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Estado de Minas

Clientes veem proibi��o de abertura de supermercados aos domingos como retrocesso

Projeto de lei pretende proibir a abertura dos supermercados de BH aos domingos


postado em 28/08/2012 07:14 / atualizado em 28/08/2012 07:47

Ontem foi promovida audiência pública para discutir a possibilidade de as redes manterem suas portas abertas(foto: FOTOS: MARCOS VIEIRA/EM/D.A PRESS)
Ontem foi promovida audi�ncia p�blica para discutir a possibilidade de as redes manterem suas portas abertas (foto: FOTOS: MARCOS VIEIRA/EM/D.A PRESS)
Depois de ser obrigado a rever o modo de fazer compras, com a proibi��o da distribui��o de sacolinhas pl�sticas, o consumidor pode se ver novamente diante de novo desafio: fazer compras somente de segunda a s�bado. Um pol�mico projeto de lei prev� o fechamento dos supermercados aos domingos em Belo Horizonte sob a justificativa de garantir mais qualidade de vida aos trabalhadores do setor. Ontem, em audi�ncia p�blica na Comiss�o de Meio Ambiente e Pol�tica Urbana, centenas de empregados lotaram o plen�rio da C�mara para reivindicar o direito.

O domingo � apontado como o segundo dia no ranking de compras em supermercados, segundo a Associa��o Mineira de Supermercados (Amis), atr�s do s�bado. Pelo projeto de lei, elaborado pelo vereador L�o Burgu�s (PSDB) com base em abaixo-assinado apresentado por funcion�rios do setor, ficariam proibidos de abrir empreendimentos “do com�rcio varejista de g�nero aliment�cio com mais de duas caixas registradoras”, garantindo o funcionamento de estabelecimentos de bairro de porte menor para a compra de produtos pontuais. Caso ocorra desrespeito ao texto, � prevista multa de R$ 10 mil por dia de abertura, com pagamento dobrado em caso de reincid�ncia e at� mesmo possibilidade de cassa��o de alvar� de funcionamento se persistir.

Mas o benef�cio para os trabalhadores pode gerar transtornos consider�veis para o consumidor. Muitas fam�lias aproveitam o fato de trabalhar durante a semana para fazer compras para a casa na folga de domingo. “� um dia em que as pessoas que trabalham fora t�m mais tempo”, afirma a presidente do Movimento das Donas de Casa, L�cia Pac�fico.

Acostumada a fazer compras nas folgas de domingo, a assistente comercial Maria Laura Rodrigues classifica como horr�vel o projeto. “Belo Horizonte � um interior. Tudo fecha domingo. � um retrocesso. No Rio e em S�o Paulo o com�rcio abre normalmente”, critica. O engenheiro Ant�nio Carlos Cardoso Pereira tem opini�o semelhante. Ele diz que s� vai aos supermercados durante a semana para compras pontuais, deixando o “pesado” para os domingos. S�bado, quando ele folga, prefere evitar os estabelecimentos, sempre lotados. “A maioria das pessoas s� t�m domingo e feriado livres”, afirma.

Ontem, na audi�ncia p�blica, com cartazes com o dizer “At� Deus folgou no s�timo dia” e frases semelhantes, funcion�rios dos supermercados da capital encheram o plen�rio da C�mara para pleitear a aprova��o do projeto. O presidente do Sindicato dos Empregados no Com�rcio de Belo Horizonte e Regi�o Metropolitana, Jos� Alves Paix�o, afirma que o descanso de domingo contribui para diminuir estresse, fadiga e ainda garante ao empregado um dia com a fam�lia. Uma das cr�ticas hoje � que nas folgas semanais os filhos e mulheres dos trabalhadores do setor varejista est�o na escola ou no trabalho e, assim, n�o podem aproveitar em conjunto. “� uma forma de humanizar o trabalho. Qualquer um se comove com os depoimentos das fam�lias”, afirma o sindicalista, ressaltando que espera que n�o se trate apenas de mais um projeto eleitoreiro. E a meta do sindicato � expandir a medida para shoppings e outros setores varejistas.

Efeito nas vendas

Entre os supermercados, duas correntes dividem a opini�o. Uma parcela, composta principalmente das grandes redes multinacionais, afirma ser favor�vel � livre iniciativa, dando margem para que cada um escolha entre abrir ou n�o. “O Centro, por exemplo, n�o tem demanda. N�o tem porque abrir”, afirma o superintendente da Amis, Adilson Rodrigues. Ele diz que os supermercados em todo o mundo se tornaram refer�ncia em alimenta��o pronta e pr�-pronta, facilitando a vida do consumidor principalmente nos fins de semana.

O empres�rio Alexandre Poni, da rede Verdemar, critica o projeto de lei e afirma que concordaria com o texto se ele fosse v�lido para o com�rcio em geral. Pela proposi��o, padarias, sacol�es e empreendimentos de menor porte poderiam abrir. “Algo s� para uns � discriminat�rio. Tem que ser uma coisa para o todo em vez de favorecer s� uma parte do com�rcio”, afirma.

Enquanto isso, as redes de empresas regionais, como Supermercados BH, Martplus e EPA, se dizem favor�veis ao projeto de lei. Entre outros, eles consideram que � poss�vel se ter um funcion�rio mais qualificado e mais satisfeito. Atualmente, com a taxa de desemprego em 4,4%, segundo dados Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), um dos dificultadores na contrata��o de m�o de obra � o fato de o empregador prever plant�o aos domingos. “Hoje ningu�m quer trabalhar no com�rcio. S� consegue um ou outro e ainda insatisfeito”, afirma o diretor de Marketing da DMA Distribuidora (das bandeiras EPA, Martplus e ViaBrasil), Roberto Gosende. Ele afirma ser totalmente favor�vel ao projeto de lei e acredita que o cliente se adaptaria facilmente a obrigatoriedade de fazer compras de segunda-feira a s�bado.

ESTACIONAMENTO PAGO


Na tentativa de evitar ocupa��o indevida do estacionamento, o supermercado Verdemar deve cobrar pelas vagas da unidade do Buritis. Clientes que fizerem compras a partir de R$ 30 ter�o gratuidade para 30 minutos de parada. No caso de compras acima de R$ 200, o tempo � ilimitado, enquanto os motoristas comuns ser�o obrigados a pagar R$ 20 por hora e R$ 5 por fra��o de 15 minutos.


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