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Estado de Minas

Ard�sia � afetada pela crise mundial

Turbul�ncia global respinga na extra��o da pedra, que tem como principal destino o exterior. Em Papagaios, receita caiu


postado em 27/08/2012 07:29 / atualizado em 27/08/2012 07:35

Na AltoBoa Vista,onúmerode funcionários erade250, mas hoje são 120(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Na AltoBoa Vista,on�merode funcion�rios erade250, mas hoje s�o 120 (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Papagaios - Todos os dias, Joadir Brito Lopes, de 42 anos, sai cedo da modesta casa na Rua Dona Maria, Bairro Miguel�o, em Papagaios, Regi�o Central de Minas, para serrar blocos de ard�sia em uma das minera��es do munic�pio. Com o sal�rio que ganha, o oper�rio mant�m o orgulho de ser um bom pai para os filhos V�tor, de 7, e Carlos Miguel, de 12. � elogiado pela ex-mulher, a dom�stica Fabiana, um pouco mais nova e m�e tamb�m de um menino de 1, de novo relacionamento. “Ele � mesmo um bom pai”.

Assim como Joadir e parte dos trabalhadores, o pr�prio munic�pio, a 130 quil�metros de Belo Horizonte, depende, e muito, do bom desempenho da extra��o, beneficiamento e comercializa��o da ard�sia. O mineral � respons�vel por 60% da arrecada��o de Papagaios, mas j� contribuiu mais. E � isso que preocupa empres�rios e quem vive do sal�rio arrancado da lida di�ria com a pedra negra, usada principalmente pela constru��o civil.

O que os deixa apreensivos � a crise europeia. De baixa aceita��o no mercado interno – uma das grandes revendas de pedras de BH comercializa, no m�ximo, um caminh�o por ano – o rumo da ard�sia � o exterior. Mas as crises globais acabaram afetando a produ��o na pequena Papagaios. A que come�ou em 2008 nos Estados Unidos fez um estrago na atividade no fim daquele ano e em quase todos os meses de 2009. “Chegamos praticamente a parar tudo”, conta Valdir Souza Machado, gerente da Minera��o Alto Boa Vista (ABV), com sede no munic�pio.

A ABV s� n�o fichou as portas porque � dona da �rea minerada. Empresas que compravam a pedra para beneficiar e vender desapareceram. A Alto Boa Vista, que tem pedras para arrancar do ch�o pelos pr�ximos 60 anos, n�o. Apenas esperou o mercado reaquecer para botar homens e m�quinas novamente no trabalho de escavar, serrar, polir as pe�as e embarc�-las.

Mas o desempenho n�o � mesmo de anos antes das crises. Se j� exportou 80 a 90 cont�ineres de 27 toneladas cada por ano, hoje chega a no m�ximo 40, segundo Valdir. Dos 240 a 250 funcion�rios dos bons tempos, hoje h� 120. Das tr�s escavadeiras que operavam na minera��o, apenas uma d� conta da demanda atual. A ABV, uma das tr�s grandes em atua��o no munic�pio – j� teve oito –, n�o espera um colapso geral na comercializa��o, de acordo com o gerente. “N�o acreditamos que os efeitos da crise europeia cheguem mais longe”, diz.

IMPACTO NA FONTE
O prefeito M�rio Reis Filgueiras (PSDB) admite que a receita do munic�pio caiu 15%. A participa��o da ard�sia, que j� chegou a 80%, hoje oscila em 60%. O resto vem do com�rcio, da cer�mica (tijolos) e da agropecu�ria. Mas ele n�o se desespera. “A cer�mica reduziu o impacto da queda da arrecada��o com a ard�sia e � a nossa esperan�a. Dezenove f�bricas de tijolos j� se instalaram em Papagaios e participam com 20% da receita municipal.

O empres�rio Alex Sander, do ramo de comercializa��o de ard�sia, n�o est� t�o otimista quanto o gerente da ABV e o prefeito. “O desemprego est� crescendo em Papagaios e n�o h� investimentos no munic�pio. O neg�cio est� a cada dia pior. N�o vejo perspectiva de melhora, n�o sem investimentos.”


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