Trabalhador tamb�m se beneficia da rotatividade no emprego

Apesar da preocupa��o do governo, h� quem identifique na alta rotatividade nos postos de trabalho um sintoma de dinamismo econ�mico. Para o pesquisador Rodrigo Leandro de Moura, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Funda��o Getulio Vargas (FGV), a rotatividade no Brasil � causada pelo aquecimento da economia, que estimula os trabalhadores a buscar novas oportunidades de trabalho e melhoria dos n�veis salariais.

“Por isso a semelhan�a entre os dados de admiss�o e desligamento, as duas vari�veis crescem. Apesar das demiss�es, as empresas tamb�m acabam admitindo bastante trabalhadores. N�o necessariamente uma empresa faz isso para diminuir seus custos, com menores gastos com m�o de obra. A rotatividade � tamb�m um indicativo do crescimento da atividade econ�mica”, explicou Moura.

Marcos Borges, 32 anos, trabalha com montagens de equipamentos usados em constru��o desde os 20 anos. Desde ent�o, nunca passa mais de dois anos no mesmo emprego. Em m�dia, o tempo de emprego no mercado formal brasileiro � um pouco maior, alcan�ando 3,9 anos.

“Eu gosto de trocar sempre de emprego. � din�mico. Sempre estou fazendo e aprendendo coisas novas”, disse Borges. Ele explica que n�o considera a constante mudan�a de emprego prejudicial. Segundo dados da Rela��o Anual de Informa��es Sociais (Rais), cerca de 42,1% dos v�nculos empregat�cios s�o encerrados at� os seis primeiros meses de contrata��o. Apenas 2,6% dos trabalhadores formais permanecem mais de 10 anos na mesma empresa.

Para o engenheiro mec�nico Diego Alencar, patr�o de Marcos, a rotatividade no setor da constru��o civil est� diretamente ligada ao tempo de dura��o das obras, de dois anos em m�dia. “Muitos trabalhadores tamb�m s�o chamados para executar servi�os mais r�pidos, como montagens e instala��es, s�o terceirizados. No entanto, sempre h� um estoque relativamente fixo de trabalhadores, o que � interessante pela confian�a que se estabelece”, explicou o empres�rio.