O chefe do Departamento Econ�mico do Banco Central, Tulio Maciel disse nesta quinta-feira que o fluxo cambial registra sa�da l�quida de US$ 1,069 bilh�o no m�s de agosto at� o dia 21. Segundo ele, a sa�da de recursos continua sendo liderada pelo segmento comercial, que registra fluxo l�quido negativo de US$ 931 milh�es no m�s at� dia 21. Esse valor � resultado de importa��es de US$ 11,352 bilh�es, montante superior �s exporta��es de US$ 10,420 bilh�es registradas no per�odo.
No segmento financeiro, o m�s tamb�m registra sa�da l�quida, mas em ritmo menor: de US$ 138 milh�es at� o dia 21. Nessa cifra, est�o registradas opera��es de c�mbio para a compra e venda de a��es, empr�stimos, investimentos produtivos e remessas de lucros, entre outras. No m�s, foram registradas sa�das totais de US$ 14,789 bilh�es e ingressos de US$ 14,649 bilh�es. Os dados parciais tamb�m mostram d�ficit com viagens de US$ 895 milh�es at� dia 21.
Desacelera��o nas remessas - Em rela��o ao m�s de julho, Maciel destacou que a din�mica da remessa de lucros e dividendos mudou. "Efetivamente, a remessa se mostra mais fraca que no ano passado", disse.
De acordo com Maciel, isso pode ser atribu�do a tr�s fatores. O primeiro deles � a desacelera��o da atividade econ�mica no Brasil. "Fato que pode ser observado desde o fim de 2011 e no in�cio de 2012", disse. O segundo fator � a taxa de c�mbio mais elevada, que torna a convers�o do lucro em reais para um valor em moeda estrangeira menos vantajosa. H� um ano, lembra Maciel, um d�lar custava menos de R$ 1,60. Hoje, est� acima de R$ 2,00. "Houve um aumento significativo de 25%", disse.
H�, ainda, um terceiro fator: o aumento do ingresso de lucros de empresas brasileiras no exterior. Como o resultado da remessa de lucros � l�quido, a entrada desse dinheiro tamb�m influencia e ajuda a reduzir o saldo nas transfer�ncias. "Houve aumento do capital brasileiro no exterior. � natural que houvesse aumento desses ingressos", disse Maciel.
De janeiro a julho, companhias brasileiras instaladas no exterior enviaram US$ 4,069 bilh�es �s sedes no Brasil. Em igual per�odo do ano passado, o valor era de US$ 819 milh�es. J� as multinacionais instaladas no Brasil enviaram US$ 11,700 bilh�es no acumulado de janeiro a julho, menos que os US$ 20,590 bilh�es registrados em igual per�odo de 2011.
O chefe do departamento econ�mico do BC disse tamb�m que houve queda no envio de dinheiro de imigrantes brasileiros que moram no exterior para o Pa�s, puxada pelo fluxo menor de recursos vindos, principalmente, da Europa. J� as remessas com origem nos EUA e no Jap�o cresceram no acumulado de janeiro a julho em rela��o aos mesmos meses do ano passado.
Dados do BC mostram que as remessas dos EUA passaram de US$ 339 milh�es para US$ 405 milh�es nessa compara��o. Do Jap�o, subiram de US$ 225 milh�es para US$ 230 milh�es. Em rela��o aos demais pa�ses, ca�ram de US$ 665 milh�es para US$ 550 milh�es. "A queda nas receitas vem desses demais pa�ses, sendo que a concentra��o maior � de pa�ses europeus", afirmou Maciel.