Os investidores cobraram juros menores pelos t�tulos da d�vida da Espanha nesta ter�a-feira, em um sinal de aumento de confian�a no pa�s, que � decorrente da expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) compre t�tulos da d�vida.
A Espanha emitiu nesta ter�a-feira 4,515 bilh�es de euros em t�tulos do Tesouro a 12 e 18 meses, com taxas de juros em baixa. Na opera��o a 12 meses, os juros foram de 3,070%, contra 3,918% em 17 de julho. Na emiss�o a 18 meses, os juros foram de 3,335%, contra 4,242% na a��o anterior.
Com mais de 10,500 bilh�es de euros, a demanda dos investidores superou em mais que o dobro a quantidade de d�vida emitida, o que permitiu que a Espanha emitisse mais que o previsto, entre 3,500 e 4,500 bilh�es de euros. "Pode-se considerar que a emiss�o obteve sucesso, mas � preciso lembrar que as emiss�es de curto prazo s�o mais atraentes", disse Soledad Pell�n, analista da corretora IG Markets.
De acordo com a analista, o verdadeiro teste acontecer� no dia 6 de setembro, quando, segundo ela, se poder� ver realmente o n�vel de interesse pelos b�nus espanh�is. Fortemente pressionada pelos mercados desde o in�cio do ver�o no hemisf�rio norte, a Espanha tem se beneficiado do relaxamento do mercado despertado pelas declara��es feitas no in�cio de agosto pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi.
Draghi se declarou disposto a realizar "opera��es no mercado aberto em uma dimens�o adequada" para frear as taxas de juros "inaceit�veis" que devem ser pagas por alguns pa�ses da Eurozona como Espanha e It�lia.
A taxa de risco espanhola, que mede o custo pago pelo pa�s para financiar-se a 10 anos em compara��o com a Alemanha, recuava nesta ter�a-feira pela manh� a 462 pontos, ajudando o �ndice Ibex 35 dos principais valores da bolsa de Madri a fechar em alta de 1% nesta sess�o.
Apesar do otimismo de mercado, a Alemanha, motor da economia europeia, continua se dizendo contra a uma a��o massiva de BCE. "Seria do ponto de vista te�rico muito problem�tico que o BCE determinasse as diferen�as m�ximas nas taxas de juros pagas pelos pa�ses europeus a partir das quais intervir� comprando d�vida de forma massiva", disse na segunda-feira o porta-voz do Minist�rio alem�o de Finan�as.
J� o ministro espanhol de Economia, Luis de Guindos, pressiona no sentido contr�rio. "A ideia do ministro � que a interven��o do BCE nos mercados secund�rios da d�vida tem que ser muito contundente, sem limites nem temporais nem quantitativos", explicou na ter�a-feira � AFP seu porta-voz. "S� assim seria poss�vel dissipar as d�vidas sobre o futuro do euro", afirmou.
A Eurozona j� autorizou uma ajuda de 100 bilh�es de euros para sanear seus bancos - debilitados pelo estouro da bolha imobili�ria -, mas o pa�s pode ser obrigado a pedir tamb�m um resgate geral de sua economia, o que implicaria em uma interven��o externa.
"Em outubro, a Espanha ter� que arcar com uma s�rie de vencimentos de t�tulos da d�vida, com 9,020 bilh�es de euros a curto prazo e 24,158 bilh�es de euros a longo prazo", disseram analistas do Bankinter. "Ser� dif�cil manter o otimismo de mercado se n�o houver medidas concretas em breve", disse Pell�n.