
Os dados s�o da Associa��o Nacional de Executivos de Finan�as, Administra��o e Contabilidade (Anefac) e mostram ainda que, de todas as linhas de financiamento, apenas o rotativo do cart�o de cr�dito ignorou a queda da Selic no �ltimo ano e praticamente n�o se alterou, em cerca de 230% ao ano. Com o poss�vel ajuste de hoje em 0,5 ponto percentual na taxa b�sica – como aposta a maior parte do mercado financeiro –, o juro m�dio anual deve passar de 103,89% para 102,97%. Uma queda considerada pequena por Miguel Oliveira, coordenador de estudos econ�micos da Anefac. Segundo ele, a transmiss�o para a economia real � lenta.
A redu��o da taxa b�sica de juros, seja qual for, ter� pouco impacto nas opera��es de cr�dito. Isso ocorre porque existe um deslocamento muito grande entre a taxa Selic e os juros cobrados dos consumidores, uma diferen�a de mais de 1.000%”, argumentou o economista. Para quem deseja economizar um pouco nas presta��es, entrentanto, principalmente em financiamentos mais longos, especialistas alertam que pode valer a pena esperar a decis�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) antes de tomar cr�dito. Desde o ano passado, a cada movimento de queda na taxa, os bancos anunciaram, ou no mesmo dia, ou na mesma semana da decis�o, redu��es nos custos dos seus financiamentos. O consumidor precisa lembrar, por�m, que apesar da maioria dos analistas acreditar em uma queda, nunca � poss�vel prever os movimentos do BC com exatid�o.
Mais barato No caso de um financiamento de um ve�culo parcelado em 60 meses, segundo uma simula��o feita pela Anefac, a economia pode chegar a R$ 406,59 ao fim do financiamento. Uma redu��o de custo que s� ocorrer� caso o BC confirme, hoje, o corte de mais 0,5 ponto percentual na Selic. Em outras opera��es, a diferen�a j� n�o � t�o expressiva, a exemplo de uma geladeira de R$ 1,5 mil parcelada em 12 vezes no credi�rio. Ap�s essa queda da Selic a economia ser� de apenas R$ 4,53.
O estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno, � um dos especialistas que acredita em uma redu��o de 0,5 ponto percentual. Um movimento que, segundo ele, se explica pela comunica��o do Banco Central na ata da �ltima reuni�o do Copom, em julho. No documento, a institui��o afirma que “qualquer movimento de flexibiliza��o monet�ria adicional deve ser conduzido com parcim�nia”. Rostagno entendeu a frase como um sinal de que o BC manter� o ritmo de corte, como tem feito seguidamente desde agosto de 2011. Ele, por�m, tem d�vidas apenas em rela��o a reuni�o de outubro. Para o economista ainda faltam informa��es para dizer se o BC continuar� ou n�o a cortar. “Avaliamos que o Banco Central vai proceder com maior cautela ap�s esta reuni�o”, disse. “Deve sinalizar para o mercado que o prolongamento do ciclo de afrouxamento monet�rio, at� a reuni�o de outubro, depender� da evolu��o, tanto da atividade econ�mica dom�stica quanto do cen�rio internacional”, observou.
Otimismo com o IPI
Bras�lia – Os fabricantes de geladeiras, fog�es e outros eletrodom�sticos est�o confiantes na renova��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido para os produtos da chamada linha branca. Depois de uma longa reuni�o ontem com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, representantes do setor mostraram-se confiantes na possibilidade do governo anunciar na sexta-feira a extens�o do benef�cio. O presidente da Associa��o Brasileira da Ind�stria El�trica e Eletr�nica (Abinee), Humberto Barbato, disse que apesar de o ministro n�o ter prometido a renova��o, o setor mostrou a import�ncia da redu��o do IPI para o aumento de vendas e do emprego.
Barbato disse que a ind�stria demonstrou, com n�meros, que houve repasse do incentivo para os pre�os dos produtos. Segundo o executivo, houve um aumento de 8,5% nas vendas do segmento no primeiro semestre deste ano na compara��o com igual per�odo do ano passado, enquanto o setor eletroeletr�nico, como um todo, teve uma queda de vendas de 10% no per�odo. “Imagina se n�o tiv�ssemos desonera��o. A queda do setor todo teria sido maior”, afirmou. O presidente da Associa��o Nacional de Fabricantes de Produtos Eletr�nicos (Eletros), Lourival Ki�ula, que tamb�m participou do encontro, disse que a renova��o do benef�cio � importante para a manuten��o dos empregos e das vendas. O setor defende a extens�o do benef�cio at� o fim do ano.
Outros setores
Empres�rios dos setores de material de constru��o, m�veis e varejo foram mais cautelosos. O presidente da Associa��o Nacional dos Comerciantes de Material de Constru��o (Anamaco), Cl�udio Conz, disse que Mantega recebeu um balan�o de todas as entidades e avisou que vai fazer uma an�lise dos dados antes de tomar uma decis�o.
Nesse segmento de material de constru��o, o problema, no curto prazo, � de financiamento, j� que a redu��o de IPI tem validade at� 31 de dezembro. Conz informou que o setor tamb�m pediu ao governo a inclus�o de mais 50 itens na lista de produtos desonerados, mas o ministro ainda n�o decidiu sobre essa amplia��o.
O presidente da Associa��o Brasileira das Ind�strias do Mobili�rio (Abim�vel), Jos� Luiz Diaz Fernandez, pediu a prorroga��o da redu��o do IPI at� o fim do ano. Para m�veis, o benef�cio vale at� 30 de setembro. Segundo ele, o setor tem apresentado crescimento nas vendas e a medida funcionou durante a sazonalidade e ajudou a manter o faturamento. Fernandez disse que o setor tem aumentado o n�mero de empregos. Segundo ele, foram abertas entre 4.000 e 4.500 novas vagas neste ano at� julho. “N�s mostramos que o mercado � sens�vel �s melhorias que s�o feitas”, afirmou.