabalham com a possibilidade da economia crescer em torno de 1,5% este ano.
Mais uma vez a baixa na previs�o do mercado deve-se ao setor industrial. A proje��o para a ind�stria em 2012 passou de uma retra��o de 1% para 1,2%. � o 12º recuo consecutivo na previs�o. Enquanto o PIB cai, a infla��o s� faz subir, mas a alta � comportada, desta vez de 5,11% para 5,15%. H� quatro semanas o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) estava em 4,92%.