A ind�stria da constru��o civil continua desacelerada. Em julho, a atividade se mostrou desaquecida pelo terceiro m�s consecutivo, segundo pesquisa da Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI). O indicador do n�vel de atividade efetivo ficou em 45,5 pontos no m�s passado, abaixo da linha divis�ria dos 50 pontos, o que aponta queda na atividade.
Em junho, o �ndice havia ficado em 45,3. Tanto a atividade como o n�mero de empregados na constru��o apresentaram queda com rela��o ao m�s anterior. “A constru��o come�a a sentir os efeitos da desacelera��o da economia nacional”, avalia Danilo Garcia, economista da CNI. O indicador de evolu��o da atividade ficou em 48,3 pontos, e o de evolu��o do n�mero de empregados em 48,2 pontos, ambos abaixo dos 50 pontos. Foi registrada, contudo, uma leve alta com rela��o a junho, quando os patamares eram de 47,7 e 47,8, respectivamente.
Mesmo com o desaquecimento da ind�stria da constru��o, os empres�rios do setor continuam otimistas em rela��o ao futuro. No entanto, essa confian�a est� menos disseminada que nos meses anteriores. Segundo a sondagem, todos os indicadores de expectativa para os pr�ximos seis meses ficaram acima dos 50 pontos, mas ca�ram em agosto na compara��o com julho. “O otimismo vem caindo ao longo do ano”, observa Garcia.
Em Minas Gerais, a ind�stria da constru��o apresenta quadro mais positivo do que a m�dia nacional. “O nosso maior problema � a falta de m�o de obra. Estamos com emprego pleno e n�o conseguimos dar o ritmo que precisamos para as obras”, afirma Teodomiro Diniz Camargos, presidente da C�mara da Ind�stria da Constru��o da Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg).
A falta de trabalhador qualificado representa 75,8% da preocupa��o atual do empresariado do estado, conforme dados da Sondagem da Ind�stria da Constru��o, feita pelo Sindicato da Ind�stria da Constru��o Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), em parceria com a Fiemg. A pesquisa mostrou que a confian�a do empresariado em rela��o � economia perdeu for�a em julho e registrou 55,8 pontos. Apesar de otimista (�ndice acima de 50 pontos), o indicador perdeu intensidade, ficando 2,5 pontos abaixo da pesquisa em junho (58,3 pontos). “As empresas sa�ram da fase de euforia e est�o tentando se equilibrar”, explica Camargos.
Velocidade
O diretor-superintendente da construtora Castor, �talo Gaetani, afirma que o ritmo da constru��o estava muito acelerado e voltou ao normal agora. “Est�vamos a 150 quil�metros por hora. Agora voltamos para 110 quil�metros por hora. Perdemos 40 quil�metros, mas ainda estamos um pouco acima do limite m�ximo de velocidade”, compara Gaetani. Na sua avalia��o, o ritmo A Justi�a Federal de Minas Gerais abriu uma brecha para os interessados em quitar as d�vidas com o Construcard tenham desconto de at� 70% no d�bito. A linha � destinada ao financiamento que a Caixa Econ�mica Federal oferece para a aquisi��o de materiais de constru��o para reforma ou amplia��o da casa. Os acordos come�aram na segunda-feira e a Justi�a encerra hoje as negocia��es com os interessados, no hor�rio das 14h �s 15h50.
O coordenador do Sistema de Concilia��o da Justi�a Federal de Minas Gerais, Andr� Prado de Vasconcelos, espera que 50% dos acordos sejam fechados. “Muitas vezes a pessoa nem tem o dinheiro para pagar o d�bito, mas busca emprestado para n�o perder a oportunidade”, diz Vasconcelos. As negocia��es acontecem com pagamento � vista ou em cinco parcelas.
A designer de moda L�da Martins Trist�o est� devendo R$ 22 mil, que pegou h� tr�s anos para reformar a casa. O empr�stimo inicial era de R$ 12 mil, mas o valor cresceu em fun��o da inadimpl�ncia de L�da. “Fiquei gr�vida, tive depress�o p�s parto e n�o consegui pagar a d�vida”, diz. Ela conseguiu ontem fechar acordo para quitar o d�bito por R$ 4.050. “S� tenho R$ 3 mil, mas vou conseguir o resto emprestado. N�o vou deixar passar o prazo”, diz.
Ery de P�dua tem 64 anos e est� desempregado. A sua d�vida inicial em 2010 era de R$ 15 mil. Como perdeu o emprego, o valor saltou para R$ 21,6 mil. A Justi�a fez proposta de transformar o d�bito em R$ 6 mil, mas mesmo assim P�dua n�o conseguiu fechar acordo. “Eles pediram para dar um valor de entrada de cerca de R$ 1,4 mil e parcelar o restante em cinco vezes. A minha proposta foi de parcelar em 24 vezes, mas eles n�o aceitaram. Como estou sem renda, n�o posso pagar � vista”, diz.
O nivelador Paulo S�rgio Ventura pegou R$ 24 mil com o Construcard em 2010 para reformar a casa. Houve um problema na cobran�a do d�bito. “Ele ia ser feito com d�bito em conta, mas isso n�o aconteceu”, diz. O resultado � que sua d�vida se transformou em R$ 47 mil, mas ele ontem conseguiu fechar acordo e pagar R$ 12 mil pelo d�bito. Saiu satisfeito da Justi�a. “Valeu muito a pena”, disse. Esta � a segunda vez que a Justi�a faz audi�ncia de concilia��o. A primeira foi em junho e a pr�xima deve acontecer na primeira semana de outubro. (GC)de obras da constru��o civil no �ltimo ano ultrapassou todos os limites, desde m�o de obra a material.