O tomate e a cenoura tiveram um efeito benigno dentro da trajet�ria de desacelera��o do �ndice de Pre�os ao Consumidor Semanal (IPC-S) da segunda para a terceira quadrissemana de agosto, quando passou de 0,39% at� o dia 15 para 0,34% na leitura divulgada nesta quinta-feira pela Funda��o Get�lio Vargas (FGV). De acordo com o coordenador do IPC Brasil, Paulo Picchetti, ao desacelerar no per�odo de 48,05% para 31,39% o tomate contribuiu com -0,07 ponto porcentual. A cenoura, que apresentou alta de 20,48% ante 26,37% na segunda quadrissemana do m�s, colaborou com -0,01 ponto porcentual. "Como o tomate e a cenoura est�o desacelerando, o impacto para o IPC-S � negativo", diz.
O economista disse que os impactos de alta para o �ndice ainda est�o, principalmente, no grupo Alimenta��o, que da segunda para a terceira quadrissemana passou de 1,27% para 1,07%. Picchetti cita alimentos preparados e congelados de aves, ovos e latic�nios, todos com impacto de 0,1 ponto porcentual. Ve�culos, tanto novos quanto usados, tamb�m contribu�ram com 0,1 ponto porcentual ap�s a finaliza��o do repasse aos pre�os da redu��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
"Os fatores de alta est�o dispersos e a redu��o est� concentrada em alimentos", afirma Picchetti. "Nada chama a aten��o individualmente", diz. Tanto que o �ndice de difus�o do IPC-S - que representa o porcentual de pre�os de itens em alta - ficou praticamente est�vel na terceira quadrissemana de agosto, em 61 76%, ante 62,65% na leitura anterior.
Fatores de press�o como alta dos pre�os das commodities agr�colas no mercado internacional, c�mbio e reajuste de combust�veis n�o tiveram grandes influ�ncias no IPC-S divulgado nesta quinta-feira. No caso das commodities, Picchetti explica que elas t�m pouca influ�ncia sobre o varejo e, mesmo se houver, o impacto demora para chegar. Ainda segundo ele, o IPC-S j� captou, semanas atr�s, impactos cambiais e o reajuste de combust�veis ainda n�o atingiu o varejo. "N�o sei nem se chega porque o aumento de combust�veis foi dado na refinaria e a compensa��o fiscal pode tirar o efeito sobre o varejo", explica.
O economista manteve a proje��o do IPC-S de 0,40% no fechamento de agosto. Para as semanas seguintes, no entanto, ele aponta o grupo Transportes como uma inc�gnita, j� que h� a expectativa de prorroga��o do benef�cio do IPI para autom�veis pelo governo federal. "O momento � delicado para a ind�stria brasileira e por isso n�o h� certeza sobre o que o governo vai decidir", afirma.
Outro fator de imprevisibilidade est� no setor de servi�os. Na terceira quadrissemana de agosto, os pre�os desaceleraram para 0 49%, sobre 0,60% observado nas duas leituras anteriores. "� uma boa not�cia, mas � um movimento inst�vel", diz, lembrando que, em junho, tamb�m houve quedas semelhantes no setor, que voltou a crescer na primeira quadrissemana de julho. "N�o ha sinal claro de que essa desacelera��o nos servi�os deva continuar."