O Banco Central deixou a porta aberta para pelo menos mais um corte na taxa b�sica (Selic) em outubro, � o que indica a ata da �ltima reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom). O documento divulgado ontem, no entanto, aumentou a divis�o no mercado entre os que acreditam em um novo ajuste, que seria de 0,25 ponto percentual, e os que apostam que o ciclo de redu��es se encerrou. No governo, uma parada n�o seria vista com receio, principalmente se garantir que em 2013 n�o haver� necessidade de voltar a subir a taxa. A continuidade, por�m, agradaria � presidente Dilma Rousseff, que pelo segundo ano consecutivo vai entregar um crescimento minguado e pretende mudar esse quadro nos dois �ltimos anos de mandato.
Nesse cen�rio, defende uma ala do governo, n�o seria problema, desde que com a “m�xima parcim�nia”, incrementar um pouco mais o desempenho do pa�s no pr�ximo ano, um combust�vel extra que seria dado com pelo menos mais um corte na Selic de 0,25 ponto percentual em outubro. A decis�o acerca desse ajuste, por�m, ficou condicionada a evolu��o da economia. Analistas ponderam que com a infla��o do ano praticamente dada, o BC vai olhar para o crescimento para decidir. “No meu cen�rio, o BC vai se decepcionar com o crescimento e continuar a cortar os juros”, disse Mauro Schneider, economista-chefe do banco Banif. Ele aposta em mais dois cortes de 0,25 ponto percentual.
Cen�rio O Ita� Unibanco tamb�m acredita na continuidade dos cortes. A aposta da institui��o � de mais um ajuste de 0,25 ponto percentual, o que derrubaria a Selic para 7,25% ao ano. “A retomada da economia percebida pelo Copom e a infla��o mais alta no curto prazo sugerem a proximidade do fim do ciclo”, justificou Ilan Goldfajn, economista-chefe do Ita� Unibanco. Segundo a ata da �ltima reuni�o do Copom, a institui��o deve continuar a monitorar atentamente os pre�os dos alimentos que t�m incomodado o consumidor no curto prazo.
A autoridade monet�ria, inclusive, reconheceu no documento que problemas clim�ticos t�m pesado no custo de vida do brasileiro, mas garantiu que essas press�es, sobretudo as vindas do tomate, da batata, das carnes e dos gr�os, devem se reverter. Para a institui��o, esse “choque de oferta” ser� menos intenso do que o observado em 2010/2011. O Banco Central ainda enfatizou que passado esse momento de alta desses produtos, o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) deve voltar a convergir para um n�mero mais pr�ximo do objetivo perseguido pelo governo, uma infla��o de 4,5%.
No documento divulgado ontem pelo BC, a institui��o ainda afirmou que diminu�ram as chances de ocorrer um “evento extremo” na economia internacional. A autoridade monet�ria refor�ou tamb�m, que apesar desse risco menor, a incerteza ainda persiste em fun��o da dificuldade de se encontrar uma solu��o permanente para os problemas na Uni�o Europeia. A menor demanda global, explica o ata da reuni�o do Copom, mant�m um vi�s desinflacion�rio sobre a economia brasileira, ou seja, os pre�os aqui tem sido influenciados para baixo.
Taxa menor no cart�o
Bras�lia – Clientes da Caixa Econ�mica Federal e do Banco do Brasil que usam o cr�dito rotativo ou parcelado do cart�o v�o ser beneficiados j� este m�s com a redu��o das taxas de juros. Os dois bancos anunciaram ontem queda significativa das taxas, o que vai ajudar os clientes que n�o conseguem pagar o valor total da fatura na data do vencimento. Segundo a Caixa a redu��o dos juros chega a 52% na taxa anual do cr�dito rotativo do cart�o de cr�dito e de 36,87% no parcelamento da fatura. No BB a queda foi da ordem de 30%.
Na Caixa, a taxa do cart�o nacional, por exemplo, que era de 9,47% ao m�s (200,67%) ao ano caiu para 5,65% ao m�s ou 95,17% ao ano. No cart�o Gold a taxa estava em 7,70% ao m�s (146,58% ao ano) e baixou para 4,65% ao m�s (73,84% ao ano). Segundo a Caixa as altera��es nas taxas do cr�dito rotativo beneficiar�o todos os seus clientes. � inten��o da institui��o manter as taxas baixas at� dezembro deste ano. As novas taxas para o parcelamento da fatura estar�o dispon�veis para as compras realizadas em setembro e que s�o lan�adas nas faturas a partir de outubro. O prazo de parcelamento � de at� 36 meses.
No Banco do Brasil as novas taxas de parcelamento j� valem para as faturas com vencimento a partir de 17 de setembro. Essas taxas ca�ram do intervalo de 2,88% a 5,70% ao m�s para 1,94% a 3,94% ao m�s. Segundo o BB a nova redu��o faz parte da estrat�gia do programa BomPraTodos e que tem, entre outros objetivos, o de incentivar o uso consciente dos cart�es de cr�dito como instrumento auxiliar no consumo das fam�lias.
Pode faltar dinheiro
Durante o feriado, correntistas banc�rios podem encontrar dificuldades para realizar saques em algumas ag�ncias. Isso porque desde ter�a-feira, os profissionais que fazem o transporte de valores em Belo Horizonte entraram em greve parcial para reivindicar melhoria dos sal�rios. Com a medida, o abastecimento dos caixas eletr�nicos pode ficar comprometido, sendo agravado pelo per�odo de pagamento do sal�rio.
As institui��es financeiras garantiram que n�o h� risco de desabastecimento e que j� implantaram regime de conting�ncia para manter o atendimento. A paralisa��o � parcial e, segundo funcion�rio de uma empresa de transportes que n�o quis ser identificado, est� sendo alternada entre as prestadoras de servi�o. “Cada dia os funcion�rios de uma empresa param. Com isso, aquelas que mant�m o funcionamento abastecem as demais. Pode haver alguns casos pontuais de falta de dinheiro”, pondera.
O consumidor poder� encontrar alguns caixas desligados e at� restri��o no valor de notas, j� que em alguns terminais s� h� disponibilidade de c�dulas de R$ 50 e R$ 100. Ontem, 250 funcion�rios em greve de duas empresas de transporte de valores participaram de manifesta��o na regi�o Oeste da capital. Segundo o Sindicato de Transporte de Valores de Minas Gerais (Sintrav-MG), entre as reivindica��es da categoria est� o reajuste salarial de 27%, al�m de melhores condi��es de trabalho. As empresas, por outro lado, oferecem alta de 4,5%.